Kinda weird...

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Harry Potter
2 de setembro de 1999

Seguro a vontade de rir ao me deparar com sua cara de ressaca. Brandon está péssimo, teimoso como uma mula em querer fazer uma farra maior do que pode dar conta.

— Perdeu alguma coisa na minha cara?— ele pergunta, ríspido. Eu levanto a sobrancelha.

— Não, na verdade não.— cruzo os braços sem a menor intenção de desviar o olhar dele.

Ele é um ano mais novo, não pode ficar aproveitando as coisas como bem entende, ele não aguenta.

— Seu cuzão.— ele reclama e balança a cabeça. Sabe que eu me divirto assistindo sua dor. Solto uma risada nasalada e volto a encarar minha frente, o café da manhã é atraente, mas eu sei que se comer qualquer coisa, vou vomitar. Foi uma noite divertida, ainda sinto alguns vestígios da adrenalina no meu corpo. Brinco com o pão em meu prato, cutucando-o e empurrando-o de um lado para o outro. Penso em como a noite foi divertida e deixo escapar um pequeno sorriso de canto.

— Bom dia!— alguém bate nos meus ombros e eu pulo de susto ao ser arrancado dos meus devaneios. Olho por cima do ombro e me deparo com uma risonha Ginevra, livre de qualquer olheira como se tivesse passado a noite roncando como uma pedra e não sendo a última pessoa a querer deixar a farra. Ela ajeita a capa sobre os ombros e se senta do meu lado— Potter um, Potter dois.— cumprimenta, puxando um prato para si. Olho para a porta na esperança que Ron apareça, no entanto, sei que não vou vê-lo tão cedo. Ele definitivamente não sabe beber. Tem a tolerância de uma criança de cinco anos.

— Quem é o Potter um?— Brandon pergunta com a voz rouca de um fumante e eu cerro os olhos na sua direção. Isso de novo não.

— Eu, é claro.— respondo— Eu sou o mais velho.

— Mas eu sou melhor que você.— Brandon retruca e eu o encaro com tédio, arrancando-lhe um sorrisinho presunçoso. Arranco um pequeno pedaço do meu pão e atiro na testa do mais novo, acertando-o em cheio.

— Caralho, seu ranhoso!— ele reclama batendo no próprio colo para tirar a sujeira de si. A movimentação é fraca no salão, os alunos presentes em grande maioria são do primeiro ano e olham ao redor com desconfiança pelas meses estarem praticamente vazias. Cada vez que a porta dupla range, os olhos de todos vão em sua direção, é uma resposta automática ao menor estímulo.

— Até eu me ofendi com essa.— Ginny ri, seu bom humor é uma surpresa já que ela costuma ser muito ranzinza durante as manhãs. E as portas rangem mais uma vez, e nós todos olhamos na direção da mesma. Eu não teria me importado se tivesse sido qualquer outro rosto aparecendo ali, mas eu conheço este. Sorrio conforme Nixie estica o pescoço e varra o salão com os olhos em busca de um rosto amigo. Seu olhar encontra o meu e seu semblante se ilumina. Nixie entra e fecha a porta atrás de si, anda com tanta graça que parece até estar flutuando. Seus cabelos estão presos em uma coroa de trança, alguns fios foram deixados de fora para aumentar seu charme ao contornar seu rosto fino e corado. Deslizo no banco quando ela se aproxima e ela se senta entre Gina e eu. Seu perfume me cerca e eu vejo Nixie beijar o rosto da Weasley antes de se virar para vir beijar o meu. Recolho os lábios e retribuo a encarada que ela me dá quando se afasta.

— Bom dia, Potter.— ela cumprimenta. É quase engraçado ver a diferença do seu rosto sem maquiagem para com. Ou melhor, a falta dela, já que garota como Nixie não precisam se esforçar para ficarem estonteantes. Só desvio o olhar da garota quando Brandon, sentado do outro lado da mesa, espalma a madeira, indignado.

— E eu não ganho nem um beijinho?— ele choraminga e eu reviro os olhos, sorrindo. 

— Te darei dois quando nos levantarmos.— ela o tranquiliza, emanando uma calma que não lhe pertence. Nós todos estamos com as baterias um pouco gastas de ontem, ainda mais ela, que dançou com Ginny até o fim. Só consegui acompanhá-las por poucas músicas, dançar nunca foi meu forte.

