𝓑𝓸𝓪 𝓵𝓮𝓲𝓽𝓾𝓻𝓪Mas eu conseguia escapar às vezes. Tipo na noite anterior, na festa da condessa Barbisan. Felizmente a minha noiva e sua família estavam ausentes. Eu não tive o menor remorso em deixar a baronesa Defoe falando sozinha sobre o seu reumatismo, que era realmente um assunto muito interessante, principalmente para mim, o único jovem na festa que não foi convidado para dançar e foi obrigado a se acompanhar das mulheres idosas presentes, e me apressar em sair, disfarçadamente por uma das portas laterais.
Não é como se alguém fosse dar pela minha falta, mesmo toda a minha família também estando presente Exceto, talvez, a minha guarda-costas, a Felícia, mas ela tinha ficado do outro lado do salão e eu tinha feito de tudo para sair de suas vistas. E, acredite, ser um príncipe nem sempre faz de você o centro das atenções, pelo menos, não no meu caso. Mas também não quer dizer que é fácil apressar o passo.
A condessa Barbisan realiza esses enfadonhos bailes sempre que vem ao meu país, e ela vinha algumas vezes por ano. Dessa vez o baile estava acontecendo no salão de recepções do Hotel Closs, o mais caro do país. Com toda aquela decoração extravagante e luxuosa, madeira de lei em toda a mobília, lustres de crista... A porta lateral pela qual eu saí, levava ao jardim. E que jardim! Metros e metros de arbustos e roseiras bem cuidados se estendiam. Rosas de todas as cores exalavam perfume por todos os lados.
Andei até bem dentro do jardim, onde as plantas eram tão altas que formavam paredes e praticamente transformavam o caminho de pedrinhas em um labirinto. O ar frio da noite me deixava arrepiado. Olhei para a frente e lá estava ele. Seus grandes olhos também castanhos me encontraram. Sorri, feliz. Ele me retribuiu o sorriso quando eliminei a distância entre nós e me atirei em seus braços. Ficamos abraçados ali por um minuto inteiro, até ele puxar minha cabeça para um beijo entusiasmado.
Me deixei envolver, por um instante, sem me preocupar que alguém pudesse me flagrar aos beijos com um garoto no meio do jardim. Pior do que isso: com um plebeu.
Eu conheci o Changbin há cinco anos, quando estudávamos na Nicola Tesla, onde estudei durante todo o ensino fundamental. Ele foi transferido para lá na quarta série, basicamente porque foi quando os pais dele tiveram dinheiro o bastante para pagar pela escola.
Bem quando tínhamos catorze anos, ele me chamou para sair. Mas não era como se eu realmente pudesse sair com ele, sério, meus pais simplesmente surtariam se eu pedisse para ir, sei lá, ao cinema com um garoto, mas eu fugi da minha segurança particular uma tarde e nós nos escondemos no almoxarifado. Eu sei, pode dizer, é muito romântico.
Durante dois meses nós ficamos. Certo, depois que minha guarda-costas descobriu sobre o almoxarifado, nós tivemos que nos mudar para a parte debaixo da arquibancada, na quadra de esportes.
Não é como se o Binnie fosse pobre. Nada disso. Ele é filho dos donos do Buffet Premium, o mais caro do país e, claro, o mais contratado pela alta sociedade. Na verdade, eles estão bem ricos. Mas a família dele começou o negócio como uma cozinha comum, de encomendas para festa e a empresa cresceu. Eles têm dinheiro, mas não têm nenhum título de nobreza ou algo assim.
Eu obviamente não me importo com nada disso, mas a minha família se importa, assim como toda a alta sociedade. Eles nunca aceitariam um relacionamento entre mim e um cara sem título algum.
Logo depois eu saí da Nicola Tesla e fui cursar o ensino médio na Marie Curie. Acho que me separar do Chan foi a parte mais traumática de ter que mudar de escola. Além, claro, de precisar morar na escola. Há seis meses nos reencontramos coincidentemente na festa de aniversário do barão LeRoi. Desde então, a gente se encontra em todas as festas que temos oportunidade.
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Real; hyunlix.
Paranormal𝗮𝗱𝗮𝗽𝘁𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 ੭. Felix achava que já tinha problemas demais para lidar entre a escola, as cobranças da família, o seu namorado secreto e o fato de ser um príncipe em um país prestes a entrar em guerra com seu vizinho. Mas percebe que as coisa...