Desculpa a demora, pessoal! Mas compenso com um capítulo bem bonito em minha opinião.
Ultimamente, perdi o gosto por Tokyo Revengers, mas ainda mantenho um grande carinho pelo Izana, os Haitani, Kakucho e muitos outros. Eles que me motivam a terminar minhas fics...
E é claro, a [Nome] dessa fic é a maior preciosidade que já criei! kkHoras depois…
A campainha tocava incessantemente, eram 10 horas da noite, coisa que foi capaz de assustar até mesmo Izana. Quem diabos apareceria sem avisar em sua casa às 10 da noite?
Um tanto injuriado, ao mesmo tempo curioso, Izana correu para a porta o mais rápido que pôde, para constatar algo no mínimo, inusitado e assustador!
Era [Nome]! A irmã dos Haitani em carne e osso e com o corpo e os cabelos ensopados por conta da tempestade lá fora. Seu olhar não era menos assustador! Não estava com seu olhar puro e inocente, estava fora de si! O rosto eformado por conta da maquiagem umedecida e o olhar completamente tomado pela insanidade. Tremia e gemia de frio e por ver todo aquele horror, Izana imediatamente a trouxe para dentro de casa. Ela não falou uma única palavra com ele, ao menos, diretamente. Repetia baixinho coisas como “não gosta de mim”. Estava divagando como a viu das outras vezes. Sim, se lembrava, [Nome] tinha momentos em que parecia completamente distante e tomada por memórias dolorosas de seu passado. Tinha muitas perguntas. Onde estavam a droga de seus irmãos? O que diabos aconteceu? Mas estas poderiam esperar, agora se preocupava com a saúde da garota, que parecia bem próxima de contrair uma pneumonia.
— [Nome]!! Onde diabos se meteu?!?! — Ele apenas perguntou aquilo enquanto a enxugava com uma toalha. Ela permanecia imóvel, mas à vontade com os cuidados de Izana.
— … — Ela parecia se esforçar para falar em meio às lágrimas, e quando finalmente tomou coragem, desabou — EU NÃO AGUENTO MAIS, IZANA!! NÃO AGUENTO MAIS!!
Ele pareceu ainda mais confuso do que antes, sem entender o que seria esse “mais”, então ela continuou:
— Eu! Não aguento ser EU!! Não aguento ser eu! Por que… Por que… Todo mundo me odeia!! Porque eu sou “eu”. Por isso… Por isso o Ran tava certo! Eu num divia ter nascido! Ninguém NINGUÉM me salvou de lá! Disseram que sou louca. Vejo coisas. A mãe… A mãe deles… Me deixou lá. E ELES NÃO ME TIRARAM! VOVÓ NÃO ME TIROU! — Ele ainda não conseguia juntar as peças, na verdade, mais questões vieram. Ran teria sido capaz de dizer aquilo para a própria irmã?! — Todo dia, todo dia. Ran e Rin. Me odiavam. Não me deixavam dormir. Barulhos que eu não gostava! Roubavam minhas bonecas! Ria e puxava meu cabelo e ela não fazia nada! — Não era a [Nome] que conhecia que estava dizendo aquilo. Era a [Nome] criança, do passado. Mesmo que ela não explicasse claramente a linha temporal, Izana entendeu tudo o que aconteceu.
Ran e Rin maltratavam a irmã em sua infância.
— [Nome]. E-eu… — Tentava encontrar palavras, mas não era a pessoa mais indicada para isso. No lugar, resolveu abrir possibilidades para [Nome] continuar desabafando. — Ran e Rindou… Eles te machucaram?
— Sim! Todo dia. Me odeiam. Disseram que eu num deveria ter nascido. Que… “Não somos irmãos’’. Ran… Ran puxava meu cabelo e dizia que iam me levar embora. Eu chorava. Instigavam… Instigavam as outras crianças a rirem de mim na escola! Tacavam pedrinhas… Tudo. Tudo porque… Eu sou eu. Ninguém me salvou quando me prenderam… No… No hospital de loucos. — Então sim, suas suspeitas estavam corretas. [Nome] tinha um passado macabro com seus irmãos. Mas infelizmente, era bem pior do que imaginara. Eles eram pessoas da pior espécie! Como poderiam ser tão cruéis e sangue frio agora? Eles queriam compensar seus comportamentos horríveis com aquela fantasia de família perfeita?
— [Nome]. Onde estão seus pais? — Ainda que soubesse a provável resposta, queria ter suas susitas confirmadas.
