𝐄𝐋𝐄𝐂𝐓𝐑𝐈𝐂 𝐆𝐈𝐑𝐋; Zenitsu Agatsuma [REESCREVENDO]
❝ Mayumi se via em um mundo completamente fechado e manchado pela sombra da inferioridade após perder todos aqueles que eram importantes para si, mas após uma simples missão vista como ented...
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Lentamente, meus olhos se abriram. Meu corpo estava leve e diferente do que costumava ser normalmente. De cara estranhei a roupa que estava vestida, mas quando reconheci, arregalei os olhos e minhas mãos ficaram trêmulas, esqueci como se respira por um instante.
Aquele kimono...
— Ei! Vai dormir enquanto come, Mayuzinha? — Elevei meu olhar até o dono daquela voz e não pude deixar de estremecer.
Meu coração batia como um louco e minha respiração se encontrava entrecortada. Deus, será que estou alucinando? Isso não pode ser real. Não pode.
À minha frente, Sabito me olhava com as sobrancelhas arqueadas, confuso com o meu comportamento nada comum.
Minhas pernas se moveram sozinhas quando me levantei e me ajoelhei ao lado dele, abraçando-o forte. Minhas malditas lágrimas não se controlavam, rolando pelas minhas bochechas. Meu peito estava apertado, ardendo como o inferno ao sentir o toque de alguém especial que se foi há tanto tempo. Isso não era certo, não era.
Era como uma tortura essa sensação, uma faca sendo enfiada diversas vezes sobre uma ferida já cicatrizada. Uma crueldade sem tamanho.
Parecia ser tudo tão real... Eu podia sentir seu cheiro, seu toque, o bater do seu coração...
Como podia ser possível?
— Mayuzinha... O que foi? Por que está chorando? — perguntou preocupado, acariciando suavemente meus cabelos ainda no abraço.
— S-senti tanta saudade... E o Giyu... Ele... — minha voz não saía em meio aos soluços. Estava doendo tanto.
Provavelmente, para Sabito entender o que estou falando deve ser como um enigma, já que minha voz chorosa sai completamente estranha, mas isso não é algo que consigo evitar.
— Saudade? Como assim? Você me vê todo dia — deu uma risada doce, me afastando suavemente do abraço — e seu irmão está ali fora, não tem porque se preocupar e muito menos chorar — tentou me tranquilizar, mas era impossível que ele compreendesse meus motivos — sei que sou um irmão mil vezes melhor que ele, mas não precisa chorar de emoção. Seu irmãozão sempre vai estar aqui — deu pequenas batidinhas na minha cabeça enquanto prometia com certeza que me protegeria, como ele sempre fazia...
— Sabito! Para de dizer essas coisas para ela! — a versão jovem de Giyu apareceu na porta ralhando com o cabelo de pêssego — Está tudo bem, irmãzinha?
Assim como fiz com Sabito, corri para abraçá-lo. O jovem Giyu... Senti tanta saudade de ouvir a voz doce e carinhosa dele me chamando assim. Tanta saudade de quando ele não era alguém tão inexpressivo.
O que está acontecendo?
Será que... Tudo foi só um pesadelo?
É tão estranho, mas é tudo tão real. É como se eu estivesse revivendo uma parte boa da minha vida. Um sonho onde eu gostaria de ficar para sempre e nunca acordar, momentos onde eu poderia rir e chorar que alguém limparia minhas lágrimas e com um sorriso no rosto diria que está tudo bem, e a culpa não me incomodaria depois.
