Como se o destino fosse real

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Izuku suspirou ao sair da secretaria da escola de Eri.

Precisou comparecer apenas para retirar o nome de Shigaraki da lista de pessoas autorizadas a buscar a criança. Também foi preciso explicar o mínimo da situação para que eles entendessem e, para completar, Toshinori havia sido adicionado e com medo de que ocorresse algum problema envolvendo a criança ou Izuku, o loiro pegou a responsabilidade de buscar e levar a pequena à escola.

— Eu não queria te dar tanto trabalho, Toshinori-san...

Midoriya percebeu o afago em seus cabelos ao terminar de falar, sentia-se como uma criança quando ele fazia aquilo, não tinha como desgostar.

Acabou sorrindo pequeno.

— Não se incomode com isso, filhote, estou feliz em poder fazer algo — disse, voltando a olhar para frente ao notar o esverdeado corar um pouco, ele ficava extremamente cauteloso quando o chamava de filhote, talvez devesse parar? — Sabe, eu queria ter feito algo antes, mas sua mãe me aconselhou a não fazer. Ela explicou que quando tentou ajudar, você havia dito para que ela não se envolvesse e que daria um jeito; eu também não sabia se tinha o direito de ajudar, considerando que eu era só o namorado e basicamente um estranho — confessou, Izuku parou para escutá-lo em meio a calçada, não sabia que sua mãe tinha comentado sobre isso com o ele.

Realmente havia conversado com Inko, sua mãe, e não foi uma ou duas vezes.

Ela sempre se preocupava até Izuku chegar da escola, na verdade, ela esperava ansiosa que chegasse bem todos os dias e de qualquer lugar.

Depois que Shigaraki apareceu, ela ficou feliz, para em seguida a preocupação aumentar em 100%. Izuku sempre tentava a acalmar sobre isso, fora que tinha medo dela se envolver demais e acabar onde não deveria.

Onde Midoriya estava agora.

— Mamãe nunca comentou sobre isso comigo, sobre o senhor querer ajudar... — Encarou o chão, pensativo e envergonhado. — Mas eu acho que agiria da mesma forma que agi com ela, eu sempre tive muito medo da minha família se envolver demais e Shigaraki acabar fazendo algo. — Suspirou, admitindo sem querer.

— Tenho certeza de que Inko-san sabia disso. — Sorriu ao dizer, lembrando-se como se fosse ontem ela toda animada todas as vezes de que falava de seu filhote.

Midoriya sorriu ao encarar o mais velho, ele parecia iluminado quando falava de sua mãe. Era fofo.

— E... nunca o considerei um estranho, Toshinori-san — disse, rindo em seguida da expressão surpresa do alfa. — Eu não sei se é porque eu nunca consegui conhecer meu pai, ou se foi porque você fazia minha mãe ter expressões tão alegres, que eu desejava que ela permanecesse daquela forma para sempre ou... eu não sei, apenas... sempre vi no senhor uma pessoa do qual eu pudesse confiar... quase como... um pai de verdade.

Izuku terminou a fala e nem percebeu o quão acelerado estava o coração, era a primeira vez que contava para Toshinori como de fato o via; sempre tentou manter uma parede de respeito próximo entre eles. Mesmo depois da morte de sua mãe, continuou frequentando o sebo para que não perdesse os laços e agradecia, silenciosamente, todos os dias em que se sentia em casa perto dele.

— Eu agradeço pelo que fez e faz por mim, o que está fazendo pela Eri e... eu não sei se já disse, mas... obrigado por trazer alegria a vida de minha mãe mesmo nos últimos momentos de vida dela.

Toshinori ficou em silêncio, não sabendo exatamente como reagir.

Ele sempre quis que Izuku o visse de uma forma paterna, mas não achava que forçar uma conversa sobre isso ou tratá-lo de forma íntima subitamente fosse a resposta. Também não tinha filhos, então não sabia como era ser um pai de verdade, o que o deixava meio inseguro sobre pedir para ser o pai de Izuku e não conseguir, no final, realizar o papel.

Over Me [BakuDeku (ABO)]Onde histórias criam vida. Descubra agora