Capítulo 13

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Tranquei a porta da frente e escondi as chaves, Helena só chegaria no outro dia de manhã, então se Maju quisesse sair teria que me pedir a chave, fui pro meu quarto, tomei um banho e não ouvi nenhum barulho de mala descendo as escadas, achei melhor verificar, subi pé ante pé e a porta do quarto estava entre aberta, pude ver ela dormindo na cama e as malas também sobre a cama, me aproximei devagar, tirei as malas da cama, coloquei um edredom sobre ela, a observei por alguns instantes e notei seu semblante triste, me arrependi de ter brigado com ela, tudo estava saindo bem, a gestação dela estava tranquila, eu ajudava ela em tudo que ela precisasse, ela era minha companhia, mas meu orgulho estava começando a me ferrar, fechei a porta do quarto e fui pro meu, adormeci pensando o que fazer pra me desculpar com ela.

Acordei com o som estridente da campainha, levantei correndo pois não queria que Maria Júlia acordasse, quando abri a porta quis fechar de volta, era difícil acreditar que aquela figura ali era Henrique:

- O que você faz aqui cowboy? - perguntei sendo rude.
- Vim ver a Maria Júlia, ela me passou esse endereço e deixou minha subida autorizada na portaria. E pode me chamar de Doutor Henrique, porque eu sou veterinário formado.
- Ótimo Doutor Henrique, a Maria Júlia está dormindo e não pretendo acorda-la agora, volte outra hora.
- Eu vou esperar.- Ele foi passando por mim com uma mala de rodinha e se sentou no sofá - Apartamento bonito hein?
- Pois é. - Disse revirando os olhos.

Maria Júlia desceu e ignorou minha presença ali, se abraçaram e ele abriu a mala tirando um pequeno urso e entregando pra ela, ela sorriu e disse "esse é o presente mais lindo que o meu filho já ganhou". Meu sangue na hora ferveu, e aquele monte de coisas que eu havia comprado pro nosso filho?
Helena chegou em seguida e fez café da manhã, eu já estava no quarto emburrado, pensando no tanto que era idiota, Maria Júlia nem se quer conversou comigo, não me deu nenhum bom dia, e isso estava me deixando completamente nervoso. Fui pra mesa e tive que tomar café com o excelentíssimo doutor Henrique, que cara chato. Eles tagarelavam o tempo inteiro o que me deixou estressado, me levantei da mesa e fui pro quarto, me deitei e podia ouvir as gargalhadas deles vindas da sala, parece que ela fazia só pra me afrontar, depois ouvi os pés subindo as escadas e descendo em seguida, fui até a porta do meu quarto e vi Henrique descer com as malas de Maju e tive que intervir. Sai do quarto e disse:

- Onde vocês estão indo? - Disse olhando Maju que me ignorou.
- Estamos indo pra casa dos pais da Julinha.
- Maria Júlia você não pode fazer isso, você sabe que é aqui comigo que você tem toda a assistência necessária.
- Bernardo, eu estou indo embora e não vai ser você nem ninguém que vai me impedir, se quiser acompanhar o resto da minha gestação, você pode fazer algumas visitas. Aproveita e leva a Mari pra eu conhecer. - Ironicamente ela né atingiu com essas palavras.
- Maju você está sendo imprudente, eu posso cuidar de você.
- Cuida da Mari.

Fiquei sem o que falar, até quando ela ia jogar isso na minha cara? Henrique estava atrás dela com um sorrisinho debochado no rosto e não me contive acertando ele com um soco, ele caiu e Maju me olhou horrorizada.

- Monstro. - Ela disse bastante exaltada, ajudando Henrique a se levantar.
- Ele estava debochando de mim Maria Julia. - Agora ele estava com uma cara de coitado que me deu mais ódio ainda. - Sai da minha casa, seu otário.
- Ele não fez nada, seu louco. Não me procura mais Bernardo. Você é louco

Virei e deixei eles irem, eles sairam apressados antes que eu tentasse impedir ou agredisse novamente aquele imbecil, lágrimas quentes rolaram no meu rosto. Se ela quer ir que vá, vou voltar a viver minha vida. E vai ser no modo Bernardo de antes.

Reconsquistando um anjo - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora