Três ✨

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O sangue fugiu do rosto de Azriel, nunca achei que era possível uma pessoa perder a cor com tanta velocidade.
- Como?- Sua voz não passava de um sussurrar falho.
- Eu gaguejei ?- Pergunto em um tom morbidamente frio, enquanto continuo segurando seu pescoço.- Não estou aqui para brincar, ser feito de fantoche e muito menos promover um chá da tarde com todas as suas pretendentes e provar por A mais B que sou a melhor coisa que você o caldeirão poderia te dar...

Faço questão de solta- lo bruscamente e quando o faço escuto o mesmo rosnar em resposta, agora se foi porque estava gostando ou por ter ficado puto eu não sei.
- Diga à mamãe que não irei descer para o jantar.- Resmungo achando uma posição confortável para dormir como se nada tivesse ocorrido segundos atrás, por alguma razão eu sabia que Azriel não havia saído do quarto em momento algum e isso alimentou uma parte de mim que dava pulinhos de felicidade ao notar os pequenos gestos do encantador. Eu sabia que estava protegido sob os olhos do espião, por mais que a situação tenha sido chocante para o mesmo eu deixarei para lidar com isso amanhã.

Acordo com o sol batendo diretamente no meu rosto, bufo puxando a coberta para me cobrir por completo e me deixar dormir mais algumas horas porém existe uma complicação saltitando no meu quarto.

- Nada disso pequeno gafanhoto! - A voz animada de Cassian triplica o meu mau humor matinal e minha vontade de dormir,com isso me embolo ainda mais na coberta.
Aparentemente esse gesto não o deixou satisfeito pois meio segundo depois ele estava sentado na minha cama cutucando a minha bochecha, feito uma criança irritante.
- Vamos Nini, você tem que descer para ver o bico colossal que Azriel está fazendo! - Ele diz, enjoando de cutucar a minha bochecha e se jogando sobre mim.- Eu não sei o que você disse pra ele ontem, mas ele passou a noite toda plantado na sala, ignorando tudo e todos.

Empurro ele de cima de mim e saio rolando da cama, me fazendo cair no chão no meio do processo e isso me faz soltar um palavrão nada digno de um herdeiro.
- Eu espero que vocês tomem café ao invés de chá durante a manhã.- Resmungo de mau humor, dando a volta na cama e seguindo em direção a porta mas no meio do caminho volto e pego Cassian pelo pé o puxando, fazendo o mesmo escorregar da cama.
- Eu tenho quase o dobro do seu tamanho e você me puxa com uma facilidade assustadora.- Ele diz se apoiando nos cotovelos e olhando para mim, me fazendo dar de ombros.
- A não ser que queira que eu te segure pelo pé e saia arrastando pela casa, sugiro que levante.
- Você continua um monstrinho quando acorda.
Reviro os olhos e saio do quarto, fazendo um gesto vulgar para Cassian no processo.

- Bom dia filhote! - Amren é a primeira me comprimentar, tirando os olhos rapidamente do quebra cabeça que estava montando.
- Dia...- Resmungo me jogando no sofá que tinha em sua frente. - Cadê o resto das pessoas nessa casa?
- Na cozinha, eles tomam café na ilha da cozinha... Acham um desperdício arrumar a mesa para o café.
- Justo.- Digo olhando para ela e para a peça que a mesma segurava.- Essa vai se encaixar no canto esquerdo.

A peça se encaixa perfeitamente, fazendo Amren dar um sorriso satisfeito e me olhar com o cenho arqueado.
- Monta quebra cabeça?- Pergunta com curiosidade.
- Deve ser um hobby de gente velha.- Respondo enquanto me levantando do sofá e lançando uma piscadela em sua direção.
- Onde está o respeito com os mais velhos?- Rosna Amren irritada.
- Eu sou mais velho que você, pássaro de fogo.- Digo seguindo em direção a cozinha.
- E eu ainda sou sua madrinha! Pirralho.- Esbraveja em minha direção.
- Como sua consciência preferir, pluma flamejante.

Assim que a frase faz sentido em sua cabeça, Amren me joga uma almofada com força o suficiente para quebrar um quadro.
- Amren, nada de ficar arremessando coisas dentro de casa!- A voz de meu pai soa divertida da cozinha, assim que entro no local era nítido a felicidade dos meus pais e a carranca de Elain e Gwyn.
- Tem café?- Essa é a minha primeira frase, nem chego a olhar para todos os presentes na cozinha.
- Tenha modos monstrinho.- Lucien fala me trazendo o café.
- Consegui o café, não foi?- Resmungo para ele de modo implicante, mas do mesmo modo deixo um beijo em sua bochecha em agradecimento.
Esse gesto faz Azriel soltar um rosnado baixo e vir em minha direção, ele tira a xícara da minha mão e joga o líquido fora, olho para ele irritado, eu não era uma pessoa agradável durante a manhã e ficar sem café me tornava ainda pior.
Azriel vai até o armário e pega outra xícara, em seguida vai até a máquina de café, quando ele ia colocar o pó a voz de Lucien dispara.
- Ele toma sem açúcar, encantador.
- Eu sei.- Azriel responde seco e volta a fazer o café.

Corte do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora