Capítulo 9

401 31 1
                                    

Abri os olhos e não vi Mariana na cama, olhei ao redor e logo avistei um relógio que indicava dez da manhã, vesti minha roupa e fui até a sala, Mariana estava na mesa tomando café e sorriu pra mim.

- Oi Bernardo, bom dia.
- Bom dia Mari.
- Hoje não irei pro Hotel estou de folga, então lamento não acompanhar você.- Ela disse sendo irônica.
- Tudo bem, acho que sei chegar sozinho, então vou indo Mari.
- Ei, nada disso preparei um café maravilhoso pra você.
- Que honra hein?

Ela riu e me sentei, tomamos café e me despedi dela logo em seguida, ela me beijou e disse:

- Boa sorte Bernardo.
- Obrigada, precisando de ajuda só me procurar. - Entreguei um cartão com meu número e dei um beijo de despedida.
- Tchau Bernardo.

Acenei com a mão e abri o carro, entrei, liguei a caminhonete e dirigi até um posto de gasolina, abasteci o carro e comprei algumas batatas chips e sucos, aproveitei e comprei uma caixa térmica pra manter os sucos gelados na viagem, fui pro hotel e arrumei minhas coisas, liguei na recepção e fiz check-out, eram 13:30 quando sai do hotel, e fui pra fazenda.
Estacionei a caminhonete e vi algumas malas na varanda, subi as escadas da varanda e antes de bater na porta vi que ela estava entre aberta, olhei pra dentro da casa e vi uma coisa que me fez estremecer, Maria Júlia e Henrique estavam se beijando, entrei na sala e cocei a garganta fazendo um barulho bem alto pra que interrompesse aquela cena.

- E aê pombinhos, daqui a pouco é a hora de irmos.

Maju me olhou sem graça e Henrique também, logo a senhora apareceu e sorriu pra eles, ela trouxe uma vasilha nas mãos e disse:

- Julinha fiz sua broa favorita, cuida desse meninão.
- Mãe a senhora sempre mima a Júlia. - Henrique disse para a senhora.

Sai da sala e voltei pra varanda, fiquei sentado na cadeira da varanda e deixei eles la dentro, eu me sentia deslocado, eles pareciam tão felizes e eu parecia um idiota, logo eles apareceram na porta e Maju estava com um vestido longo, Henrique pegou as malas e colocou na carroceria da caminhonete, ele voltou até ela e sorriu, eu desci as escadas dei uma olhada rápida na fazenda e logo entrei na caminhonete e fiquei vendo a despedida deles, Henrique trouxe Maju até o carro, eles ficaram conversando e dessa vez ele deu um beijo no rosto dela. Fiquei observando a cena, ela entrou no carro e eu liguei a caminhonete, ela não me olhou, ela trazia no colo uma blusa de frio e a vasilha que a mãe de Henrique havia lhe dado. Virei a caminhonete e ela acenou pra eles, vi que Henrique estava chorando e percebi que Maju estava com os olhos cheios de lagrimas.

Estavamos na estrada, ela havia colocado o casaco e eu havia colocado em uma pasta do Pen drive que ela amava, ela estava linda, passou grande parte do tempo com a mão na barriga. Eu a olhei e comecei a pensar no quanto eu era idiota, por ter perdido os primeiros meses de gestação dela, por ter ofendido ela, por ter sido rude, tentei amenizar minha situação e entreguei um suco de lata sabor uva pra ela, ela bebeu e comeu um pedaço da broa, ela me olhou algumas vezes na estrada mas não dizia nada, depois de um tempo ela disse:

- Bernardo você pode parar em um posto por favor? Estou apertada, preciso fazer xixi.
- Tudo bem, vou parar.
- Obrigada.

O silêncio tomou conta do carro de novo, entrei em um posto de gasolina na beirada da estrada, fechei a caminhonete e fui com ela dentro da loja de conveniências, ela foi ao banheiro e me sentei, pedi um café e a garçonete me serviu, a garçonete não era linda, mas era simpática e comecamos a conversar, ela era educada e bastante engraçada, fiquei admirado com sua educação. Maju voltou do banheiro, me olhou tomando o café e olhou pra garçonete com uma expressão que eu conhecia bem, era ciumes, a garçonete se afastou percebendo o clima chato, e então Maju disse:

- Podemos ir? - Estava mesmo enciumada, só pelo olhar e pela voz já conheço, me senti feliz por saber que ela ainda sentia ciúmes de mim.
- Só vou pagar o café e voltamos pra estrada. - Deixei uma nota de 5 reais no balcão e chamei a garçonete, informando que ela podia ficar com o troco.
- Anda Bernardo, estou cansada, preciso me deitar logo em uma cama. - Ela disse impaciente e com os olhos na garçonete.
- Tudo bem, vamos seguir viagem.

Saimos da lanchonete e fomos até a caminhonete, abri a porta e a ajudei a entrar, ela não disse nada e nem eu, a certa altura percebi que ela estava dormindo, mas foi bom ver que ela ainda tinha ciúmes de mim, ciúmes é um sinal de que ainda gosta!
Logo chegamos a Belo Horizonte.

Reconsquistando um anjo - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora