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Capítulo 34 - 24 Hours

Lizeth Selene P.O.V

A manhã do dia em que Giovanna voltaria ao Brasil de vez amanheceu exatamente como no dia em que eu tive de ir buscá-la de última hora quando ela veio, uma manhã ensolarada e prévia de um dia quente. Giovana viajaria no final da tarde, eu iria levá-la ao aeroporto mais tarde.

"Bom dia, mi amor!" Saúdo na cozinha quando vejo a loira surgir no corredor. Bem que dizem que todo casal é composto por alguém que acorda cedo e um que dorme muito, no caso eu era a que acordava cedo, pena que é por vestígios de uma insônia.

Giovanna trajava o usual de quem sabia que está em casa, uma camiseta que ela me roubou e uma calcinha. Sorrio com a visão, contemplando o fato de que era nossa última manhã juntas naquele apartamento que praticamente compartilhamos nos últimos meses, em breve seriamos eu e ela num apartamento no Brasil. Por sorte, Giovanna tinha conseguido um apartamento maior no mesmo prédio em que ela morava antes de se mudar para cá e ele iria ser nosso novo lar em menos de 2 meses. Ela já tinha entregado o apto que a produção lhe cedeu e tinha literalmente vivido comigo ultimamente.

"Bom dia, mi amor! Não acredito que hoje é meu último dia no México." Ela diz me abraçando.

"Nem eu, mal posso esperar para ir junto com você." Confesso.

"Vou sentir sua falta! Promete que não vai demorar muito aqui?" Ela pede manhosa.

"Prometo!" Asseguro estendendo meu dedo mindinho que é rapidamente envolvido pelo dela. "Quando você menos esperar eu estou batendo na nossa porta!" Digo antes de roubar um selinho dela.

"Acho bom!" É o que ela diz, separando nosso abraço para ir se servir com café.

***

"É engraçado que você tenha vindo me buscar e me deixar no aeroporto nas vezes que fui e vim definitivamente?" Gigi questiona. Estamos sentadas numa das cadeiras espalhadas pelos aeroporto aguardando o voo dela ser chamado. Eu odiava dizer que meu coração estava apertado de pré saudade. Giovanna nem tinha deixado o México ainda, mas eu já estava sentindo falta dela.

"É engraçado sim, bebê." Confirmo deixando um beijinho nos cabelos espalhados no meu ombro.

"Talvez a verdade esteja ali, nos beijos em aeroportos." Ela cantarola e eu reconheço a música imediatamente. E 'Café com Pão' da banda Maglore e Giovanna gosta muito deles, talvez tanto o quanto ela gosta de Alabama Shakes ou Caetano Veloso.

"Rezas de hospital e coisa e tal" Completo.

"Seu português está afiado, hein? Vai ser um charme você no Brasil com esse sotaque guapa." Gigi comenta fingindo ciúmes.

"Só vale a pena se meu charme conquistar uma brasileira loira, atriz de novela, sabe?" Brinco apertando mais ela no meu abraço.

"Acho que essa aí você já conquistou." Ela vira o rosto para me olhar frente a frente. "Te amo."

"Também te amo, Gi. Prometo que vou para nossa casa o mais rápido possível. É só resolver as burocracias da gravadora e eu embarco no primeiro voo rumo ao Brasil." Reafirmo.

"Eu sei, enquanto isso eu vou cuidando dos últimos detalhes da nossa casa." Giovanna tinha entrado em contato com um dono de apartamento num bairro muito bem localizado em SP, ela queria ficar perto da família e eu jamais me oporia. Ela tinha visto por fotos e decidiu agendar uma visita para a semana que chegasse em casa. Eu não me importava muito com o lugar desde que eu pudesse viver junto dela, então deixei que Giovanna escolhesse tudo.

"Enquanto isso eu vou ajeitando nosso cantinho."

Quando a última chamada para o voo dela soa nos alto falantes do aeroporto meu coração aperta numa saudade enorme. Posso admitir que me acostumei mal em ter Giovanna todos os dias comigo, acordando e indo dormir comigo. Ficar alguns dias sem ela seria no mínimo dolorido. Por mais que eu soubesse que ela deixou várias recomendações com Andrea pra manter um olho em mim e garantir que eu continuasse indo a terapia e tomassse meus medicamentos. Não que eu fosse extremamente dependente de Giovanna, era só a forma dela garantir que eu ficasse bem e que ela soubesse que eu estava bem.