A Marca da Besta

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"Para que ninguém pudesse comprar ou vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis. " 

- Apocalipse 13:17,18 -




Centro de São Paulo, 4 de Maio de 2035.

Já era meio da manhã quando Juliette se sentou nos degraus da escadaria a frente de seu prédio, era um dia quente em São Paulo, assim como costumava ser as manhãs e tarde antes dos termômetros esfriarem fortemente com a chegada da noite. A morena observava as pessoas passarem apressadas pela rua, escutava o ranger dos motores acelerados dos carros e motoristas estressados que não se preocupavam em respeitar as regras básicas do trânsito. 

Sentada a beira do parapeito do terraço, estava Sarah, a loira observava sua humana. Não haviam demônios próximos naquele momento e isso a deixava mais tranquila. Sentia as sensações de Juliette naquele momento e se sentia bem ao perceber que a humana estava feliz por ter comido bem e se sentiu ainda melhor por ter causado isso a ela. Sarah pulou do terraço e pousou na calçada, a poucos metros da morena sentada nas escada e distraída em seus pensamentos enquanto seu olhar castanho se perdia ao longo da rua.

:- Olá. - a voz da loira ecoou de forma cantada.

Apesar do tom suave, foi possível ver Juliette sobressaltar com o susto. Sarah sentia a sensação do susto de Juliette e era algo novo, era diferente e uma sensação um tento engraçada que fez a loira sorrir divertida para a morena. Juliette encara a loira enquanto tinha uma mão sobre o peito e ali sentia seu coração acelerado. 

:- Você está me seguindo? - Juliette encara a loira com um olhar desconfiado.

:- Talvez... - Sarah dá de ombros e se aproxima parando aos pés daquela escadaria. Juliette semicerra os olhos na direção da loira e ri para aquela resposta.

:- E por que está me seguindo? - questiona ainda curiosa, a mesma curiosidade que carregava desde a noite anterior. 

:- Queria saber se gostou do café da manhã. - Sarah pergunta encarando a morena e no mesmo instante assiste um sorriso largo e encantador se abrir nos lábios de Juliette, o que fez Sarah automaticamente sorrir também.

:- Então foi mesmo você. - Juliette diz animada ao perceber que suas suspeitas tinham sido confirmadas. Sarah apenas assentiu. - Como conseguiu entrar? - seu rosto se molda em dúvida.

:- A segurança do seu prédio não é uma das melhores. - Sarah diz simples. 

Não poderia ainda dizer a verdade, mas também aquela não era uma mentira, afinal anjos não mentem, e Juliette sabia pois apenas encarou a porta de entrada e visualizou o trinco frouxo que tinha ali, o mesmo trinco que já estragou tantas vezes com ela e assim a morena apenas concordou e voltou a encarar Sarah.

:- Obrigada pelo café da manhã. - Juliette sorriu para ela, mais uma vez aquele sorriso genuíno que Sarah percebeu gostar de ver no rosto da morena. 

:- Não precisa agradecer. - diz sincera enquanto guarda as mãos nos bolsos do terno.

Juliette continuou a encarar aquela mulher loira e bem vestida. Uma completa estranha a quem ela sabia apenas o primeiro nome e, apesar disso, apesar de não saber quem era aquela mulher, a loira lhe causava sensações boas e estranhamente lhe dava segurança, algo que a muito tempo não sentia, desde que o mundo havia se tornado um lugar cruel de mais. Juliette analisou o terno elegante daquela mulher, o mesmo da noite anterior, estava um dia claro e quente em São Paulo e até mesmo Juliette, que costumava sempre usar roupas que cubra bem seu corpo, naquele dia se permitiu usar uma camiseta.

7 VIDAS POR VOCÊ - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora