...do que deveria dar certo

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O carro se afastou e Midoriya teve a certeza de ele estar bem longe antes de olhar Eri mais uma vez. O ômega sorriu, tocando os cabelos longos da filha e beijou a ponta do nariz dela, vendo-a sorrir ao sentir cócegas.

— Você está bem, filhote? — perguntou, ajustando com a mão livre o colarinho do vestido cheio de babados que ela usava.

— Uhum.

— Alguém fez alguma coisa com você? — Inspecionou os braços descobertos da criança, procurando algum tipo de marca ou machucado.

— Hm-hm. — Negou balançando o rostinho e forçando os olhos fechados. — O vovô ficou comigo, ele é legal! — Ela sorriu e Midoriya sentiu o coração aquecer, agora indo para as escadas em direção ao apartamento.

— Você conheceu o vovô? Que legal! Como ele é? — O ômega nunca tinha visto o sogro, apenas sabia que o mais velho ficava em um casarão onde a família principal morava, agora, onde exatamente, não fazia ideia.

Izuku demorou para descobrir que a família do seu suposto alfa para a vida não era comum. Depois que Chisaki apareceu, algumas informações conseguiram chegar a si, algumas delas era que o pai de Shigaraki parecia ser o mandachuva de uma rede obscura daquele lado da cidade, não sabia o que exatamente eles faziam, com exceção da relação direta com as boates que eram distribuídas por ali, mas depois de descobrir que a família do outro alfa havia sido dizimada por conta de rixa interna por poder, Midoriya não quis saber mais.

— Sim! Ele é... estranho — Eri disse um pouco confusa, virando parcialmente o rostinho para o lado.

— Bebê, não pode chamar os outros de estranhos, pode magoá-los dizendo isso. — O ômega afagou levemente a bochecha da filha que fez um breve biquinho incomodada.

— Mas ele não tem olhos e tem muitos fios nele... A voz dele também é est... parece de um robô... — Olhou para a mãe cuidadosamente medrosa por quase usar a palavra que não podia, mas Izuku sorria orgulhoso enquanto a observava falar.

— Isso o torna diferente, não estranho, certo? — Ela concordou com a cabeça. — Talvez o vovô precise destes equipamentos para ficar bem. Algumas pessoas precisam. — Eri concordou mais uma vez e abraçou o esverdeado ao senti-lo abrir a porta do apartamento onde moravam. — Ajuda a mama a...?

Chisaki estava parado na porta, tão estático que Midoriya tomou um susto.

— O-o que foi? — Izuku agarrou melhor Eri no colo com medo do alfa tomá-la dele.

— Já estava indo atrás de vocês.

— Acha que vou fugir só com a roupa do corpo? Nem de chinelo eu estou. — Apontou para o par de pantufas que permaneciam no pequeno degrau da porta.

E ele simplesmente balançou os ombros como quem não se incomodasse. Chisaki sempre foi um tanto misterioso para o esverdeado, sabia que ele começou a servir a família Shigaraki ainda quando estavam na escola, talvez um ou dois anos antes de Midoriya abandonar, mas nunca teve uma conversa completa com ele. Não tinha coragem de perguntar, também não achou que fosse de fato um assunto que deveria aprofundar, então apenas o tratava de forma simples e qualquer tipo de comunicação que tinham era quando Tomura estava por perto.

Exceto por aquele dia.

— Quer algo específico para o jantar? — o ômega perguntou, colocando Eri no chão ao fechar a porta.

Ela correu para as pernas do alfa e sorriu depois que ele afagou sua cabeça, Midoriya sorriu minimamente, mas um pouco medroso, Chisaki parecia ter uma aura completamente diferente da de quando estava perto de Tomura, o que era um pouquinho preocupante. Midoriya não sabia qual era sua face real então não conseguia baixar a guarda mesmo que naquele momento ele não parecesse alguém que o faria mal.

Over Me [BakuDeku (ABO)]Onde histórias criam vida. Descubra agora