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𝓑𝓸𝓪 𝓵𝓮𝓲𝓽𝓾𝓻𝓪

Provavelmente, o Chris ficou mais satisfeito que eu por meus pais finalmente terem me liberado para sair. Digamos que entre a minha fuga e eu ter acabado com todo o plano que haviam feito para mim, não tinha mais muita coisa que pudesse ser resolvida me mantendo preso em casa - além do mais, começaria a parecer estranho se eu não fizesse mais nenhuma aparição pública na vida.

Sabendo disso, o Bangchan não perdeu tempo em me chamar para ir até a sua casa. Ele me contou que a Lê, a garota com quem ele andava trocando flertes, havia voltado de viagem e o convidado para sair - ir assistir uma comédia romântica e tal. Ele queria que eu a ajudasse a escolher uma roupa.

O Chris nunca tinha saído com ninguém e, por algum motivo, ele achava que era um especialista. Tipo assim, essa era a ideia mais errônea que já lhe ocorrerá, porque a verdade era que a maior parte do tempo eu não tinha ideia do que estava fazendo. Ter ficado com três garotos na vida não fazia de mim especialista em nada.

Ele acabou optando por uma calça jeans, botas de cano curto e uma camisa de bolinhas - nada que realmente precisasse da minha opinião. Ele também optou por me expulsar assim que terminou de se arrumar - ele nem deixou que eu desse uma espiadinha para analisar a garota, só me mostrou as fotos dela no Instagram.

O Evandro, meu motorista, fechou a porta quando entrei no carro e a Felícia havia se acomodado ao meu lado no banco de trás, quando meu celular começou a tocar, me sobressaltando. A Felícia continuava olhando para a frente.

Tirei o celular da bolsa certo de que era minha mãe mandando que eu voltasse para casa. Mas em vez disso, o nome que aparecia no visor aqueceu meu coração. Atendi na mesma hora - talvez parecesse que eu estava um bocado ansioso, mas não me importei.

- Oi - falei, sabendo que minha guarda-costas podia ouvir cada palavra.

- Oi. - A voz dele tinha uma ponta de cautela.

- Ainda está aborrecido comigo? Devo temer pela minha segurança? - Perguntei, descontraído.

- Não. Talvez só um pouco. - Contive o impulso de suspirar quando ele deixou escapar um risinho espontâneo.

- Tudo bem? - Perguntei um pouco mais seriamente.

- Sim, acho que sim. Exceto pelos preparativos para o discurso do meu pai, no sábado, que tem me tomado todo o tempo. Mesmo que, na realidade, eu apenas precise ficar em pé no fundo do palanque, tentando não parecer absolutamente entediado.

Franzi a testa, dando uma olhada de soslaio para a Felícia. Ela ainda estava ne mesma posição. Estiquei as pernas, meus sapatos Oxford tocaram a parte de trás do banco do motorista. Baixei a voz ainda mais.

- Tenta não se estressar e cansar demais. - Houve um silêncio do outro lado da linha. - Você tem dormido direito?

Ele não respondeu de imediato. Cheguei a achar que a ligação havia caído, mas ele disse, por fim, percebendo o tempo extenso que tinha demorado.

- Desculpe. Eu só não estou habituado a ter alguém com esse tipo de cuidado. - Senti meu rosto esquentar, sem-graça de repente pelo tom de voz dele. Por sorte, ele mesmo concluiu, um pouco despreocupadamente - De qualquer forma, sim, eu tenho dormido bem, no geral.

Com uma olhada pela janela, percebi que infelizmente já estávamos quase chegando em casa. Não é como se eu não quisesse voltar para casa apesar de já ter ficado bastante tempo no quarto, mas agora que eu tinha internet outra vez, podia colocar em dia todas as minhas séries que estavam atrasadas -, mas provavelmente não era uma coisa muito inteligente andar pela casa toda falando ao telefone com o Hyunjin. Antes que meu tempo acabasse, contei.

Real; hyunlix.Onde histórias criam vida. Descubra agora