Tom não tinha certeza de quem culpar além do ministério mágico.
Quando aqueles soldados entraram e literalmente o arrastaram para fora do orfanato, a diretora Cloe parecia tão surpesa quanto ele quando tudo aconteceu. Tom tentou se negar, tentou usar sua magia, mas um único soco em seu estômago levou todo o ar de seus pulmões e sua concentração, ele caiu gemendo de dor enquanto o soldado o lançou um olhar de desgosto.
" Um jovem saudável e ainda se recusa a servir o seu país. Tenha vergonha piralho."
Qualquer satisfação ou felicidade que Billy e os outros dois garotos de dezesseis e dezessete anos pudesse está sentindo ao vê Tom esparramado no chão gemendo de dor foi ofuscada quando outros três soldados pegaram cada um deles pelo braço.
" Vocês quatro foram convocados para lutar pelo seu país, tenham orgulho garotos."
Tom jamais imaginou ter qualquer coisa semelhante do alguém daquele lugar simplório, mas naquele momento todos os quatro sentiram o mesmo desespero.
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Foi doloroso. Tão rapidamente doloroso, Tom se jamais admitiria que chorou em algumas noites na cama durante o intenso treinamento.
Ele tentou usar o seu charme para ganhar tempo, para não ser obrigado a rastejar na lama como todos os outros, mas tudo que ele conseguiu foi um sorriso de desdém pelo sargento e uma ordem para ficar de lado enquanto todos os outros eram obrigados a passar três voltas a mais no campo de treinamento. Ele nunca foi espancado mais do que naquela noite.
Mas Tom aprendeu a sua lição, ele aprendeu que naquele lugar ele era obrigado a manter a cabeça baixa e apenas ouvir. E como ele odiava isso, nos primeiros meses ele acreditou firmemente que alguém viria para buscá-lo, que Abraxas e Avery perceberiam a falta de suas cartas , depois quando as férias acabaram e as aulas retornaram ele imaginou que um professor logo viria o resgatar.
Isso nunca aconteceu e Tom quebrou a sua cabeça tentando se lembrar de todos os alunos que simplesmente não voltaram para mais ou ano em Hogwarts e como ninguém sequer piscou para isso. Tom percebeu com uma certeza aterrorizante que entraria na estatística, ele será apenas mais um que se foi para não voltar, a percepção fria da realidade foi o que o deu força para se jogar com ainda mais vigor no treinamento, ele não iria morrer nessa guerra.
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O cheiro de carne queimada parecia ter impregnado o seu nariz. Tom se jogou no chão e atirou diversas vezes contra o inimigo, ao seu lado Herink engasgou e caiu.
Tom engoliu o desejo de simplesmente desabar ao lado do rapaz com quem ele passou tantas e tantas noites ao lado, o rapaz com quem dividiu o saco de dormir, o rapaz que ele beijou , o rapaz que conhece o corpo tão bem que poderia nomear cada imperfeição ou mancha na pele.
Tom se livra dessa linha de pensamento e com grito deixa sua magia queimar o suficiente para erguer um escudo sobre si mesmo e Herink. Eles não vão morrer aqui.
Eles não vão !
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Tom estava cansado, mas feliz, tão fodidamente feliz.
Finalmente acabou, três anos naquele inferno e finalmente acabou. Suspirou de alívio e não tem vergonha de admitir que chorou um pouco assim que desceu do trem junto com todos os outros soldados.
Ele voltou para casa.
Tom tinha quinze anos quando foi levado, agora ele já tinha dezoito não havia Hogwarts para voltar, não com a idade que Tom tinha agora, mas tudo bem. Tom à muito tempo se desfez das ideias que o mundo da magia o tinha a ofercer, afinal, aquele mundo também falhou com ele ao seu lado Herink segura a sua mão com força, Tom a perta de volta.
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Café multiversal.
RomansaVários capítulos curtos ou grandes com Tom Riddle como funcionário de um café multiversal e as diferentes variáveis de Harry e Tom que visitam o café.