Luiza's Pov
Airtibak (n.) : A súbita compreensão de não estar entendendo algo.
- Certo, senhoritas, estão dispensadas. Receberão a avaliação final do projeto de
vocês na próxima aula. Valentina e Duda na minha aula e Mari na aula da professora
Villasboas. – falei, depois de ouvir a conclusão do trabalho delas e de fazer alguns
comentários a respeito, assim como Sofia.
As três garotas levantaram-se, despedindo-se educadamente. Exceto Valentina, que,
ao contrário de antes, não me olhava mais. Senti-me intrigada e quase deixei que
minha mente mergulhasse em um mar profundo de questionamentos, mas fui
interrompida por Sofia.
- Estou tentando entender o motivo da sua rudeza com aquela aluna. – Sofi
perguntou baixinho, de forma que somente eu pudesse ouvir, com os braços apoiados
na mesa, olhando-me meio de lado.
- Quem? Valentina? – perguntei, tentando soar casual.
- Sim! – ela exclamou. – De longe, o croqui dela foi o melhor e o projeto delas foi o
melhor. Arrisco dizer que isso aqui – ela falou, pegando o croqui de Valentina. – pelo
menos conceitualmente falando, está melhor do que os dos nossos alunos do último
ano. Não há muita técnica, mas Luiza, você tem que admitir que isto está incrível. –
Sofia falava com um tom levemente indignado e eu desconfiei que minha amiga
não estava gritando somente porque as três ainda estavam no auditório.
- Eu sei. – falei, levantando-me, colocando todos os projetos dentro da pasta. – É por
isso mesmo que eu ajo assim com ela. – expliquei o óbvio.
- Ah não... – Sofia exclamou, levantando-se também e fechando sua bolsa. – Você
não vai...
- Sim, eu vou. – a interrompi, respondendo a pergunta que ela nem havia feito, mas
eu havia entendido.
- Por que?! – Ela perguntou, quando começamos a caminhar em direção à saída.
- Não é óbvio? – Eu ia continuar a explicar, mas fui interrompida por meu celular,
tocando.
O retirei da bolsa e vi o nome de Louis no visor. Sofia também viu.
- Louis! Ah, quanto tempo não o vejo. – minha amiga falou, com um ar saudoso ao
citar nosso velho amigo da faculdade.
"Preciso dar um jeito de perguntar à Valentina se ela quer, realmente, ir ao almoço",
pensei.
- Ele está em Boston, vou almoçar com ele. – deixei sair de minha boca, sem ao
menos raciocinar a respeito da informação que estava dando à Sofia.
- Ah! Eu também vou! – Sofia decretou e eu senti meu corpo gelar.
"O que?! Não!", pensei alarmada, buscando em minha mente qualquer desculpa
VOCÊ ESTÁ LENDO
wonderfall / valu.
Fanfiction"Se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito." Os amores impossíveis são o caminho mais curto para alcançar o infinito e elas sabiam disso. Luiza queria alcançar o infinito. Valentina queria...