— Está com fome? — Joe me perguntou se sentando ao meu lado.
Já tinha anoitecido e estávamos em um pequeno galpão afastado da civilização, era aconchegante para uma coisa no meio do nada. Tinha pouca iluminação e era dividido em um tipo de sala de estar e várias caixas para trás, todas de madeira e lacradas. Nada tão moderno, mas também nada abandonado.
Desde que chegamos Joe não saía do celular e não parava de fazer ligações.
— Sim, um pouco. — Dei de ombros. Não ia fazer diferença, ali obviamente não teria nada para comer.
Ele mandou alguma mensagem e se direcionou pra mim novamente.
— Se quiser podemos ir comer ou trazer algo. Tem uma conveniência a uns minutos daqui.
Olhei na direção de Dylan e Aria que estavam encostados em algumas das caixas e eles pareciam ignorar minha presença com o Joe.
Bufei sem paciência, pois as únicas pessoas que eu poderia conversar já estavam conversando. Bem íntimos, aliás. O que me resta é aceitar a ideia de Joe ou morrer de tédio.
— Ok, vamos. — Balancei a cabeça e assim que ele se levantou e o segui até o carro, ocupando o mesmo lugar de algumas horas atrás.
Era uma estrada parada, mal tinham placas de sinalização o que identificava certo abandono do governo de seja lá qual cidade estávamos. Joe não acelerava com o carro, eu diria até que se fôssemos andando chegaríamos mais rápido. Eu até faria alguma piada, mas a minha vontade de dizer algo era zero.
— Você tem perguntas, eu sei. — Ele começou o diálogo e me olhou rapidamente, logo percebeu que o ignorei. — Qual é Brianna? Eu estou tentando fazer com que isso dê certo. — Ele usou a mão que estava livre para bater no volante e em seguida o apertar mais.
— Começou errado, como quer que isso dê certo? — Foi a única coisa que procurei dizer, tentando deixar a frase com o maior desgosto possível.
— A culpa não foi minha, ok? Tudo o que eu fiz até agora foi pra te ajudar. Até me casei com você pra te garantir o amanhã, e eu não precisava fazer isso, podia só ter deixado você com o meu pai.
— Deveria ter feito. Pelo menos isso acabaria rápido. — Disse baixo para que ele não escutasse. — Eu não queria nada disso, Joe! E mesmo que isso tenha acontecido, eu esperava que viessem me procurar. É o mínimo que alguém espera dos pais. — Praticamente gritei pra ele e encostei minha cabeça no vidro.
Alguma coisa se acendeu na minha cabeça e percebi que era isso o que ele queria, ele me chamou para comprar algo apenas pra que eu conversasse com ele. A velocidade do carro é um motivo óbvio.
— Não acabaria rápido, ele te estupraria. — Ele falou baixo, causando arrepios na minha espinha e rouquidão na sua voz, apertando mais ainda o volante. Imagino que ele tem algum motivo para tal. — Eu já te disse que seus pais sabem onde você está. Não foi um sequestro, foi um resgate. Chase não deixa sua mãe vir até nós, é arriscado pra você e pra ele. — Dito isso ele apenas encostou e parou o carro, mas continuou olhando para a estrada à frente.
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DESTINY
FanfictionBrianna sempre viveu com sua mãe, mesmo sabendo que Madison era sua mãe adotiva. Após ingressar no mercado de trabalho a sua vida muda fazendo com que nada mais seja tão prazeroso quanto era, ela sabia que não estava preparada... Crescer nem sempre...