Capítulo 9 - Los Tontos

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 Lizeth Selene P.O.V

  "Andrea, não estou brincando. Foi o melhor sexo da minha vida." Divago, ainda presa em cada detalhe da finitas horas que passei com Giovanna Grigio na minha cama. Não sei quantas horas ficamos acordadas transando repetidas vezes, só sei que quando o cansaço bateu o dia já dava seus primeiros sinais.

  "Você sabe que isso tem altas chances de dar errado, certo?" Minha melhor amiga alerta.

  Estou jogada no sofá da sala dela, como de costume nos nossos dias de sábado, Andrea está na cozinha preparando algo para almoçarmos. Ela havia me acordado com uma ligação esta manhã (amém que ela ligou dessa vez, ao invés de bater na minha porta do nada), na verdade acordou eu e a loira em minha cama. Acontece que Andrea tem um ouvido apurado e bastou ouvir um murmúrio de Giovanna para ela saber que eu tinha dormido com a brasileira e me obrigar a descer o elevador para casa dela.

  "Já deu errado." Concluo. "Agora ela sabe que não resisto a ela."

  "Vai ser o casinho dela até ela voltar para o namorado dela?"

  "E não é isso que eu sou para todas?!" Indago. "A diferença é que ela é minha colega de trabalho, consigo separar as coisas." Às vezes acho que Andrea esquece que sou um caso perdido no quesito amor.

  "Não sei, Selene. Algo nisso não me cheira bem." Ela suspira, jogando-se por cima de mim no sofá, literalmente me esmagando contra ele. Um esmagado gostoso. É o tipo de pressão que faz seu corpo relaxar.

  "Você não gosta dela?" Pergunto, minha voz abafada pelo tecido do sofá.

  "Gosto e esse é o problema. É impossível não gostar dela, ela é uma bola de alegria ambulante."

  "Então, qual é exatamente problema?" Estou confusa com tudo isso.

  "E se você se apaixonar por ela?"

  Penso antes de responder isso. Tenho fugido de relacionamentos desde que 'escapei' do meu último relacionamento extremamente tóxico. Além disso, tenho sérios problemas em confiar nas pessoas depois de tudo que aconteceu entre mim e minha família. Talvez Andrea seja a única pessoa em que eu consegui realmente confiar nos últimos anos. Por mais que eu odeie admitir, eu não acharia de todo o ruim me apaixonar ou ter alguém para estar comigo, além do sexo. Mas quais eram as chances de eu me apaixonar por ela? Tudo ao nosso redor gritava que não deveríamos deixar isso passar de uma atração sexual.

  "Não vou me apaixonar por ela. Não posso me apaixonar por ela." Respondo. Era uma promessa para mim mesma.

  "Espero. Seria um desastre."

  "Seria." Concordo. "Seria um puta desastre."

Giovanna Grigio P.O.V

  "Ok, tchau meu amor. Até amanhã." Rafael se despede do outro lado da linha. Eu retribuo e desligo a ligação.

  Quase solto um alto suspiro de alívio ao encerrar aquela ligação. Por alguma razão estranha, eu não me sentia mais tão ávida a compartilhar meu dia a dia com Rafael, não que ele tivesse culpa. Pelo contrário, ele estava sendo um ótimo namorado dado nossas circunstâncias que envolviam fusos horários e grandes distâncias, mas parecia que para mim a nossa distância tinha passado dos quilômetros. Talvez fosse só saudade.

  Não importa, nem sequer tenho tempo para pensar nisso. Até porque batidas na porta me impedem. Como a grande idiota que eu sou, espero que seja minha vizinha. Espero que eu tenha esquecido alguma coisa lá e que ela use isso de desculpa para vir falar comigo, porque posso estar mumificada depois da noite que tivemos, mas não consigo parar de pensar nos dedos dela indo fundo em mim, no gozo dela na ponta da minha língua.

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