10° Dom ou maldição?

107 13 3
                                    






                   Se passava das dez da manhã, quando achei de sair da cama. Fiz um coque nos meus cabelos, permaneci com a camisa de Dean e apenas coloquei uma calça. Estava me sentindo muito melhor, as dores haviam diminuído. Sai do meu quarto notando o silêncio no corredor. Será que os irmãos ainda dormiam? Mas assim que cheguei na cozinha, Sam estava na beira do fogão.

— Bom dia... – ele me encarou estranho.

— Bom dia, Sam.

— Essa camisa é a do Dean?

— Ele me deu, ou emprestou, sei lá, é confortável – Dei de ombros, indo para a mesa. Pego uma xícara para colocar um pouco de café pra mim.

— Vocês estão juntos? – ele estreitou os olhos. Meus olhos se arregalaram para ele, e minha bochechas queimaram.

— Não! Não, ele só me ajudou ontem a noite! – ele riu.

— Calma, não precisa se exaltar – deu de ombros.

— Enfim, estou faminta... – me ocupo enchendo meu prato de tudo o que eu via na mesa.

— Você se sente melhor?

— Sim, os remédios são fortes, dormi como uma pedra ontem.

— Fico feliz.

— E você? Vocês também levaram uma surra... – ele sorriu.

— Estamos acostumados, acredite. – Assenti.

— E aí – Dean aparece, com a cara amassada de sono. — Como vocês estão?

— Com fome – Sam responde ecarando meu prato e o dele, que também estava para transbordar de comida. Dean ri.

— Como tá suas costelas? – Dean me pergunta, roubando um pedaço de ovo do prato do irmão.

— Melhor do que ontem.

— Tem certeza, você não tá com uma cara muito boa – ele estreita os olhos para mim, tentando me intimidar. Ele acha que estou mentindo?

— Devia ver a sua – o Sam explode numa gargalhada, enquanto eu tento conter meu riso. Dean revira os olhos.

— Olha lá como fala como fala, sua pirralha – ele passa por mim, bagunçando meus cabelos. Dean é um cara legal, devo concordar com Sam, ele só estava desconfiado de mim. Talvez agora ele deixe de pegar no meu pé com toda aquela desconfiança.

— Legal vocês estarem se dando bem – Sam comenta, enchendo a boca de torradas.

                   Na tarde daquele mesmo dia, Castiel mandou notícias por mensagens de texto. É estranho o fato de um anjo ter um serviço de operadora. Ele estava ainda em Lawrence, despistando os demônios, tentando desvender todos os “por quês” sobre mim.

— Ele disse que depois viria – Dean concluiu sobre a mensagem.

— Jane? – Sam me chama. Me viro atenta para ele. Sam passou o resto da manhã e até agora afundado nos livros de sua biblioteca do Banker, em busca de qualquer coisa que cite sobre pessoas como eu, que serviram como cascas para criaturas sobrenaturais. Eu estava rezando para ele achar algo.

— Hum?

— Por acaso você é adotada?

— Eu acho que não – estreitei os olhos para ele.

— Quem são seus pais? Você saberia dizer se tem algum paranormal na sua família?

— Bom, meus avós são russos, eles vieram para cá com os meus pais depois da segunda guerra mundial. Os outros integrantes da família ficaram na Rússia, eles perderam contato, então nunca conheci e meus pais falavam pouco sobre eles. Hoje em dia só tenho minha mãe e meu irmão. – Esclareci. Os dois me olharam com pena, e eu voltei a encarar apenas Sam, em busca de mais perguntas. Talvez ajudasse, não me importo mais de falar sobre mim. Agora eu sinto que posso confiar neles.

A Casca Perfeita | SOBRENATURALOnde histórias criam vida. Descubra agora