- Interessante.- Amren diz avaliando os objetos em sua frente.- E como exatamente isto funciona?
Ela pergunta mexendo em um revólver 38.
- Cuidado, não queremos acidentes...- Resmungo abaixando o cano da arma que ela apontou para meu rosto.- É só apertar o gatilho e disparar, ele vai lançar um projétil chamado de bala em direção ao alvo, e assim que atingir ira causar uma perfuração... Os tipos de bala variam, fiz alguns projéteis focados em determinadas criaturas, nada que uma mistura de magia, química e alquimia não resolvam.
- Deixe isso longe de Cassian, é capaz dele acertar no próprio pé.- Nestha diz se sentando no sofá atrás de mim, tenho certeza que ela levou um olhar indignado de Cassian.Solto uma risada baixa enquanto reviro a bolsa procurando aquele pequeno aparelho que eu teria que dar meus pulos para fazer funcionar em Velaris.
- O que está procurando? - Pergunta minha mãe se ajoelhando ao meu lado, resmungo um palavrão quando acidentalmente acerto a ponta de uma faca que estava solta sem nenhum tipo de proteção dentro da bolsa. Droga Bryce.
- Estou procurando meu celular.
- Seu o que?- Pergunta minha mãe confusa, solto um suspiro pensando em como eu iria explicar o que era um celular e como ele funcionava sendo que Prythian estava empacada no meio do caminho em uma linha temporal, não estavam em tempos como Terrasen mas também não estavam em tempos como Cidade Crescente... Prythian era realmente uma mula empacada no meio do caminho.
- Eu explico o que é quando eu achar essa pequena porcaria.- Digo por fim, levemente irritado por achar um pequeno pedaço de papel.Seu celular está no seu covil e eu preferi não tentar invadir novamente e levar um choque mágico... Apareça e pegue a porra do seu celular, mimadinho.
Ass: Sua princesinha predileta.
OBS: Me avise se estiver vivo, seu bastardo ! Se não estiver, vou pegar sua jaqueta de couro enquanto você diz "Oi" a Danika.Reviro os olhos com o drama expresso no papel, mas faço uma nota mental de mandar um bilhete avisando do meu estado físico, empurro a bolsa de lado e puxo uma pasta que continha alguns documentos e assim que à abro caem fotos de um caso que não estava ali antes. Outro caso. Outro assassinato. Mesmos símbolos, mesma disposição de cena, mesmo rastro, mesma forma de matar, um maldito assassino em série.
- Como você tem esses documentos?- Minha mãe pergunta em um ofego.- Esses desenhos deveriam estar no escritório do seu pai!Levo alguns segundos para digerir o que minha mãe disse, desenhos? Impossível, isso eram fotos de última qualidade... Se havia desenhos significa que havia mais corpos.
- Isso são fotos e não desenhos. - Digo sentindo minha coluna ficar rígida, olho para minha mãe.- Onde estão esses documentos?
- São documentos oficiais ...
- Não perguntei se são oficiais, perguntei onde eles estão.-Digo com a voz extremamente séria e dura.
- São crimes que aconteceram em cortes diferentes, só temos o relatório geral de alguns assassinatos aleatório.- Cassian toma a fala, assumindo a autoridade de general.
- Não são crimes isolados, se o modo operante for o mesmo que esse aqui...- Digo apontando para a foto. - Estamos procurando o mesmo assassino, quem está trabalhando com esse caso aqui?
- Azriel, ele colocou os espiões para ficarem em sinal de alerta nas cortes e está juntando as evidências.A palavra evidências me põe em pé com um salto, me sinto ficando extremamente tenso, como eu não ficava a semanas.
- Evidências? Ele não deixa evidências, nem sequer uma fagulha de cheiro fica presente.- Digo ríspido.
- Ele deixou recados nos corpos, escritos com um objeto cortante na pele.- Azriel diz sério, todos os presentes nas salas assumiram seus títulos e funções dentro da corte. E como eu não tinha uma posição ali além de herdeiro a única coisa que me vem a cabeça é ir ao necrotério e achar essas marcas.
- Puta merda.- Digo ao sair batendo a porta.✨✨✨
Eu nem sequer tinha trocado a roupa de treino quando fiz a viagem para a dimensão da Cidade da Lua Crescente e me importei ainda menos quando praticamente invadi a biblioteca que Bryce trabalhava.
Ouço o barulho de saltos batendo no assoalho de forma apressada.
- Guarde o aspirador de pó Quinlan! Não sou uma ameça.- Digo ríspido, enquanto me recuperava do puxão que a viagem causava.
- Nyx? O que caralhos você está fazendo aqui?- A cabeleira ruiva marsala toma a minha visão.- Não devia estar com sua família? Ou eles já foram pé no saco o suficiente?
-Os assassinatos...- Digo vendo seu corpo ficando rígido.- Também estão acontecendo lá, pegue um livro de bárbaro antigo, especificamente sobre símbolos mortos preciso levar comigo, não tenho na minha biblioteca particular e pegue um casaco, temos que ir ao necrotério.
- Vamos passar no seu covil antes?- Pergunta seguindo para as prateleiras e procurando o livro.
- Sim, preciso colocar trocar de roupa e pegar um canivete.O som do mini salto do coturno que eu usava fazia quase uma orquestra junto ao som do salto agulha de Bryce.
- Como vamos entrar?- Pergunta ela.
