tem caroço nesse angu

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Ran

— Meu quarto tem mais luz. Meus esmaltes tudo lá. — Ela simplesmente havia surtado! Pegou nas mãos de Izana e o arrastou para seu quarto, Ran achou aquilo um absurdo!

— [Nome]!! Para com isso!! Não tá vendo que ele não quer ir? — Ran entrou na frente, não queria que os meninos fossem para o quarto de [Nome].

— Quem disse? Eu falei que queria, idiota. — Izana ignorou Ran e foi atrás de [Nome], também empolgado.

Kakucho, como fazia tudo que Izana fazia, foi junto. O que Ran achou ainda mais maluco! O que eles queriam com sua irmã? Que cabimento havia em seus amigos ficarem com sua irmã no quarto?!

— Para de ser besta! — Até Rindou perdeu a paciência. — O que você acha que eles fariam com a [Nome], seu idiota? Tá com ciúme por quê? São nossos amigos e nós estamos em casa! Deixa a [Nome] ter amigos também.

— Amigos?! [Nome] não precisa de amigos! [Nome] só precisa dos irmãos! Esses dois são completamente malucos, não vai prestar! — Ran queria por que queria interferir. Rindou também era protetor e sabia que [Nome] precisava de cuidados, mas não naquele ponto! Ran estava começando a exagerar e muito com a irmã, ela não era de vidro e precisava viver!

— Para com isso, Ran! Deixa a [Nome] em paz. Essa sua superproteção não faz bem para ela! — Ran continuava muito irritado e preocupado com o que acontecia lá em cima, o que estava irritando muito Rindou. — Por acaso não superou o que aconteceu ainda? Isso é passado, Ran! Ser um maluco obsessivo não vai mudar as coisas!

— CALADO!! — Obviamente, pela sua reação exagerada, Ran não havia superado. — Você nunca entenderia, Rindou!

— Claro que entendo, seu idiota! Eu também errei muito, mas o que podemos fazer? É passado. [Nome] está feliz agora, deixa ela viver também!

— Não. NÃO ENTENDE!! — Era muito claro o sentimento de amargura e remorso que Ran carregava consigo. Isso não era nada, nada bom. Rindou sabia que os sentimentos de Ran eram quase paternos, mas isso não era um relacionamento saudável de irmãos! Ele parecia carregar aquilo mais como obrigação do que por amor. — Agora me deixa em paz! — Ele ignorou tudo o que Rindou havia falado e foi correndo pelas escadas ver como eles estavam. Não, não tinha mesmo um motivo certo para se preocupar, era uma preocupação até mesmo irracional, mas inevitável. Ele precisava ver.

E o que viram, deixaram ambos os irmãos boquiabertos. Que cena!

Izana dava risada com as coceguinhas que [Nome] fazia na sola do seu pé com uma lixa específica. O outro pé estava em uma bacia com água quente. Kakucho? Estava bisbilhotando todas as maquiagens de [Nome] e até testava umas no espelho! Era como uma festa do pijama, só que com dois malucos e sua doce irmã!

— Hm? Ran? — Os três levaram um sustinho quando viram os irmãos com aquela cara na frente da porta. Então Rindou apenas sorriu e fingiu que não viu nada, também arrastou o irmão para fora do quarto.

— Viu? Sua besta! Não tem nada para que se preocupar, só nessa sua mente perturbada!

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Izana

Enquanto isso, no quarto...

— Adoro essa música! — Izana aprovou quando começou a tocar no rádio rosa de [Nome] Girls just wanna have fun. Combinava com o ambiente e o contexto. Sentia-se até mesmo em alguma comédia romântica como Grease, só que sem cigarros, é claro!

[Nome] era uma caixinha de surpresas pura: ficava extremamente concentrada em seu trabalho, sem falar um "a", fazia tudo com extrema delicadeza e era realmente, muito talentosa! Talentosa a ponto de fazer nail art em poucos minutos! Além de ser muito bonita. Não dava nem para saber porque ela havia gostado de Shion! Tinha os cabelos dourados, apesar de serem tingidos. Ao contrário dos irmãos, ela era morena e pintava o cabelo de loiro, tinha um estilo até bem parecido com o deles, o penteado extravagante, as roupas estilosas e os acessórios. Não tinha como dizer que ela não era uma Haitani! Era como se estivesse em um spa de luxo na casa dos Haitani. Quando ela finalmente acabou, Izana tomou liberdades para conversar com a garota:

— Então, [Nome]... Onde estão os seus pais? — Foi uma pergunta que Kakucho achou muito descabida. Havia acabado de conhecer a garota e ela não parecia pronta para receber esse tipo de pergunta!

Mas sua reação foi ainda mais estranha.

— ...Pais?

Ela perguntou aquilo como se fosse uma palavra que ela nunca havia escutado. Não sabiam descrever aquele momento, foi algo muito esquisito.

— É! Onde está sua mãe? — Izana insistiu na pergunta. Tinha o sentimento que se perguntasse para Ran ou Rindou, não obteria resposta alguma, mas [Nome] era muito mais sincera, certamente daria uma resposta exata.

— ...Eu não tenho mãe, ué. — Ela ficou muito confusa. E não foi no sentido de que sua mãe havia morrido ou qualquer outra coisa. Era como se nunca tivesse conhecido sua mãe.

Izana ficou ainda mais curioso e achou tudo aquilo muito suspeito. Então resolveu voltar para o pai:

— E o pai de vocês? Sabe onde ele está?

[Nome] também negou.

— Não tenho pai. Isso você teria que ver com o mano. — Ela certamente se referia ao Ran.

Muito, muito esquisito! Pensou que obteria respostas de [Nome], mas não. Elas ficaram ainda mais confusas em sua mente! Era inconcebível o fato de ela não ter uma única memória de seus pais!

— Vou jogar a água no banheiro. — Ela pegou a bacia, um tanto atrapalhada e saiu do quarto com passinhos desajeitados. Foi o momento ideal para Kakucho perguntar:

— Que porra você tá fazendo, Izana?! Que diabo de pergunta é essa? — Ele achou que seu amigo havia passado dos limites com a irmã dos Haitani. Era uma pergunta muito deselegante, na verdade!

Mas Izana não recuou, pelo contrário, confrontou o amigo, instigando-o a pensar como aquilo tudo era bizarro.

— Você não vê nada de errado nisso, Kakucho?! Por acaso não percebeu como tudo isso é estranho? — Ele perguntou num tom que mostrava até um grau de perturbação. — Como eles esconderam de nós que tinham uma irmã? É como se eles nem quisessem que nós soubéssemos da existência dela! E agora essa história estranha sobre ela não conhecer os próprios pais. Tem alguma coisa muito errada aqui! Quem estava com a [Nome] quando eles foram para o reformatório? Ela era só uma criança na época!

Realmente, quanto mais tentava pensar sobre a vida daqueles três, mais perguntas sem respostas apareciam.                                        

o amigo dos meus irmãos - imagine irmãos haitaniOnde histórias criam vida. Descubra agora