Cʜᴀᴘᴛᴇʀ 4

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Chaeyoung passou o resto da noite acordada e pensando sobre o que faria para explicar para Mina o que tinha acontecido e o motivo de ela estar com um baseado – que foi jogado fora. Mina também não dormiu, ficou acordada, velando o sono da filha. Para tentar esquecer ou então não focar muito no que tinha acontecido, ela começou a pensar que já poderia colocar Sana para dormir sozinha em seu quarto.

Eram 7 da manhã quando Mina levantou. Fez sua higiene matinal e trocou de roupa. Deixou um beijo delicado no rostinho da filha adormecida e saiu do quarto. Caminhou até a cozinha, mas parou na frente do quarto de Chaeyoung ao ver a porta aberta, mas ela não estava ali. Ficou com medo de ela ter ido embora. Andou até seu destino e parou na porta da cozinha, vendo a seguinte cena: Chaeyoung apoiada no balcão, com os braços cruzados, olhando diretamente para os olhos de Mina; a mesa estava posta.

— Bom dia — falou baixo.

— Bom dia — respondeu no mesmo tom. — O que significa isso?

— Desculpa por ter mexido nas suas coisas — falou antes de explicar. — E... Eu queria te agradar — colocou a mão na nuca, coçando e começando a ficar sem jeito — e fiz isso.

Mina estava segurando um sorriso. Tinha achado a coisa mais fofa do mundo, porque sabia que era algo genuíno. Ela tinha certeza dos seus sentimentos pela mais nova, mas não queria simplesmente abaixar a guarda para isso, não até ela finalmente resolver sua vida. E não porque não queria que atingisse-a, e sim porque sabia que Chaeyoung só se entregaria por completo quando estivesse bem consigo mesma.

— Você não teve uma reação. Isso não é um bom sinal, né?

— Não vai ser um café da manhã feito por você que vai me fazer abaixar a guarda, não depois de ontem.

— O café era só pra te agradar. Eu ainda quero me explicar.

— Não me deve explicações, Chaeyoung.

— Para de fingir que somos apenas desconhecidas de novo. Escuta — pediu e Mina suspirou —, eu entendo que está brava. Eu entendo, e você está totalmente certa! Mas eu preciso que entenda o meu lado... Eu passei o dia inteiro ansiosa, nervosa, não conseguia parar quieta, e o único momento em que eu fiquei tranquila foi quando você estava por perto. Era madrugada, minha mente estava a milhão, ela não parava, eu ouvia vozes e não conseguia continuar bem... Eu precisava me acalmar, Mina. Aquilo foi a única coisa que tinha restado, e eu não usei.

— Você deveria ter me chamado e não correr para as drogas de novo!

— É um vício, eu não tenho culpa! E outra, eu não iria simplesmente ir atrás de você. Não vou criar dependência.

— Não é criar dependência, Chaeyoung, é pedir ajuda! Ninguém merece passar por uma recuperação sozinho. Eu entendo que é um vício e que você está se esforçando, eu estou orgulhosa disso, inclusive — Chaeyoung prendeu o ar, sentindo seus olhos arderem. —, mas você precisa quebrar essas barreiras que você criou. Não está mais sozinha.

"Não está mais sozinha". Chaeyoung sorriu. Sorriu brevemente. Sentiu seu coração pular dentro do peito. Era verdade, ela não estava mais sozinha, agora tinha Mina. Tinha Sana. Tinha o pessoal da vila. Não estava só. Ela tinha pessoas que acreditavam nela e que estavam ali com ela. Não podia deixar seus medos passados atrapalharem isso.

— Perdoa? — pediu baixo, apertando os lábios em seguida.

Ainda sentia vontade de chorar, não sabia bem o motivo, mas queria. Só não faria isso agora. Segurou o choro.

Não por muito tempo, mas segurou.

Mina se aproximou, ficando em frente a mulher. Levou as mãos até seu rosto e fez um carinho, isso fez com que as lágrimas que a mais nova segurasse, simplesmente saíssem, sem permissão. A maior a abraçou e então Chaeyoung se sentiu em casa. Sentiu os braços de Mina ao seu redor, o carinho que a mulher iniciou em seus cabelos. Colocou o rosto na curva de seu pescoço, inalando seu perfume.

— Coloque na sua cabeça que você não está mais sozinha, que você não precisa mais lidar com tudo sozinha — Mina falou baixinho, no pé de seu ouvido. — Eu não faço ideia do que você passou, Chae. — A menor sorriu pelo apelido. — Eu realmente não sei, e gostaria de saber, se caso quiser contar. Mas, mesmo não tendo ideia sobre isso, eu vou estar contigo, tentando de alguma forma trazer seu melhor lado. Porque eu já vi. Já vi você sorrindo, rindo e se divertindo. Eu já vi como feliz e alegre você é, já vi o quão amorosa é. Eu gosto desse seu brilho, mas você precisa sair da escuridão que está. Vou te tirar dela, ou então te ajudar a sair.

Chaeyoung levantou o rosto – que foi limpado com os dedos macios de Mina – e olhou diretamente para os olhos da maior. Sorriu.

— Você é minha luz, Mina. — Mina sorriu e tomou a frente, beijando seus lábios.

Não sabiam quando a intimidade delas chegou nesse nível. Chaeyoung não sabia quando passou a confiar tanto em Mina que se permitiu chorar na sua frente, em seus braços; não sabia quando foi que Mina começou a trazer o melhor lado dela, mas não estava reclamando, e apenas agradecia. Mina se perguntava como que em tão pouco tempo, Chaeyoung se tornou uma pessoa tão especial para ela. Queria cuidar dela, queria dar todo o carinho e amor do mundo, queria tratá-la como ela merece ser tratada. E estava disposta a fazer isso.

Mas, só por Mina ter confiado em Chaeyoung no início, confiado tanto ao ponto de deixá-la ficar em sua casa, já mostrava que elas deveriam fazer de tudo para ficarem juntas, se for da vontade das duas.

O que era, e nenhuma podia negar.

As duas mulheres se sentaram na mesa e foram tomar o café-da-manhã. A conversa era sobre Sana. Mina comentou sobre colocá-la em seu quarto e Chaeyoung apenas prestava a atenção na conversa e dava sua humilde opinião. Em alguns minutos o assunto chegou na cozinha, os olhinhos entreabertos, o rostinho marcado e com a voz típica de quem acabou de acordar. Ela foi até a mãe, toda manhosa.

— Bom dia, neném — Mina falou sorrindo e pegando sua filha no colo. — Dormiu bem?

— Bom dia, mamãe — murmurou assentindo para a pergunta. — Bom dia, tia Chae.

— Bom dia, princesinha.

— Eu tô com fome, mamãe — resmungou.

— Você já escovou os dentinhos? — perguntou, já sabendo da resposta ao ver que tinha pasta no canto de sua boca. Mina riu limpando.

— Sim. Eu quero aquele. — Apontou para uma torrada.

Mina foi servir a filha, enquanto Chaeyoung conversava com a menor e perguntava sobre sua noite de sono. A pequena devolveu a pergunta e Chae riu, falando que tinha sido ótima e que ela teve bons sonhos. Mina negou com a cabeça, rindo também. Na cabeça da mãe se passavam muitas coisas sobre essas duas, ela via o cuidado e carinho que Chaeyoung tinha com a filha e sabia que a menor a amava. Gostava da relação que as duas tinham criado.

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Oi, bão??

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Oq acharam? 😔

Até mais, gente <3

From Strangers To Lovers - MichaengOnde histórias criam vida. Descubra agora