Capítulo 24 - Off my face

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Lizeth Selene P.O.V

"Wow, amor... você está incrível." Sinto como se todo o ar tivesse sumido dos meus pulmões no instante em que a visão de uma Giovanna Grigio em toda sua glória e beleza atingiu meus olhos. A brasileira estava simplesmente incrível naquele vestido justo e vermelho, uma mulher poderosa sobre aqueles saltos.

"Amor, respire. Não posso ficar viúva assim." Diz se aproximando de mim. "Você também está incrível, bebê." Dou uma rápida olhada no meu visual, uma calça social e uma blusa de botões azul marinho, nos pés um scarpin.

"Você acha?"

"Claro, minha namorada sabe se vestir muito bem. Devo dizer, no entanto, que prefiro ela sem roupa." Provoca deixando um beijo casto nos meus lábios, uma ironia comparado à frase que ela preferiu. Eu até tento aprofundar aquele contato, mas a brasileira me para. "Não quero borrar meu batom. Vamos?"

"Vamos, já chamei um carro." Digo orgulhosa de mim mesma por conseguir realizar esse feito sabendo apenas algumas sentenças em português. Amém às semelhanças das línguas latinas.

Saímos de mãos dadas pelos corredores do hotel em direção ao elevador, e quando chegamos ao hall de entrada não demora mais que 5 minutos de espera para o aplicativo avisar que o carro já nos esperava. Giovanna sentou na janela do carro e eu optei pelo banco do meio para poder ficar juntinha dela. Juro que se eu já não estivesse apaixonada por Giovanna, as luzes das ruas iluminando as feições tranquilas dela teriam feito com que eu me apaixonasse por ela. Entrelaço nossas mãos em cima do colo dela, brincando com os anéis em suas mãos, admirando a aliança no anelar direito.

"Eu sei que deveríamos falar de coisas felizes, mas quando isso começou?" Giovanna pergunta, baixinho e insegura. Encaro a loira sem entender e ela aponta com a cabeça para as marcas no meu braço, expostas pelas mangas arregaçadas da minha camiseta.

"A primeira vez foi quando eu tinha 17. Camila descobriu pouco tempo depois que eu comecei e me fez entrar na terapia. Um ano depois ela faleceu e tudo desandou de novo." Respondo num tom neutro, não é um assunto legal de ser tratado, ainda mais num jantar comemorativo, porém eu jamais esconderia nada de Giovanna.

"E você ainda faz isso?" Ela pergunta receosa, acariciando minhas marcas.

"Não. Voltei para a terapia depois que conheci Andrea." Começo. "Nos conhecemos nos testes para os papéis e ela como boa observadora que é logo notou minhas marcas. Ela não chegou de supetão e perguntou logo de cara, ela foi fundando uma amizade e pouco a pouco me incentivou a voltar para a terapia." Suspiro. "Não fosse por ela, eu..."

"Você ainda faz? Terapia, digo." Pergunta.

"Uhum. Uma vez a cada 15 dias. No começo eram duas vezes por semana, mas agora eu estou estável e minha medicação ajuda bastante." Falo, orgulhosa de mim mesma pelo meu avanço.

"Que bom, amor. Você bem, me faz bem." Ela diz carinhosamente depositando um beijinho na minha mão. "E me lembrei de agradecer à Andrea pelo incentivo." Completa risonha.

"Vou lembrar. Ela agora é toda sua amiga..." Mudo a pauta do nosso assunto com um ar de riso.

"Muito minha best." Gigi ri.

"Andrea nunca teve nada contra você, ela só tinha medo por mim. Agora que nós nos resolvemos, ela está nas nuvens, pois segundo ela, você me fez aquietar o facho." Falo recostando a cabeça no ombro da minha namorada.

"No fundo a Andrea só queria te proteger, eu entendo." Gigi divaga.

"Andrea é um anjo na minha vida."

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