- Anny!Uma voz ecoou em meio a ruídos de viaturas e ambulâncias. A garota olhou para trás de Finney, seus olhos encheram d'água e não pode evitar o choro.
- Era isso que eu queria te dizer Anny - finn sorriu fraco para amiga - Ele sempre vai estar com a gente.
Anne sorriu para Finney enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto e sem pensar duas vezes correu até Robin, o abraçando com força, tinha medo de que aquilo fosse apenas um sonho de sua cabeça.
- Seu idiota! Achei que tinha perdido você - disse, sem conseguir parar de chorar.
- Não chore, mi amor - Robin limpou o rosto da garota com as mãos, o deixando sujo de terra - Você 'tá linda demais assim - ele riu.
- Eu senti sua falta - murmurou, apertando a regata suja do garoto entre os dedos - Você disse que iria ficar bem.
- Sim, mas eu precisava comprar os doces -
- Que se danem os doces! - olhou para ele.
Robin estavam sem sua bandana, com alguns machucados pelo rosto e hematomas nos braços, mordeu o lábio inferior ao cogitar imaginar tudo que ele e Finn passaram dentro daquele cativeiro.
- Está tudo bem, nina. Eu estou bem, mi amor.
Robin e Finney foram socorridos pela ambulância no local, o pai de Finney chegou acompanhado do tio de Robin, ambos emocionados pelos dois garotos estarem vivos e bem. Robin foi até os policiais e decidiu dar um depoimento.
Anne não queria ficar muito tempo longe do garoto, tinha medo de que ele sumisse de novo, não sabia onde estava o sequestrador, e se ele estivesse vivo? E se tivesse fugido? Seu corpo tremia ao pensar naquela possibilidade.
- Anny, você tá bem? - Finney pergunta, ao ver o quanto a amiga tremia.
- O que rolou lá dentro Finn? O que aconteceu com ele ?- questionou aflita olhando para o amigo.
- Nós matamos ele - disse por fim.
A Hopper sentiu um peso sair de suas costas, os meninos foram vingados, Vance foi vingado. Sabia que ele estava morto, que não voltaria para casa assim como Finney e Robin, mas algo dentro de si ansiava e fantasiava que um dia, seu irmão voltaria para casa, chutando coisas e berrando palavrões.
O tio de Robin disse que cuidaria dele, pediu para que a garota voltasse para casa porque já iria anoitecer e assim, Anne foi embora para casa.
Chegou em casa chorando naquele dia, se deitou na cama do irmão, tinha se passado tanto tempo, mas aquela roupa de cama ainda tinha o cheiro dele, o quarto ainda era mantido com todas suas bagunças espalhadas, mesmo que Vance não estivesse mais ali, uma parte dele sempre estaria consigo.
- Anny - a voz chamou, calmamente - Anne! Acorda!- aumentou o tom de voz.
- Oi! Já acordei - se levantou rapidamente, coçando os olhos - o que foi? O que houve?
- Já são duas da tarde! - o pai da garota informou - Você não pode continuar fazendo isso.
- Eu sei - murmurou.
Sabia que o homem não gostava quando ela dormia no quarto de Vance, já tinha feito aquilo várias vezes, sempre que sentia falta dele entrava naquele quarto e se desprendida do mundo real, se lembrando dos momentos que passaram juntos.
- Acho melhor nos desfazermos disso, ele já morreu a quase um ano - Anne engoliu em seco o choro e suspirou fundo.
- Eu faço isso - disse enquanto se levantava da cama, agora ainda mais desarrumada - Ele não iria gostar de você mechendo nas coisas dele.
- Ele não está mais aqui, é melhor começar a se acostumar com a ideia - ele se virou para sair.
- Assim como você fez? - pergunta, com a voz falha - Eu não sou como você! Eu sou humana, afinal!
- Anne Hopper! - o homem gritou, se virando para olhar a filha - Se livre dessas coisas, e nunca mais toque no nome dele.
- Eu nunca vou parar de falar dele - retrucou, e sorriu um pouco - É melhor começar a se acostumar com a ideia, papai.
A garota saiu do quarto em passos lentos, indo até a cozinha, tomou um copo de suco e olhou o relógio onde marcava onze e meia, a garota murmurou xingamentos, ele está bêbado de novo. Suspirou fundo e foi tomar banho.
Saiu de casa após se trocar, ainda sentia os olhos pesados pelo sono, tinha dormido tarde na noite passada, refletindo sobre tudo oque aconteceu no último ano.
Entrou no mercadinho, pegou alguns salgadinhos, refrigerantes, doces, saindo da loja após pagar as compras, caminhou até uma pequena praça perto de casa, se sentou embaixo de uma das árvores, a sombra cobria boa parte do corpo da garota, o vento estava fresco.
Anne se pegou pensando em Robin, o Arellano não tinha ligado para dizer se havia chegado em casa com segurança, mas acreditava no tio dele, sabia que Robin estava bem. Abriu o refrigerante e deu um gole no líquido.
Fechou os olhos por alguns segundos aproveitando a brisa da tarde, gostava de como o vento balançava seus cabelos castanho, como tocava sua pele suavemente, amava o começo do inverno. Sentiu um dedo cutucar seu ombro direito e abriu os olhos, deixando um sorriso pequeno pintar seus lábios.
- Como me encontrou aqui? - perguntou, ajeitando um pouco a postura.
- Esse é um dos seus lugares preferidos - o garoto sorriu de canto e se sentou ao lado dela - Me dá um pouco?
- Claro - entrou a garrafa de refrigerante - É igual ao que ele nos dava.
Anne torceu a boca em desagrado e suspirou fundo em seguida, olhou para o céu azul, as nuvens formavam figuras engraçadas, soltou um riso soprado e voltou a olhar para Robin.
- Achei que não voltaria, por um momento.. eu realmente acreditei que tinha te perdido - tocou no assunto.
- Também pensei isso - olhou para ela, com um meio sorriso nos lábios - Pensei que nunca mais te veria, por isso fui forte por mim e Finn, para poder ver você de novo.
- Acho que gosto mesmo de você - sorriu ao deixar um beijo na bochecha do garoto.
- Ainda tinha dúvidas? - perguntou indignado, sorrindo, ainda não tinha se acostumado com aqueles beijos- Sou tão perfeito, e você ainda tinha dúvidas?
- Seu idiota - ela riu, dando um soco no braço direito dele.
- Aí, doeu, viu? - passou a mão pelo braço, fazendo uma careta.
- Tenho certeza de que não - riu baixo e abriu um dos salgadinhos - Você quer?
- Óbvio - riu enfiando a mão dentro do saco plástico - Esse é o melhor sabor!
- Sério? Não acho - deu de ombro com a feição de desaprovação do garoto - Prefiro as batatas.
- Aquilo nem tem gosto direito, Anny! Esse aqui é uma explosão de sabores! - ele dizia animado e a garota sorria com aquilo.
- Sério, você é esquisito - Anne riu fraco.
- Tem certeza que gosta de mim? - voltou a perguntar.
- Absoluta, Robin.
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My Boy - Robin Arellano
Teen FictionAnne Hopper, irmã de Vance Hopper, cabelos castanhos ondulados, olhos tão verdes quanto uma safira, não sabia como ou quando, mas com certeza havia se apaixonado por aquele garoto intimidade, Robin arellano, um mexicano de olhos e cabelos castanhos...