- Pela porta.
Sua sobrancelha se arquea em deboche, era possível ler o "jura" estampado em seus olhos.
- Eles vão nos barrar! Você por um acaso tem jurisdição aqui? - Pergunta ela em um sussurro agudo.
- Eu tenho a jurisdição em qualquer lugar em eu esteja, Bibi.- Digo olhando para ela.- Achei que isso já tinha ficado óbvio.
- Quantos anos você tem? Mil?- Pergunta ela em tom de sarcasmo.
- Eu sinceramente parei de contar.-Digo dando um sorrisinho de lado.
- Está tirando com a minha cara, não é?
- Não senhora.
- Você é velho para caralho, puta que pariu! - Responde ela em um arfar. - Como isso é possível?
- É uma história longa.
- Claro que é uma história longa,tem mais de um milênio... E eu achando que você era só um rostinho bonito.
- Cale a boca Bibi, vamos entrar e sair sem chamar atenção.- Digo resmungando.
- Claro, quem vai dedurar a gente? Os mortos eu tenho certeza que não.- Responde a mesma, com a voz recheada de deboche.Solto uma risada baixa com essa constatação enquanto empurro a porta e entro naquele local gelado... Cheirava a formol e produto de limpeza.
- Gaveta 205 e 289.- Digo colocando as luvas e puxando o pequeno canivete.
- O que vai fazer com isso? - Pergunta Bryce também colocando as luvas e indo abrir as gavetas.
- Tirar a pele em que se localiza a inscrição.- Respondo seguindo até ela para abrir um dos sacos, vejo o rosto da vítima completamente mutilado, sei que isso causou um pequeno arrepio em Bryce, mas em mim aquilo era indiferente, já havia visto coisa extremamente pior.- Será rápido, preciso conservar a pele em uma placa de vidro fechada a vácuo e levar para Velaris.Resmungo fazendo o corte com delicadeza, seria difícil separar a pele da carne sem prejudicar o que estava cravado na mesma.
- Foi!- Solto essa comemoração assim que termino o segundo corpo.
- Elas parecem iguais pra mim.- Resmunga Bryce.
- Muda poucas coisas e para o nosso azar os outros corpos já foram cremados e devolvido as famílias.- Digo guardo as peles dentro das placas de vidro. - Vamos embora daqui.
- Não precisa falar duas vezes.Saímos apressados do prédio até termos uma distância segura para eu conseguir nos transportar de maneira discreta de volta a biblioteca.
- Bibi, estou levando o celular e vou por meus homens em vigia.- Falo a olhando profundamente, aponto para o anel que eu tinha dado de aniversário para ela. - Chame por ele se precisar de mim.
- Seu parceiro não tem um desse? - Pergunta levemente ácida, tentando disfarçar a preocupação com a situação, somente faço um som de desdém antes de responder.
- Só você e uma vadia cuspidora de fogo tem esse privilégio.- Respondo com um sorriso de canto.- Tenho que voltar, fique viva Bibi.
- Até logo, mimadinho.Sinto o puxão da viagem entre linhas temporais surgindo no fundo do meu estômago, eu sinceramente odeio essa sensação, mando uma piscadela para Bryce antes de ser completamente sugado. Caio diretamente no chão da sala da casa dos meus pais em Velaris.
- Eu odeio essa sensação, puta que pariu!- Resmungo finalmente levantando o olhar para os integrantes que estavam na sala. - Quanto tempo fiquei fora?
- Não faz cinco segundo que você saiu batendo aquela porta, como foi cair na sala? - Pergunta minha mãe agitada.
- Longa história.- Respondo me colocando em pé.- Vou precisar dos documentos e relatórios dos assassinatos.Meu pai olha sério para mim, era quase possível ver as engrenagens do seu cérebro girando e trabalhando, tentando chegar em alguma conclusão, ele da um sorriso de canto como se uma lâmpada tivesse se acendido em sua mente.
- Você quer os documentos?- Pergunta o mesmo, cruzando o braço e abrindo o seu sorriso que eu carinhosamente apelidei de "vou tentar bancar o herói".
- Sim, óbvio.- Respondo quase rosnando.
- Então você e Azriel terão que trabalhar em equipe! - Diz ele, quase fazendo viva com as mãos.
- Oi?- Pergunto, esperando ter ouvido errado.
- Você e Azriel irão trabalhar juntos... Como parceiros!
- Vocês enlouqueceram completamente. - Rosno. - Ele não vai.
- Ele é um espião, um dos melhores...- Diz ela, dando o sorriso de quem quer bancar o cúpido.- Ele vai junto para representar a corte.Trabalhem juntos!
- Foda-se.- Respondo duramente.- Eu também sou um espião, eu sou o herdeiro da corte e eu já tenho pessoas trabalhando comigo. Ele não vai, quero ele aqui, quieto e seguro aqui!
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Olá piticos, esse capítulo foi um pouco menor mas é a chave da mudança dos pombinhos!
Espero que gostem!!
Até o próximo cap, bjos da tia Bella. ✨

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Corte do Caos
Fiksi PenggemarO caldeirão sempre teve a péssima mania de brincar com o destino das pessoas, e ele me deu um laço de parceria que se tornou a minha maldição... O herdeiro da Corte voltou, e ele tomaria tudo que foi tomado, custe o que custar. Bem-vindo a Corte...