A Primeira Morte, Luxúria

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Asmodeus

É um espírito do mal, sua representação é a luxúria. Um ex-serafim que também foi expulso junto a Lúcifer se tornando um dos sete líderes do inferno. Sua origem, na verdade, remete a uma religião persa chamada zoroastrismo. Ele foi absorvido pelo judaísmo, que o associa ao rei de Sodoma, a cidade bíblica cheia de exageros sexuais e profanos, destruída por Deus no Velho Testamento. 



Centro de São Paulo, 5 de Maio de 2035.

Fazia uma hora desde que Juliette tinha despertado, porém se manteve deitada em sua cama enquanto observava, por sua janela, o céu claro daquela manhã e sentia sua pele ser beijada pelo sol. Deixava sua mente passear nas lembranças que tinha do dia anterior, sua ida ao parque após tanto tempo. Lá se recordou do quanto gostava de estar naquele lugar, o quanto se sentia bem. Esse pensamento também a fez recordar de Sarah, a mulher que também a fazia se sentir bem, a mulher que parecia saber o momento exato de chegar e causar tantas sensações diferentes e trazer mudanças no seu dia.

Recordou o beijo que deu na bochecha da loira e se perguntou se tinha feito certo, porém foi algo tão espontâneo que quando se deu conta já estava fazendo e a sensação que teve com aquele simples toque foi algo tão bom, tão suave que não a permitia se arrepender, porém tinha medo que Sarah não tenha gostado do que ela fez, e isso a preocupava, mas então vem a lembrança do sorriso genuíno de Sarah enquanto se despedia e apenas essa recordação era responsável por fazer o peito de Juliette se aquecer de um minuto a outro e, mais uma vez, a morena sorriu para o nada.

Se deixou vagar pelas lembranças de Sarah durante mais alguns minutos e apreciar as sensações boas que a mulher lhe causava, se pegou sorrindo por algum momento e logo que percebeu, negou com a cabeça se repreendendo e lembrando a si mesma que Sarah não deixava de ser uma desconhecida e estranha, além de claramente ser uma mulher de alta sociedade, talvez estivesse fazendo caridade em passar um tempo com ela, não havia por que a mulher loira se interessa minimamente em uma amizade com Juliette, e com esse choque de realidade, ela suspirou pesado decidindo então finalmente levantar de sua cama.

A morena esfregava a escova em seus dentes enquanto encarava seu reflexo no velho espelho e manchado do banheiro, quando escutou a campainha tocar. Dois toques. Juliette cuspiu a espuma e enxaguou sua boca antes de agarrar a toalha e secar suas mãos. Seus passos eram apressados até a sala, novamente se perguntava quem poderia ser já que não recebia visitas e ali se viu imaginando se poderia, mais uma vez, ser Sarah quem tocou sua campainha e assim outro sorriso surgiu nos seus lábios em pura expectativa.

Parou diante a porta e segurou a maçaneta, antes de abrir, percebeu que mais uma vez sorria com as lembranças da loira e mais uma vez se repreendeu, voltando a sua expressão neutra. Juliette abriu a porta e logo reconheceu aqueles fios loiros com leves cachos.

:- Bom dia. - a voz suave de Sarah chegou aos seus ouvidos e em resposta Juliette sorriu, sorriu largo, não se contendo, ao ver a loira ali parada a sua frente com um lindo sorriso a admirando.

:- Oi. - diz entre seu sorriso e sentindo uma leve timidez ao se tocar que recebia Sarah estando ainda vestida apenas com seu pijama. Por outro lado, Sarah se viu presa naquele sorriso e na coloração rosada que viu surgir nas bochechas de Juliette.

:- Eu... - Sarah raspa a garganta ao perceber que já estava encarando a morena a muito tempo. - Eu vim para irmos ao parque e trouxe algumas coisas do mercado.

7 VIDAS POR VOCÊ - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora