1- O Ônibus

13.3K 477 503
                                    


Olá! Aqui é a Reddi. 

Antes de mais nada queria agradecer a @stupid_analysis que revisou essa short fic e me induziu gentilmente a escrevê-la. 

História baseada no livro "Lembre-se de Nós" e na websérie Stupid Wife. 

São one shots/ short fics, como se fossem fragmentos da memória da Luiza ou os vídeos que ela assiste. Alguns posts podem ser continuação do outro, como podem não ser. Espero que gostem.

Não se esqueçam de votar e comentar.


@_Astronautaa


---------------------------------------------------------------------


RECONSTRUINDO LUIZA

Parte 1




Era sexta-feira à noite e eu não via a hora de chegar em casa. Eu estava exausta. O estágio no escritório de advocacia, que eu fazia das 9h às 15h, parecia que sugava minha alma e nunca mais devolvia, mas o pior era ter que chegar na faculdade e ser obrigada a lidar com as gracinhas da Valentina.

Valentina era o tipo de garota mimadinha que sempre tinha tudo e todos a sua mão. Eu não conseguia suportar ficar no mesmo ambiente que ela. Durante esses quatro anos eu aprendi a revidar as provocações dessa garota dissimulada e arrogante, mas ela nunca se dava por vencida. Ela era muito cheia de si. Não perdia a oportunidade de flertar com todas as garotas que chegavam perto dela.

Enquanto eu tinha que ralar para conseguir manter minha bolsa de estudos, ela só estava ali para preencher o tempo e em algum momento assumir os negócios da família com o irmão dela, Igor. Ele era muito diferente dela em muitas coisas e ela se aproveitava que minha melhor amiga tinha crush nele para sempre ficar onde eu estava e me irritar.

Era muito difícil ver gente fútil como a Valentina que tinha tudo o que queria sem se esforçar e eu, além de ter que me desdobrar para dar conta de tudo em relação a faculdade e estágio, ainda tinha todas as minhas responsabilidades em casa.

Quando meu ônibus parou, eu ainda tinha que caminhar três quarteirões até chegar em casa. Os postes de luz nem sempre funcionavam e eu tinha que andar no breu. No começo meu pai ia me buscar, mas depois de um tempo fiquei com dó. Ele dormia cedo e acordava cedo, não era justo. Eu tinha certeza que a Valentina não tinha que passar por isso. O importante era que amanhã ia poder dormir até tarde e brincar com minha irmãzinha.

Mal fechei a porta e meu celular começou a apitar. Mais cedo, algumas pessoas do curso tinham me chamado para ir a um barzinho na lapa, mas eu recusei. Não tinha dinheiro e nem energia para isso. Eles começaram a me mandar várias mensagens no grupo com fotos em anexo. Fingi que não vi e fui tomar banho e jantar. Já era quase meia noite e não tinha mais ninguém acordado.

Voltei para meu quarto e peguei meu celular. Quase 40 fotos. Ignorei.

Fazia algum tempo que eu tinha percebido que não estava feliz dentro do ambiente corporativo. Eu queria fazer algo que tivesse algum impacto no mundo e ser advogada estava longe de me deixar feliz, mas quando você é pobre e tem uma oportunidade dessas na vida, não pode desperdiçar. Apesar dos meus pais nunca me deixarem faltar nada, eu tinha consciência da minha classe social e que se eu quisesse ter um futuro teria que me esforçar para chegar lá.

Reconstruindo Luiza - Stupid wifeOnde histórias criam vida. Descubra agora