Uma vez, um anoitecer
Como nunca a lua resplandecia
E as estrelas faziam companhia.
Era lindo, era belo de se ver.
Olho a noite e lembro-me da beleza
E pergunto-me
Como isso é possível?.Me lembrei de quando te conheci
De quando me esbarrei no teu olhar castanho
E senti algo estranho
Que nunca imaginaria que seria capaz de sentir.
Agora sou uma pessoa
Que não para de perguntar-se
Como isso é possível?.Minha vida iluminaste
Bem mais do que as estrelas e a lua
Talvez eu queira da resplandecência tua
Mesmo que não saibas o que em mim causaste.
Fiquei a pensar muito nisso
E por isso pergunto-me
Como isso é possível?O que devo fazer?
Será que eu deveria sentir essa sensação?
Será que eu deveria tomar conta do meu coração?
O que devo fazer?
Ah, céus, são tantas as perguntas...
Mas uma ainda não cessa:
Como isso é possível?.Estaria eu a cometer uma blasfêmia
Em dizer que és mais brilhante?
Mais que as estrelas e a lua cintilante,
Estaria a ser tola minha consciência?
Pense, pense um pouco...
Mas espera um pouco...
Como isso é possível?Talvez não saibas, talvez não penses,
Que iluminaste minha vida assim
Talvez nem saibas de mim
Nem dos meus olhos castanhos resplandecentes.
O mundo é tão grande e pequeno,
E agora tão insignificante perante aos seus olhos castanhos...
Como isso é possível?De repente toda minha dor parecia não existir;
Insignificava perante beleza como aquela.
A lua no céu também deixou de ser tão bela
Era insignificante perante a ti
Perante aos teus olhos castanhos
Cativantes
Brilhando na minha vida.Mas como isso é possível?
São José dos Campos, 19 de julho de 2022
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São José das Angústias - Uma Coletânea de Textos de uma Joseense Solitária
PoetryDe felicidade à melancolia, de paixão à decepção e de sofrimento à superação: tudo está reunido na mais nova coletânea de textos de uma pessoa angustiada entre lágrimas, chuvas, jovens e bolinho caipira. No aniversário de 255 anos de sua cidade nata...