Capítulo 4 - Strangers

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Lizeth Selene P.O.V

  "Não sei o que fazer, de verdade Andrea. Sinto como se estivesse enlouquecendo." Suspiro. "Conheço ela não faz nem um mês."

  Nesse momento eu estou deitada, ou melhor, jogada no sofá do meu trailer desabafando sobre minha vida amorosa com Andrea. A americana era o que eu tinha mais próxima de uma amiga, nos conhecemos há menos de dois meses, mas sinto como se ela me conhecesse há décadas.

  "Sabe que não pode confundir as coisas." Ela diz.

  "Eu sei disso, mas é difícil."

  As gravações da série tinham iniciado oficialmente a uma semana, mas já faziam duas semanas que estávamos ensaiando danças e músicas pra divulgar a série e definitivamente tinham sido dias agitados para mim, principalmente quando eu tinha cena com uma certa brasileira e precisava ficar na presença dela por mais que 40 minutos. Giovanna parecia não saber, ou se sabia se aproveitava muito bem, do efeito que tinha em mim. Quase achei que era coisa da minha cabeça ela estar sempre querendo manter contato físico comigo, me encarando do outro lado de salas lotadas e sorrindo para mim de forma sedutora, até que Andrea reparou nisso. Não que Giovanna não soubesse ser discreta, ela era, só que não o bastante para os olhos de águia de Andrea.

  E era por isso que a americana estava no meu trailer agora. Querendo saber o que estava acontecendo, ou não acontecendo, entre nós. Contei a ela tudo que tinha acontecido conosco desde que nos conhecemos e de como alguma chavinha tinha virado para nós depois daquele maldito ensaio no meu apartamento.

  Eu juro que tentava a todo custo fugir da presença dela, porque eu não queria misturar as coisas, porém a brasileira aparentemente tinha outros planos. E se eu estivesse certa, o plano era me enlouquecer.

  "Ela não colabora." Andrea conclui, talvez porque ela é boa observadora ou porque me vê agarrando qualquer oportunidade de sumir das vistas de Giovanna.

  Não que eu não quisesse estar nas vistas delas. Deus, o que eu não daria para poder estar nas vistas e nas mãos dela. Mas éramos colegas de trabalho e eu não queria estragar isso.

  "Não mesmo." Murmuro.

  "Droga, Selene. Era pra você ter dito que a Amber é sua namorada, talvez aí ela parasse..." Divaga ela.

  "Na hora eu não vi necessidade. E também, você sabe... eu só sou o casinho dela." Digo dando meu melhor para soar casual.

  Eu realmente não gostava de ser o casinho de alguém, mas sabia que ninguém em sã consciência assumiria algo comigo. Se aquele papo de todos sermos panelas e termos uma tampa eu provavelmente seria uma frigideira velhinha que não tem tampa, mas que ainda serve para passar um ovo e tal.

  "Você sabe que é mais que o casinho de alguém, não sabe?" Andrea pergunta baixinho se aconchegando comigo no sofá.

  "Uhum, tô sabendo."

  "Não seja irônica, Selene. Você é um ser humano incrível, ainda vai achar alguém que te valorize."

  "Talvez esse alguém não exista little Andrea." Rebato no mesmo tom.

  "Deixe de besteiras. Vai continuar fugindo da brasileira?" Ela pergunta retornando para o foco do assunto.

  "Não." Sinto seus olhos queimarem em mim como um 'o que?' gritado contra meus ouvidos. "Não tenho como fugir dela por um ano. Vou ter que arranjar um jeito de driblar isso sem parecer que eu estou fugindo dela. Não quero parecer rude com ela."

  "Que tal pensar nisso enquanto bebemos umas em algum bar na sexta?"

  "E desde quando álcool ajuda nessas coisas?"

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