Por bons minutos, nós tomamos o café da manhã em silêncio, nada perturbador, sim confortável. Meu braço roçava o de Nixie o tempo todo, mas nenhum de nós se importou de tirar. As aulas começariam em breve e tudo o que eu queria era me esconder debaixo da mesa e ser esquecido lá pelo resto do mundo.

— Qual a primeira aula de vocês?— Gina foi quem puxou assunto.

— Não sei, só sei que vou matar todas as de hoje.— Brandon resmungou apoiando a cabeça na mão. Nixie o chutou por debaixo da mesa e ele deu um pulo— Au! Nixie!— ele censurou.

— Nixie!— Gina jogou as mãos para cima e eu a imitei.

— Urrá!— eu completei com a boca cheia. A Diggory deixou escapar uma risada e sacudiu a cabeça, arrancou outra uva do cacho e a jogou na boca.

— Você não pode ficar matando as aulas quando bem entender, Potter.— lá vinha ela com o discurso diplomático. Mesmo sendo uma tremenda fanfarrona, Nixie podia se gabar por tirar boas notas e deixar seus pais orgulhosos. Eu acho que nunca vou entender como ela consegue equilibrar as duas coisas tão bem.

— Ah, por que não?— os ombros de Brandon caíram e ele jogou a cabeça para trás, imensamente entediado.

— Toda aula é importante, perder uma por pura ignorância é totalmente desnecessário. Você sequer está doente.

— Como tem tanta certeza disso?

— Você nunca fica doente, Brandon.— ela balança a cabeça e eu a observo com calma. As vezes, quando faço isso, invejo a postura dela. Sendo filha de Regulus Black, eu não deveria esperar coisa diferente.

Brandon vira e força a tosse. Faz uma careta de cansaço, quem visse de fora e não o conhecesse, talvez fosse enganado.

— Eu acho que vou ficar quando as aulas começarem.— ele pisca inocentemente e Nixie e eu trocamos olhares. Eu recolho os lábios para não rir e ela parece me perguntar onde foi que errou na criação dele.

— Ah! Eu já sei.— ela levanta as sobrancelhas e esboça um sorriso maléfico e volta a encarar meu irmão.— A próxima vez que você matar aula sem uma justificativa coerente, senhor Potter, eu vou falar para Cedric não te levar no tour que ele vai fazer no final do ano na Grécia.— ela ameaça e Brandon faz cara feia para ela. Brandon adora viajar com o Campeão, os dois são bons amigos e... tá, eu tenho um pouco de ciúme já que ele demonstra mais admiração por Cedric do que por mim, como se o Diggory fosse o seu irmão mais velho e não eu.

Brandon bufa irritado, por fim, desiste da sua preguiça e mesmo que não abra boca para falar nada, nós sabemos que ele não vai mais faltar enquanto puder.

— Você sabe que eu odeio quando você faz essas suas chantagens.— meu irmão reclama, cruzando os braços.

— Uma boa garota sabe usar as armas que tem.— a Diggory rebate. Eu dou risada e balanço a cabeça.

— E ainda assim, vocês não responderam minha pergunta.— Gina recorda, estalando os dedos para atrair toda a atenção para si.

— Ah, querida, desculpe, nem me toquei que fugimos do assunto. A minha primeira aula é Transfiguração, se não me engano.— Diggory diz.

— A minha também é— eu falo tocando o braço dela, a loira sorri para mim e pega minha mão, entrelaçando-a com a sua.

— Que bom, então podemos ir para a sala juntos!— sugere, animada. Eu sinto meu rosto queimar, só porque ela está segurando minha mão. Em outros momentos eu ficaria envergonhado por ficar envergonhado de algo tão simples, mas... sei lá, sabe?! É a Nixie, não tem porquê ficar com tal embaraço e mesmo assim sinto um embrulho no estômago.— Promete que se sentará comigo?

— Claro, por que não?— concordo sem precisar pensar muito a respeito. Gosto de ficar perto dela, sempre gostei. Por algum motivo, sinto os olhos de Brandon queimarem em minha direção e quando o encaro, ele levanta as sobrancelhas para mim e aponta o queixo para Nixie. Parece querer me falar algo.

— Maravilha. E você, Gina?— ela continua, sem ver o que está acontecendo.

Franzo a testa, sem entender o que está acontecendo. Brandon revira os olhos e bate na própria testa. Mas que garoto estranho...

SILLY BOY, Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora