Um Deturpado Amor

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Capítulo VI

Um Deturpado Amor

Seria fantasias de uma menina ou estava realmente encantada e apaixonada pelo homem que mal lhe dirigia a palavra? – Por quê ele me ajudou naquele dia, seria apenas um homem de bom caráter? – divagou Leonora.

Passaram-se algumas semanas em que nas quais Silvério agia como fosse indiferente à menina, tal qual as investidas como o bilhete deixado embaixo da sua porta; além dos olhares e as gentilezas excessivas que partiam de Leonora.

Ele não podia se envolver com ninguém e não parecia se importar de fato, com o que acontecia à sua volta.

Algo incomum parecia envolver Silvério, como seus comportamentos, seus notórios esforços para levar uma vida mais reservada possível.

O homem parecia ser muito peculiar.

À medida que o tempo passava Leonora parecia que mais se apaixonava pelo homem envolto em mistérios.

Dona Dulce começara a ficar preocupada com a situação; Silvério pedia muitas exceções acerca de sua morada no Hotel. Coisas como receber comida nos aposentos, pedir chaves da porta principal para poder sair de madrugada e voltar antes do café da manhã.

***

Por conta de sua rebeldia para com seus pais e seu comportamento de forma geral, Leonora encontrava cada vez mais conflitos em sua casa.

Razão esta que fez a menina pedir para ficar alguns dias da semana dormindo no Hotel. Mesmo não aprovando as ações da moça, Dulce tinha um carinho e a considerava mais uma garota ingênua do que uma pessoa maldosa. Por fim ficou definido que

Leonora tinha permissão para pernoitar sempre que precisasse.

A garota, certo dia, pediu para ausentar-se durante algumas horas à tarde sob pretexto de realizar uma atividade familiar, porém ela tinha outros planos para aquela tarde e por conseguinte, à noite.

Como havia recebido seu suado salário, decidiu ir até uma loja para comprar uma bela lingerie; isto feito, voltou à pensão para terminar sua jornada de trabalho e dormir.

Por volta das 23 horas, Leonora desceu até o almoxarifado, onde encontraria a chave de todos os quartos em uma caixa organizadora.

Subiu até o primeiro piso e seu plano era certo: iria seduzir Silvério naquela noite.

Ao chegar à porta do quarto hesitou por algum tempo. Mas estava determinada.

Seu corpo e atitude dariam a qualquer um a impressão de que era um tanto quanto mais velha, e valia-se disso esperando que Silvério não iria resistir.

Finalmente encorajou-se e inseriu a chave enquanto virava a fechadura, assim para que pudesse pegar o homem de surpresa.

O que encontrou, no entanto, foi estarrecedor.

...

Os Olhos de Simon LakeOnde histórias criam vida. Descubra agora