— Não tenho. Nunca vi minha mãe. Não lembro do meu pai. N-não… Não me queriam. Ninguém quer. Ninguém. Sozinha. Sou. Sozinha… Não sou irmã… Deles. Não pertenço… Eles… Eles são “os irmãos Haitani”. Eu não. Eu… Não tenho ninguém. Para. Me amar. — Ela falava tudo com muita dificuldade, como se estivesse de fato entalado em sua garganta por anos. Muitos anos. Era por isso que [Nome] tingia os cabelos? Não era loira e fora a cor dos olhos, não tinha absolutamente nada de semelhante com os Haitani. Estava tudo bem explicado agora. Eles eram irmãos de mães diferentes.
— …Hmmm… — Por mais que tentasse segurar, foi inevitável. Izana riu. E [Nome], ainda que com dificuldade para ler situações sociais e faciais, ficou confusa. Ele não deveria chorar com ela por saber toda aquela desgraça?
Mas não, jamais Izana iria rir ou zombar de [Nome] como os outros. O motivo de sua infeliz risada ainda lhe parecia inevitável: ele estava ridiculamente certo desde o início e tudo fez sentido! Nunca sentiria algo tão forte atoa. Ele agora tinha todas as respostas do motivo de seu fascínio pela menina!
— [Nome]!!!Você… Você é como eu! — Ela se assustou ainda mais com seu abraço forte e repentino. E não foi um abraço ruim. Muito pelo contrário… Foi o melhor abraço que já recebeu. O abraço de alguém que agora a via como realmente era: não a menina doce de coque duplo, não a maquiadora amadora e estilosa de Shinjuku, não a namorada excêntrica de Shion Madarame, não a caçula dócil dos Haitani. Simplesmente [Nome]. Uma menina autista de dezoito anos que havia se desconectado de seu eu verdadeiro. E elas pareciam ter se encontrado ali, naquele exato momento de ruptura. — Eu… Eu não posso dizer que somos exatamente iguais — era raro, extremamente raro Izana ser carinhoso ou lidar bem com garotas, mas com [Nome]... Era completamente diferente. Nela, ele via a necessidade de ser um herói, a melhor pessoa do mundo e um ombro amigo. — Mas… Eu sei exatamente o que sente aí. — Disse, colocando a mão em seu pŕoprio peito. — Não tenho família. Tenho irmãos. Não sou como eles. Não pertenço… A lugar algum. Só tenho o Kakucho. E você.
Ela parou de chorar por alguns instantes e corou, confusa.
— Eu?!
— Sim! Por acaso se esqueceu, [Nome]? Da nossa promessa no parque. Seríamos… Irmãos. Você… Não precisa ficar sozinha. Eu quero você. Do jeito que é, tudinho. Quero você em minha vida, [Nome]. E em troca, eu prometo… Prometo que jamais deixarei que alguém te magoe novamente. Isso inclui “os Haitani”.
— … — Ela se espantou com aquela promessa, mas seus olhos brilharam para os dele. E num impulso, retribuiu o abraço, ainda aos prantos. Por muito tempo, [Nome] ficou no colo de Izana choramingando, usava suas mangas como lencinho. Confessava que nunca teve tanta intimidade com uma garota assim, nenhuma sequer visitou sua casa antes da [Nome], mas não sabia explicar… Não ficava envergonhado, nem sentia qualquer tipo de atração por ela, simplesmente a via como uma irmã mais nova que nunca teve.
***
Enquanto [Nome] cochilava em seu sofá, Izana preparava o jantar. Não era nada sofisticado como os pratos de Kakucho, na verdade, era macarrão instantâneo ao som de Fast Car. [Nome] acabou encontrando mais um ponto em comum com Izana: tinham gosto musical parecido.
Você tem um carro veloz
Eu quero uma passagem para qualquer lugar
Talvez possamos fazer um trato
Talvez, juntos, nós possamos ir para algum lugar
Qualquer lugar é melhor
Começando do zero, não teremos nada a perder
Talvez nós façamos alguma coisa
Eu, eu mesma, não tenho nada para provar
E enquanto ouvia aquela música, pensava mais ainda na estranha conexão que compartilhavam agora. E percebeu que aquela foi a melhor visita que poderia ter recebido naquela noite.
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o amigo dos meus irmãos - imagine irmãos haitani
FanficApesar de serem brutais e cheios de malevolência, Ran e Rindou tinham um lado que poucos conheciam, na verdade, a única pessoa agraciada com esse lado deles era também a única causa daquela parte doce e gentil que habitava esporadicamente nos irmãos...