Prieten

1.1K 88 2
                                    



Louis's Pov

Prieten (adj.): almas amigavelmente apaixonadas; encanto fraternal.

- Se você não me considerar o melhor amigo do mundo depois disso, você poder ter

certeza que você é a pessoa mais ingrata do mundo. – Eu disse, olhando meu cabelo

pelo retrovisor do carro de Luiza, enquanto estávamos parados no semáforo a

caminho de Roxbury-Um, um dos bairros mais pobre de Boston.

- Eu já considero você o melhor amigo do mundo. – a mulher ao meu lado respondeu,

fitando o vazio à nossa frente. – De qualquer forma, você me odiaria se eu

considerasse você o melhor amigo do mundo só porque está indo passar a virada do

ano em uma festa de calouros.

- Provavelmente! – Exclamei, reconhecendo e saindo com o carro assim que o

semáforo mudou para a cor verde. – Você tem que me considerar o melhor amigo do

mundo por uma infinidade de outros motivos.

- Não precisa lista-los outra vez, Louis. – ela disse, com bom humor. – Eles estão

gravados no meu coração de tantas vezes que você já me fez escutar. – Luiza

colocou as duas mãos teatralmente sobre o peito e, pela primeira vez em quase um

mês, eu vi um sorriso sincero em seu rosto. – E olhe que eu tenho uma enorme

dificuldade em gravar coisas no coração. Você sabe que é meu prieten.

- Olha só quem está sorrindo... – observei em voz alta sem querer e logo calei-me,

percebendo que a observação exposta faria minha amiga recuar. – Você é meu

prieten também.

Luiza sorriu fraco e resignou-se ao silêncio, fazendo-me amaldiçoar a mim mesmo

por não ter controlado a língua. Cruzou os braços e repousou a cabeça no encosto do

banco do carro, enquanto fixava seu olhar em um horizonte perdido à nossa frente.

- Seu carro é muito confortável para dirigir. – Falei assim que encontrei em minha

mente um comentário verídico e que desviasse o assunto para qualquer outro.

- Assunto errado. – Luiza falou, sem tirar os olhos do horizonte. – Falar sobre o meu

carro não vai desviar a minha atenção dela.

"Dela", queria dizer a garota de olhos lindos, Valentina.

- Me desculpe... – falei, finalmente observando a cor do semáforo mudar para verde e

seguindo em direção à rua que procurávamos.

- Não é como se ela realmente tivesse saído da minha cabeça só porque eu ri de

alguma coisa. – Luiza disse em um tom ameno, ainda fitando a rua.

- Eu não entendo... – falei, fazendo a curva para a direita, aproveitando para olhar

Luiza.

- Não vamos discutir isso de novo, Lou. – Minha amiga falou usando um velho tom de

desproteção que antigamente eu a ouvia usar com frequência, mas agora, raramente

aparecia.

- Me desculpe, mas eu não consigo. – Falei, atento aos nomes das ruas, para não

wonderfall / valu.Onde histórias criam vida. Descubra agora