Capítulo 6

179 19 35
                                        

8 de Maio de 1996

A torre de astronomia parecia enorme. Vazia. Exatamente de como precisava. No canto mais escuro me acomodei. Uma vez que pude sentir toda solidão, a ardência nos olhos voltou, o nó na garganta apertou e o nariz escorreu. Pela segunda vez havia sido burra em gostar do Malfoy, como por um momento pude pensar que ele olharia para mim?

Pansy Parkinson devia estar adorando. Seu sorriso ao ser abraçada por ele foi tão brilhante.

Eu deveria saber que desde o começo aqueles sentimentos idiotas eram impossíveis. Eu iria lutar por Harry, pelo que achávamos certo e Draco estaria do outro lado. Aquilo não podia ser.

— Aí está você — Sua voz grossa reverberou pela noite, a lua pareceu sair para lhe receber.

Levantei num pulo, passando a mão no rosto. Seu cabelo quase brancos na lua, seu olhar cinza parecia mágico. Aquele puxam idiota que só me fez fazer idiotices.

— Acabou cedo, Parkinson parecia muito feliz.

O mesmo franziu a sobrancelha.

— Do que você está...? — Levantei a mão.

— Não preciso de detalhes. Deveria voltar.

— Granger... — Avançou.

A prata brilhou ardente diante do passo que dei para trás diante do seu avanço.

— Malfoy, já disse que não preciso de detalhes ou que me dê satisfação de seu relacionamento com Parkinson.

— Por Merlin, Granger! Sua inteligência só presta para livros?! — Abriu a boca pronta para revidar. — Será que é tão cega ao ponto de não ver que me tem nas suas mãos e que eu te amo, leoa raivosa?!

— O quê..?

Não houve tempo para pensar, rapidamente Draco atravessou o espaço entre nós grudando seus lábios nos meus. Um suspiro escapou. Sua boca era macia como veludo e fria como a prata, mas a língua que acariciava meus lábios era quente igual a brasa. Enlacei seu pescoço permitindo sua passagem. Não derreti pelo contato graças a seus braços firmes abraçando minha cintura.

Só queria estar naquele momento pela eternidade.

8 de Maio de 2007

Havia se passado dois anos e um dia. Nem um sinal de Draco Malfoy.

Sua mãe foi localizada na Inglaterra, onde passou a viver após a morte do marido. Harry e Gina vinheram após tudo, Harry se desculpou por não contar e explicou que Malfoy o obrigou ao pacto. Não poderia culpá-los por nada. Principalmente Harry. Qualquer um pensaria que eu lembrasse, nunca havia dito coisas sobre mim e Ronald nos tempos da escola, nem que havia um vazio em minha mente.

Como se pagasse por meus erros, não encontrei nem um sinal de vida dele. Meus pais viviam preocupados com meu estado. Mamãe até reclamou por Draco ter apagado minha memória, porém, como o culpar? Estou viva graças a isso, por mais que negue, sei que se não fosse isso, teria entrado na mansão Malfoy e caçado Voldemort e o tirado de lá. Sozinha.

Mais uma vez Harry me acompanhava em minha busca. A única pista agora indicava Ji-Paraná, Brasil. Um bar simples no final de uma montanha seria o último lugar. Havíamos perguntado por todo pequeno povo. Ninguém o havia visto.

— E se...

— Continuaremos procurando. Não crie respostas, Mione.

Harry me apoiou. Ronald defendeu Malfoy. Gina ajudou meus pais a me tirar do fundo do poço. Depois de um mês procurando sem parar, me afundei profundamente na solidão. Não ia mais trabalhar, ficava apenas no quarto.

ObliviateOnde histórias criam vida. Descubra agora