11° Em busca de respostas

91 14 0
                                    






                 Fazia horas que Sam ainda não tinha voltado, e não atendia a droga do celular. Dean estava extremamente estressado, e eu a ponto de subir pelas paredes. Castiel permanecia calmo, folheando as páginas do livro que Sam lia antes de sair.

— Eu não acho que um ritual fez isso com você, não parece possível. – Ele comentou.

— Muita coisa não era possível para mim antes de conhecer vocês, então... – Dei de ombros.

— Por que você diz isso? – Dean pergunta a Castiel.

— Acho mais possível ela estar ligada à uma das linhagens dos outros dois receptáculos. – Ele apontou para mim.

— Pelo menos isso parece menos horripilante que o ritual... – respondo, e Castiel ri. A porta rugi no alto da escada, e um Sam eufórico se apressa vindo até nós.

— Finalmente, por que não atendeu a droga do celular? – Dean questiona.

— Porque não podia fazer muito barulho na clínica – então percebo que ele trazia uma pasta. — Jane...

— Diz logo! – me aproximo dele, e ele me estende a pasta.

— Deu incompatível, você não é parente biológica do seu irmão... – eu abro a pasta, e observo o detalhamento do exame de DNA.

— Que droga – Dean alcança meus ombros. — Tenta ficar calma, Jane. – E lá estava o nome completo e as informações de Jake. Como não éramos irmãos? Minha mãe me adotou como? De onde eu vim?

— Nem sei o que dizer – devolvo a pasta para Sam.

— Precisamos de mais do que isso – Castiel fala para Sam.

— O que você esperava? Foi o máximo que descobri. Aliás, não dá pra saber quem realmente são os pais dela, não dá pra fazer um mapa até eles. – Sam rebate.

— Então precisamos de mais pistas, talvez a data de nascimento dela...

— Ei! – Dean chama os dois. — Vão com calma, a menina acabou de saber que foi adotada.

— Só preciso de um tempo – eu afirmei, me distanciando dos três, indo na direção do corredor. — Minha data de nascimento, ou melhor, a data que fui adotada é dois de janeiro de mil novecentos e oitenta e oito. – E corri para o quarto, tentando segurar minhas lágrimas até lá.

                  Tudo o que eu sabia sobre minha vida era uma mentira. Meu irmão não era meu irmão, e é a pessoa que mais amo no mundo, não que eu vá deixar de amá-lo por causa disso.
                   Como uma vida pode virar de cabeça para baixo desse jeito? Logo em tão pouco tempo. Por que tanta merda de uma vez só? E o que tem de errado comigo? Por que meus pais nunca falaram para mim?

Eu te amo, você foi perfeito, me ensinou tanta coisa, e eu vou lembrar pra sempre de você... – minhas lágrimas caíram em sua mão, a qual eu apertava. Ele pôde apenas balançar suavemente sua cabeça, como se dissesse que entendesse. Seus olhos estavam fundos e escuros, a máquina não parava de aptar.

Você realmente vai ver ele morrer? – minha mãe tentou me puxar para me afastar dele, mas eu permaneci onde estava, ao lado do meu pai.

Vou ficar com ele até o fim! – respondi, convicta que era isso que meu coração queria. Os olhos dele seguiam os movimentos das enfermeiras ao nosso redor, enquanto elas comentavam sobre o medicamento para ajudar na dor dele. Eu não queria saber de mais nada, além de estar ali para ele, até o fim. — Papai...

— Jane? – reconheço a voz de Dean, escuto seus passos se aproximarem. — Olha, não importa o que um papel idiota diz, mas sim o seu coração.

— Eu pensei na mesma coisa... – me virei para ele, com um sorriso. Enxugo minhas lágrimas, enquanto ele se senta na cama ao meu lado.

— Fico feliz que tenha noção disso.

— Mas não deixa de ser chocante – suspiro fundo, e ele assente.

— A vida é assim, eu vi isso a minha vida toda... – ele se apoia melhor no colchão, ficando mais perto de mim.

— O quê?

— Coisas ruins acontecerem à pessoas boas.

— Você é uma delas? – ele ficou me encarando, e depois sorriu.

— Acreditaria se eu disse que já passei quatro meses no inferno? – meus olhos se arregalaram. Eu entreabri os meus lábios, mas não consegui pensar em nada para dizer. Eu analisei os traços do seu rosto, e a expressão que mantinha depois de me dizer tal fato. Ele parecia sério com o que disse, e não parecia metafora. — Castiel me resgatou, mas tudo o que eu passei lá ainda está aqui dentro – ele tocou na testa. — Também aconteceram coisas horríveis com Sam, mas isso é com ele. O fato é que entendemos o que você está passando, e nada é tão difícil que não possamos resolver. Você pode confiar na gente, e eu juro pela minha vida que vamos proteger você.

                     Eu fiquei lhe encarando por vários segundos imóvel. Seus olhos transbordavam dor, ao mesmo tempo que também havia gentileza neles.
                      Eu não percebi o que estava fazendo, até ele envolver seus braços ao redor de mim. Eu o abraçava forte, como se pudesse beber de sua esperança. Eu sentia a força dele, como se emanace como calor e me aquecesse. Se ele foi forte o suficiente para vencer o inferno, então eu também serei para enfrentar o que fosse.

— Desculpem... – Sam aparece na porta ao lado de Castiel. Automaticamente me separo de Dean, sentindo-me num caldeirão de água fervendo, envergonhada pela aproximação. Dean assentiu para mim com um sorriso gentil, e eu apenas suspirei.

— Descobriu alguma coisa? – Dean pergunta aos dois, que se aproximam.

— Eu supus que a mãe de Jane possa ter adotado ela em Lawrence, ou você veio de outra cidade?

— Na verdade, meus pais vinheram comigo do Texas, eles moraram lá por uns meses, depois que ela engravidou do meu irmão eles foram para Lawrence. Quer dizer... Até onde sei – dei de ombros, e Sam assentiu.

— Podemos ir até lá, procurar informações.

— Como? – encarei os três.

— Procuramos hospitais, pedimos as fichas, pesquisaremos com o que acharmos! – ele sorriu. — Vamos descobrir o que aconteceu com você, Jane.

— E vamos poder ter acesso à esses tipos de documentos? – estreitei os olhos. Provavelmente não.

— Claro que vamos, somos acostumados à lidar com esse tipo de burocracia, não se preocupe. – Sam sorre abertamente.

— Pelo menos temos uma direção para seguir. – Castiel comentou, e eu assenti.

— Vamos descansar, e amanhã cedo caíremos na estrada! – Dean afirma, levantando da cama. Todos seguiram para fora do quarto, e eu suspirei me deitando na cama. Sentindo que estava prestes a enlouquecer com tantos acontecimentos.










©

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 26, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

A Casca Perfeita | SOBRENATURALOnde histórias criam vida. Descubra agora