Vi no céu ainda outro sinal, grande e admirável: Sete anjos que tinham as sete últimas pragas; Porque nelas é consumada a ira de Deus.
Apocalipse 15:1
Centro de São Paulo, 6 de Maio de 2035.
O raio de sol que entrava pela janela, que foi esquecida aberta na noite anterior, tocava a pele de Sarah e Juliette as aquecendo de uma forma confortável. A morena se mexeu sobre o ombro de Sarah e lentamente seus olhos se abriram sentindo o desconforto da claridade da sala. A morena encarou ao redor e percebeu que dormia abraçada a mulher loira de corpo esbelto. Podia sentir seu perfume suave que emanava de seu pescoço e inebriava seu olfato. Sentiu um aperto em seu cintura e percebeu que se tratava do braço de Sarah que a segurava contra ela de uma forma zelosa e protetora. Juliette suspirou. Ergueu sua cabeça e apoiou seu peso sobre um cotovelo e assim observou a mulher ao seu lado.
Sarah estava quieta, sua respiração era suave enquanto parecia estar mergulhada em um sono profundo. Aos poucos as lembranças do dia anterior vinham em sua mente, o passeio ao parque, o ser horrendo que a torturava, a dor que sentia, o medo que sentia, a aparição de Sarah, as asas, os poderes, as feridas no corpo da loira, o sangue prateado, tudo voltava em sua memória e mais uma vez parecia algo surreal de mais para acreditar, talvez fosse obra da sua imaginação, um pesadelo, quem sabe? E depois do terror que sentiu na tarde anterior, ela desejava, com todo seu ser, que fosse de fato um péssimo sonho de uma noite mal dormida.
Ansiando por ter a certeza de que tudo fosse apenas obra de sua imaginação, bastava apenas comprovar que Sarah não estava ferida e assim seu olhar desceu pelo corpo da loira, seu olhar saiu do rosto com feição calma e neutra e desceu pelo pescoço de pele clara chegando ao colo. Engoliu em seco ao perceber o que fazia, que se tratava de algo depravado de mais, olharia Sarah sem blusa, vestida apenas por um sutiã. Engoliu em seco mais uma vez, se desculparia mais tarde, mas precisava apenas ter a certeza de que todo o ocorrido da noite anterior não passava de uma alucinação, e assim seu olhar continua a vagar sobre Sarah.
Encarou os seios cobertos pelo tecido de renda macio que abraçava a carne farta e firmes, os assistiu subir e descer lentamente seguindo o ritmo da respiração da loira e, na sequência, seu olhar chegou ao abdômen. Mais uma vez Juliette suspirou pesado ao ver os músculos salientes e perfeitamente definidos. Era possível observar cada um dos quatro pares de gomo muscular bem trabalhado. Juliette estava impressionada de mais para evitar o que fazia, nunca tinha estado tão próximo assim de alguém sem se sentir desconfortável, com a loira ela não sentia desconforto, muito pelo contrário. Sua mão se aproximou lentamente da pele de Sarah, a pele lisa e macia, assim como se lembrava na noite anterior, mas a noite ela precisou se afastar de todos esses detalhes para ajudar a loira. Agora, naquele exato momento, não havia nada que a impedisse, nada além de sua própria consciência, mas nesse momento ela decidiu ignorá-la, ao menos por alguns segundos.
Seus dedos tocaram de forma cautelosa o abdômen de Sarah e assistiu a pele da loira se arrepiar, o olhar castanho subiu até a face de Sarah se certificando se a maior tinha despertado, mas observou que ela ainda dormia, ainda parecia presa em um sono tranquilo, e assim respirou fundo e voltou a encarar onde seus dedos tocavam. Seu toque era cuidadoso, quase como uma admiração a cada centímetro de pele, descia por cada elevação dos músculos enquanto sentia algo dentro si vibrar, sentia seu interior se tornar quente e isso era novo, não sabia descifrar o que era e todas aquelas sensações foram o estalo que a fez despertar para o que fazia e em um reflexo retirou sua mão daquele contato e a recolheu próxima ao próprio corpo. Soltou o ar que nem percebeu estar prendendo e balançou a cabeça expulsando os pensamentos confusos que surgiam.
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7 VIDAS POR VOCÊ - Sariette
FanficEm um mundo onde a maldade e falsidade reinavam, restava apenas uma alma não corrompida pelos demônios sobre a Terra. Uma única Alma resistente que nunca se entregou as tentações e essa única Alma era a culpada por não deixar que o grande Apocalipse...