10︱Pode ser assim, né?

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Chuva é tão bom né? Dá um clima bom.

Que humilhante da sua parte, fazendo de tudo por amor.

M i l o

─ porra! ─ Elly exclama batendo na mesa irritada, Bárbara está com uma expressão de nojo e Amelie está sem reação. Eu contei tudo, Elly morde o próprio lábio inferior, provavelmente tentando conter a própria raiva. ─ eu sabia, aquele idiota não tava fazendo trabalho nenhum. É óbvio que ele iria jogar pro Olivier, e é óbvio que Lucas tem tudo a ver com esse afastamento estranho. Mas como? E por que o Oli aceitou? ─ ela começou a segurar o próprio cabelo loiro, olhava para a mesa encarando o prato intocado.

─ pressione ele. ─ Amelie diz, todos da mesa olhando. Ela umedece os lábios batendo os dedos repetidamente na mesa, Amelie parece irritada. ─ pressione ele á contar, Milo. Olivier é fraco quando sé trata disso, já descobri que ele sofria bullying dessa forma. Então, como é pro bem dele, faça. ─ sua voz saiu grossa, ela não olhava para nós. Olhava para a mesa onde geralmente Elly e Olivier se sentavam, sentavam porquê Olivier não está nem vindo mais para o refeitório e Elly agora se senta conosco.

─ É, faça isso! Ele gosta de você, no caso confia muito em você, com certeza vai falar e não vai ficar irritado! ─ Elly diz, seu olhar brilha em esperança.

─ pressionar.. O Olivier? ─ minha voz sai baixa, quase inaudível. Eu nunca tentei pressionar ninguém, muito menos tentei fazer isso com Olivier. ─ eu posso.. Tentar. ─ digo.

─ é só fazer o seu olhar mais sério, se sentir dó não demostre. Olivier não vai conseguir segurar, depois você pode dar todo o seu carinho e amor a ele. ─ Amelie diz simplista, sinto minhas bochechas esquentarem.

Faça isso Milo, pelo bem de Olivier!

[ . . . ]

Você consegue, você consegue, você consegue! Encaro a porta do dormitório e a abro, Olivier estava prestes a sair suas mãos estavam prontas para tocar a maçaneta. Ele está segurando um papel, seus olhos se arregalam e ele dá um passo para frente, tentando passar por mim.

Ok, só vai!

Eu seguro o braço dele, entro no dormitório o puxando. Espero que não esteja doendo, não estou apertando. Fecho a porta com uma força estranha, Amelie disse pra eu fazer isso. O coloco contra a porta, seguro ambos os pulsos dele, coloco os braços dele pra cima sobre a cabeça dele.

─ Milo.. isso não.. ─ ele começa mas não termina, ele engole seco tentando se soltar de mim, o que não dá certo.

─ Me escute, eu vou perguntar só uma vez. Por que você está se afastando de mim? Me ignorando. ─ digo, meu tom de voz está sério. Olivier me encara e eu não paro de encarar ele, seus olhos verdes vão para outra direção mas antes que ele fale eu abro a boca. ─ quero que você responda olhando nos meus olhos, você consegue responder fazendo isso, olhar para mim não cobre sua boca. ─ digo. Olivier engole em seco, talvez nossa aproximação esteja o deixando mais nervoso do que o normal.

─ E-eu.. ─ ele diz, sua voz sai trêmula. Eu quero desistir de fazer isso, pressioná-lo não é algo que eu goste de fazer. ─ eu só ando muito ocupado.. V-você entende né? Não estou te ignorando ou.. ─ ele para de falar, eu ergo uma sombrancelha o encarando. Seus olhos brilham de uma forma estranha, lágrimas aparecem em seus olhos. Olivier balança a cabeça, abaixando a mesma. ─ diga que você me entende.. ─ sua voz sai baixa, soa como uma imploração.

O dormitórioOnde histórias criam vida. Descubra agora