Lawrence, Kansas;
Por Jane.Depois de muito andar e conversar com Jake, o mesmo decidiu passar a noite em meu apartamento, especificamente no meu velho sofá, e ir embora apenas na manhã seguinte. E por mais que eu estivesse exausta, minha mente parecia não querer se desligar.
Estava pensando em tudo o que conversamos, e sobre o que eu poderia decidir pro meu futuro. Eu não queria a melhor vida do mundo, basicamente uma saúde boa o suficiente para trabalhar bem e chegar aos meus, pelo menos, sessenta anos de idade. Me casar com um cara de porte normal, que ele fosse inteligente ao invés de lindo, mas nem tão inteligente, para não correr o risco de ele chegar à conclusão que eu não sou a mulher ideal.
Talvez ter filhos aos vinte e oito anos, quando estivesse mais madura, e totalmente capacitada para cuidar da mentalidade de uma criança. Já basta meus próprios problemas psicológicos.
De repente, uma dor atrás da testa cortou meus pensamentos. A mesma pontada forte que senti no meu aniversário de vinte e um, especificamente há dois meses atrás, me fazendo perder o raciocínio. Talvez precisasse ir ao médico para ver essa questão da dor, pois será começo de sinusite? Uma enchaqueca menstrual, ou até mesmo estresse. E assim, tentando desvendar o mistério das pontadas de dor atrás da testa, finalmente peguei no sono.- Jane! - ouvi longe. - Espero que seus filhos não puxem a sua dificuldade para acordar!
- Jake? - Perguntei, quando identifiquei a voz. Era estranho ouvir sua voz pela manhã.
- Eu mesmo, levanta! - Tombei meu corpo para frente tentando enxergar a hora no relógio de parede. - Relaxa, são seis e meia, só quero tomar café com você antes de ir.
Voltei a deitar esfregando o rosto com as mãos, tentando despertar a minha consciência. Tomar café...
- É, preciso de café - formulei, certa do que eu queria no momento, arrancando uma risada do mesmo. - Não sabia que tinha o hábito de acordar cedo, Jake!
Levantei da cama caçando uma calça jeans pelo o chão, a mesma da noite passada, vi que o mesmo automaticamente virou de costas me dando privacidade e assim troquei o moletom pelo o jeans.
- Eu já disse, sou um novo homem.
- Conheço um lugar aqui perto, e esse novo homem va - resolvi ficar com o suéter que vestia. - Vamos à pé.
- Está muito frio - vestiu seu casaco assim que colocamos os pés na rua.
- Sabe, isso é bom, estava com saudade de ter você por perto. - Desabafei enquanto atravessamos um parquinho.
- Você podia voltar pra casa, assim que tudo na faculdade estivesse resolvido. - Sorri, encarando os castanhos dos seus olhos. - Trabalharia comigo na lanchonete até arrumar um emprego da sua área, iamos ficar juntos como antes.
Meu sorriso foi morrendo, e decidi voltar a encarar o chão. Eu não conseguia me imaginar mais naquele lugar, naquela casa. Eu tinha dado duro pra sair daquela redoma, e ter vindo pra cá foi um ponto positivo, só não foi a melhor coisa que podia ter acontecido porque em consequência eu também tinha me distanciado de Jake.
- Gostaria de dizer sim, sem nem pensar. As vezes é tudo do que preciso, sabe? De tomar uma decisão em questão de segundos e ir atrás do que me faria me sentir bem, ou segura. - Fitei mais uma vez os seus olhos, assim que os meus umideceram. - Queria voltar a ter dezesseis anos, com tudo certo na minha vida... Mas, isso seria o mesmo que dar mil passos para trás. - Estanquei em sua frente, já com lágrimas embaçando minha visão.
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A Casca Perfeita | SOBRENATURAL
De TodoDentre tantos que já desistiram da vida e apenas existem; entre muitos que pedem por mais aventuras e emoções em seus cotidianos; ela foi a marcada, mesmo antes de nascer seu destino já havia sido escrito livrando-a de uma vida considerada normal pa...