Não me lembro exatamente de quando me apaixonei por você. Acho que deve ter sido naquela festa em sua casa quando você preferiu sentar ao meu lado e não me deixar sozinha, do que participar de uma conversa muito animada que os nossos amigos estavam tendo... Não! Acho que deve ter sido na noite em que você me abraçou e enxugou minhas lágrimas, eu tinha acabado de saber que meus pais iriam se separar e estava devastada... Quer saber? Tenho quase certeza que foi no dia em que você bebeu pra cacete e começou a contar várias histórias engraçadas, me arrancando várias gargalhadas. E então, você parou, me olhou como se enxergasse toda a minha alma e disse que me amava... Ah! Besteira a minha, provavelmente eu já tinha me apaixonado muito antes disso.
Me apaixonar por você foi como andar de bicicleta pela primeira vez, em que sentimos todo o frio na barriga e a adrenalina pelo corpo, fazendo com que cada pelo se arrepie. É uma sensação libertadora e apavorante. Principalmente quando acontece a primeira queda, em que pensamos “não vou mais fazer isso”, mas uns não desistem e tentam de novo. Nós não tentamos de novo.
A nossa primeira queda foi quando você deixou de se sentar ao meu lado. Quando chorei e você não estava lá. Quando paramos de compartilhar histórias engraçadas e dar gargalhadas juntos. Quando não quis te ligar para conversar e falar da conquista que mudaria minha vida. Quando deixamos de ser nós.
Eis a minha resposta para não ter aceitado tentar novamente quando você pediu: tive medo de sentir todas aquelas coisas maravilhosas do começo para, então, levar outra queda, ou pior, não sentir nada igual da primeira vez.
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Cartas aos (des)apaixonados
RomansaPara todos o que estão apaixonados, já se apaixonaram ou estão tentando superar uma paixão.