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Ainda era cedo. A neblina formada durante a noite devido à queda de temperatura ainda não havia se dissipado, o sol estava tímido entre as montanhas da região e Mayumi já estava em plena atividade. Havia duas horas que ela corria sem parar, tentando manter seu corpo em forma para retomar suas missões, já que precisou ficar uma semana em casa se recuperando depois de machucar as costas na última missão.

Com o corpo suado e a respiração um pouco ofegante pelo tempo que estava se exercitando, Mayumi sentia seus músculos doloridos. Ela suspirava tentando manter o controle da respiração e torcia para estar perto de casa e, felizmente, estava.

Em cinco minutos ela avistou os portões da mansão do pilar da água. Um enorme alívio percorreu todo o seu corpo junto com a felicidade de seu estômago, que finalmente seria saciado. Ao chegar à porta, antes mesmo de entrar, sentiu um forte odor de queimado, algo que a preocupou imediatamente. Por isso entrou rapidamente em casa e descobriu que se tratava de Giyu, seu irmão mais velho, provando sua falta de habilidade na cozinha.

Mayumi soltou um suspiro e passou a mão pelos cabelos, controlando a vontade de rir da cena caótica diante de seus olhos. Giyu tinha seus olhos azuis fixos em uma panela completamente queimada, encarando sua tentativa fracassada de cozinhar algo.

— Ainda é cedo para colocar fogo na casa, sabia!? — brincou a mais nova — O que você estava tentando fazer?

— Pudim — respondeu com sua voz calma de sempre. No entanto, a irmã mais nova percebeu um toque de decepção em sua voz — Um doce ocidental.

Mayumi não entendia nada sobre culinária. Era tão ruim que mal conseguia ferver água sem se queimar. Por isso ela parou por um momento olhando a panela destruída sem saber se podia julgá-lo ou não.

— Esse doce não é gelado? Por que a panela estava no fogo? — perguntou incerta pela falta de conhecimento culinário.

O pilar da água não respondeu imediatamente. Ficou um tempo em silêncio com seus pensamentos conflitantes. Ele queria muito ser sincero com suas palavras e dizer à irmã que só queria agradá-la já que doces são suas coisas favoritas da vida. A comida que a deixava genuinamente feliz era um presente desejando melhoras. Essa era sua verdadeira intenção, mas as palavras insistiam em ficar presas em sua garganta. Sua intensa dificuldade de comunicação atrapalhava até mesmo um momento agradável com sua irmã, a pessoa mais importante de sua vida.

E também a única que restou.

Mayumi percebeu o silêncio de Giyu e já imaginava como estavam seus pensamentos. Ninguém no mundo o conhecia melhor do que ela. Exatamente por isso frequentemente se sentia mal por não conseguir trazer felicidade para sua vida e isso pesava muito sobre seus ombros.

Ela não era suficiente para animá-lo? Qual era o problema dela? Talvez ela fosse um fardo para ele.

A morena apertou os punhos e colocou um sorriso nos lábios, uma atuação perfeita para esconder a tristeza dentro de si.

— Não faça essa carinha, irmãozinho — cantarolou fazendo beicinho e abraçando Giyu pelo lado — Nós dois podemos tentar fazer o doce juntos. O que você acha? — sugeriu sorrindo tentando animar Giyu que estava chateado com seu fracasso.

— Você também não sabe cozinhar nada Mayumi. É até pior do que eu — inocentemente comentou.

— Não precisa humilhar — revirou os olhos. — Só estou tentando sugerir algo que possamos fazer juntos, como um dia de irmãos! O que acha? — sorriu para Giyu mexendo em seu cabelo.

Não foi difícil para os dois concluírem que comer fora era realmente melhor do que arruinar a cozinha colocando fogo nela. Os dois podiam ser guerreiros corajosos e lutadores fortes, mas eram péssimos cozinheiros.

𝐄𝐋𝐄𝐂𝐓𝐑𝐈𝐂 𝐆𝐈𝐑𝐋; Zenitsu Agatsuma Onde histórias criam vida. Descubra agora