você nunca foi bem-vinda (aviso de gatilho).

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Olá pessoal, como o próprio título diz, esse capítulo possui alguns gatilhos de bullying e abuso psicológico. Fiquem atentos.
Como devem imaginar, teremos algumas explicações sobre esse tenebroso passado da [Nome]. Espero que gostem e que não sintam tanto ódio pelo Ran e Rindou que eu retratei na fic. Prometo que eles terão seu momento de redenção. ;)


Enquanto isso...

— Hmmm... — [Nome] mantinha-se concentrada em seu trabalho artístico: não desgrudava os olhos da folha de papel na qual desenhava a mamãe pata com seus filhotes, há alguns metros dela. Enquanto isso, seu acompanhante, Kakucho, parecia muito entretido em não fazer nada: continuava deitado sobre a grama observando os patos assim como ela. Não sabia dizer exatamente o motivo, mas gostava de passar o tempo com a irmã dos Haitani. Talvez pelo fato de ser uma pessoa muito mais calma e pacífica que seus amigos? Muito provavelmente.

Ao mesmo tempo, sentia um tipo de desconforto ao ficar ao seu lado. Não por qualquer característica de sua doce personalidade e inocência, pelo contrário, a amava. Mas sim por sua personalidade que ainda não era completamente conhecida. [Nome] ainda era muito misteriosa, muitas coisas em sua vida pareciam uma grande confusão e sabia... Sabia que ela escondia algum segredo. Parecia sempre triste e distante, como se algo faltasse em sua vida.

— Está escurecendo. — Ele reparou que as horas realmente passaram rápido e obviamente, Ran surtaria se sua irmã ficasse fora por muito tempo. Outra pessoa totalmente indecifrável... Pensava que eram amigos e que o conhecia muito bem, mas depois de descobrir a existência de [Nome], percebeu que não sabia quase nada sobre ele. — Vamos para casa, [Nome]? — Ele também viu que ela terminou seu desenho.

— ... — Quando ele falou a palavra "casa", a feição da garota mudou completamente. Ficou triste, cabisbaixa. Era como se fosse um filho pequeno que ficava triste quando o pai ia trabalhar. Não era a primeira vez que ela ficava muito triste por ter que voltar para os irmãos, mais um motivo para Kakucho suspeitar ainda mais daquela relação. Algo não se encaixava. — ... Tão cedo.

— Ah, [Nome], vai me dizer que a gente não se divertiu? — Ele tentou animá-la, colocando uma mão em seu ombro, ao que ela corou. — Eu até te ensinei a subir em uma árvore, andamos em um bote, fizemos um piquenique e você desenhou os patinhos. Foi muito divertido, não?

— Foi. — Ela sorriu levemente. — Não queria voltar. Queria ficar com você, Kakucho. — Ela fez até cara de choro. Foi algo muito triste e despertou ainda mais raiva e curiosidade de sua parte. Ele tinha quase certeza que seus irmãos não estavam cuidando tão bem dela assim. Ou algo ainda pior.

— Oh, princesa... — Ele se aproximou dela com muito cuidado e ofereceu um ombro amigo. — [Nome], o que foi? Pode falar comigo sabe...? Por que não quer voltar? O que tem de errado?

— A solidão... Ela é muito ruim. — Não imaginava que ela poderia vir às lágrimas, mas aconteceu. Como imaginava, ela guardava muita tristeza. Muita tristeza.

— M-mas... Não precisa ficar triste, [Nome]! Eu sou seu amigo, não sou? Não está sozinha. — Ele não sabia bem como lidar com uma garota chorando. Na verdade, deveria estar sendo patético naquele momento.

— ...Mas, em casa. Fico muito sozinha. É... Ninguém te quer aqui. — Novamente, começou a divagar, mas aquela última frase... Certamente tinha algo por trás. — Ninguém? Não... Não deveria ser assim... Irmão, não é? Somos irmãos. Irmãos...

— ...[Nome]!!! Quem te disse isso? — Ele encostou em seu braço, mas ela parecia completamente perdida. Apresentava clara confusão mental. Mas ele entendeu. Entendeu a mensagem muito bem.

o amigo dos meus irmãos - imagine irmãos haitaniOnde histórias criam vida. Descubra agora