7 VIDAS POR VOCÊ - Sariette

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"Não tenha medo do que você está prestes a sofrer. O Diabo lançará alguns de vocês na prisão para prová-los, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias. Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida."

- Apocalipse 2:10 -

Centro de São Paulo, 6 de Maio de 2035.

Três horas foi o tempo que passaram na sala de Elias, três longas horas. O homem permanecia desacordado no canto da sala, enquanto no meio do cômodo, estava Sarah e Juliette. A loira ainda tinha a cabeça apoiada nas pernas da morena e Juliette, vencida pelo cansaço, estava adormecida no chão, com seu rosto próximo a Sarah, a exaustão da luta recente fez a morena adormecer enquanto velava o arcanjo na esperança que ele acordasse.

O corpo de Sarah se mexeu no chão, o anjo sentia seus membros doloridos e pesados, seu peito e abdômen latejavam, mas ela poderia suportar, apenas precisava descansar mais, mas apenas o faria após se certificar de como está Juliette e assim os olhos verdes se abriram, despertaram e observaram toda a sala. A frente observou Elias ainda caído ao chão, observou que o homem se mexia lentamente enquanto também despertava aos poucos, isso fez Sarah refletir que queria tirar Juliette dali o mais breve possível. 

Encarou ao redor e encontrou o rosto de Juliette ao seu lado, se sentou e percebeu que antes sua cabeça descansava sobre as pernas da humana, notou a espada próxima a mão esquerda da morena adormecida, encarou o próprio abdômen e só então percebeu que a lamina não estava mais ali, Juliette tinha a retirado e constatar isso fez um sorriso involuntário surgiu no canto de seus lábios.

Sarah se aproximou da morena e acariciou seu rosto, um suspiro escapou de seus lábios ao notar as manchas e marcas das queimaduras espalhadas por toda a pele da morena. Limpou o sangue do rosto da humana, mas não houve muito resultado já que o liquido já estava seco e grosso sobre a pele clara. 

:- Eu preciso proteger você... - Sarah sussurra acariciando a bochecha de Juliette. 

Seu tom era quase frustrado ao constar que por pouco não perdeu a luta para Azazel, aquilo não deveria acontecer. Encarou o próprio pulso e viu ali faltar mais uma safira, dois buracos faltantes, duas vidas gastas, duas missões cumpridas, mas por pouco Juliette não teve parte da sua alma sugada. 

Os gemidos vindos do outro lado da sala atraíram o olhar de Sarah, encarou o canto do cômodo e lá encontrou Elias apoiando as mãos no chão para erguer o próprio corpo.  Ele sentia cada membro dolorido, uma dor infernal latejar em sua cabeça e a região esquerda de sua costela queimar absurdamente. Ao ver o homem se sentar com as costas apoiadas na parede, Sarah sentiu raiva, sentiu vontade de terminar o que Juliette a impediu de fazer, ela até realizaria o que tanto ansiava em fazer, porém sentiu a sensação de dor emanar de Juliette e assim concluiu o que era mais importe para ela, e era a sua humana, o melhor a se fazer era ir embora e cuidar da morena.

Sendo assim, Sarah pegou Juliette e a ergueu em seu colo. Carregou o corpo mole e adormecido em seus braços e, em sua postura impecável, ela se aproximou de Elias. As passadas firmes na direção do homem faziam o mais velho estremecer, a íris do Arcanjo estavam azuis celestes junto a raiva que sentia do homem a sua frente e aqueles olhos fizeram Elias recordar do momento enquanto Sarah surgiu a sua frente o atacando. O homem se arrastou para trás tentando fugir, mas não havia para onde ir, atrás de si já estava a parede. Quando estava próxima o suficiente, Sarah parou e o encarou de cima.