Inevitável

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A vida é cansativa, 5 meses se passaram. Com as aulas de auto defesa, estou mais confiante. Com as de tiro mais corajosa. E com os estudos, é difícil.

Me pego sorrindo do meu próprio desafio, era pra ser o mais fácil, porém os estudos foram escassos pra mim e agora tenho que aprender tudo! Mas é um bom desafio, me sinto um pouco mais, mais significante...

Muitas coisas mudaram, agora tenho um monte de roupas! Está bem, não enche o guarda roupa, mas comparado ao que tinha, isso aqui é o mundo. Olga cuida da casa, eu ajudo para não dar trabalho ao senhor Ivan de ter que pagar alguém pra ajudar a gente.

O senhor Tchaikovsky que agora sei que tem apenas 23 anos, não passa muito pela casa, quando vem só fica em seu quarto ou no jardim. Faz as refeições sozinho e só fala o necessário comigo. Acho ótimo, pois assim não tem nenhum perigo.

Estamos planejando o que fazer quando eu chegar aos 18 anos, não temos mais dinheiro, gastamos tudo com nossas coisas para não dever ao Tchaikovsky. Se ele permitir irei arrumar um emprego e guardar todo o salário. Já que não deixa faltar as coisas necessárias para a nossa estadia. A vida tem sido mais fácil, claro que o medo vem as vezes, pesadelos e tudo mais. Porém comparado ao que era antes, isso aqui é o paraíso, meu amigo.

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Passaram-se 5 anos que estamos aqui. Eu com 21 anos, Olga com 55 anos e o senhor Tchaikovsky com 28 anos, alguns aniversários dele fizemos um bolinho, foi engraçado da primeira vez já que ele ficou pasmo e não sabia o que fazer, sorrio com a lembrança, nos outros anos já tinha acostumado, chamamos até Dimitri que é seu braço direito para a comemoração.

Os anos passaram rápido, continuo virgem, sem trabalho e sem dinheiro. Tivemos que permanecer já que não tínhamos pra onde ir, poderíamos ter saído? Claro, mas começamos a ver esse lugar como casa, esse sonho pode acabar a qualquer momento é claro. Já pedi um monte de vezes para trabalhar e finalmente Ivan deixou, antes era muito perigoso por causa de Nikolai e ele não iria gastar seguranças pra me proteger. Isso aqui não é uma prisão, sempre saio com Olga, não tenho amigos, esse meio em que eles vivem é muito arriscado.

A máfia nunca foi um bom lugar, sorte que meu pai, nem Tchaikovsky não me envolveram. Não é costume ver coisas da máfia, só algumas vezes quando Ivan chega sujo de sangue, mas como só falamos o necessário, nunca soube de onde vinha.

Enfim, tenho duas metas no momento, fazer faculdade, mais arrumar um emprego.

Ah, não posso me esquecer, começo a rir enquanto saio do quarto, estou louca para extravasar. Quero fazer tudo o que não pude fazer até hoje, principalmente beijar alguém, depois perder minha virgindade, vamos por ordem, certo?

Pois isso aqui tá missão impossível já, nem um beijinho eu ganhei ainda! Percebo enquanto desço as escadas que no primeiro e segundo ano em que passei aqui não tinha muito desejo. Tinha bastante curiosidade, mas não desejo real, isso começou a acontecer a partir dos meus 19 anos.

Mas eu sempre tive medo de fazer algo que fosse enfurecer Ivan. Por mais que não demonstre nada por mim, já peguei ele me olhando algumas vezes, mas nada que pudesse significar que iria quebrar a barreira que colocou entre nós. Meu corpo ganhou bastante curvas e isso chama a atenção, claro que Ivan não seria imune a isso, apesar de não ser o padrão.

Já me perdi em pensamentos, voltando ao assunto. Eu quero extravasar! Estou disposta a tomar o rumo na minha vida,
Tchaikovsky disse que irá pagar minha faculdade, já devo começar no próximo mês e terei um segurança. Espero que seja o mais gato daqui, o pensamento me faz sorrir com malícia. Passando pelo jardim como quem não quer nada, já venho fazendo isso a alguns dias e é... Interessante.