Capítulo 5

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**Avisos: alguma angústia, nada muito ruim**


Hermione olhou para cima quando um pequeno estalo soou do lado de fora de sua cela. Não era Draco, ela poderia dizer imediatamente pelo fedor que exalava. O cheiro imediato e acre da pessoa na frente dela fez seu rosto se contorcer de desgosto. Este homem era muito mais baixo e redondo do que Draco, e lembrava muito a Hermione de um rato. Algo coçava no fundo de sua mente, a memória de uma lembrança, mas ela se aguçou nele em vez disso, preocupada que mesmo que ele não fosse muito intimidador, ele ainda pudesse ser uma ameaça. Se ela aprendeu alguma coisa, foi nunca confiar na aparência inicial de alguém.

Em resposta ao seu silêncio contínuo, seus olhos redondos e lacrimejantes se moveram até encontrá-la encostada na parede. Um lampejo de aborrecimento queimou nela enquanto ele a examinava, inspecionando e, sem dúvida, avaliando-a. O medo tomou conta dela, e Hermione se preparou para o ataque potencial dele.

Ela não tinha armas em mãos, mas a máscara estava do outro lado da cela. Seus olhos piscaram para onde estava, esquecida, e de volta para o homem. Ele arriscaria se aproximar dela? Sua mente correu com todos os lugares que ela podia morder; todos os ossos que ela poderia quebrar se ele estivesse ao seu alcance.

Seu olhar nervoso permaneceu fixo nela enquanto ele acenava com a varinha, e ela apertou seu corpo, pronta para saltar para frente assim que ele entrasse. As barras só se abriram parcialmente, no entanto, uma pequena abertura se formou que lhe permitiu colocar uma nova garrafa de poção e uma pequena caixa no chão de pedra dentro da cela. Hermione ergueu uma sobrancelha, sua postura relaxando um pouco; ela se perguntou de repente se ele se molharia ou a xingaria se ela se aproximasse para pegar o que ele havia deixado para ela. Pelo olhar em seu rosto, ambos eram igualmente prováveis.

O homem desaparatou assim que as barras voltaram ao lugar, então ela não teve chance de testar sua teoria. Em vez disso, ela se afastou de onde estava encostada na parede oposta e foi pegar o que ele havia deixado para ela.

Dentro da caixa, ela encontrou o coldre para sua faca, embora estivesse vazio, e seu relógio. Draco disse a verdade a ela na noite anterior; eram quatro e oito da manhã. Hermione não pôde deixar de sorrir para si mesma. Ele lhe disse a verdade. Seu estômago vibrou com excitação nervosa; isso era duas vezes agora que ele trouxe seus presentes. Duas vezes que ele devolveu seus pertences.

Mesmo que ela quisesse desesperadamente se aquecer no calor que a enchia, Hermione ao invés disso se concentrou em pegar seu relógio usando uma mão. Ela não podia dar muito crédito a ele. Era apenas seu vínculo crescente, e ele ainda era quem ordenava que ela mordesse e torturasse as pessoas. Apesar de odiar o que ela estava sendo forçada a fazer, e só fazendo isso para salvar sua própria pele, Hermione não podia se permitir ser vítima do vínculo. Mesmo que isso a matasse, ela sempre teria que ficar um fôlego longe de Draco. Maldito seja.

Além disso, ela raciocinou, ela só queria sentir aquele calor porque estava sozinha. Claro, em Londres, ela estava sozinha a maior parte do tempo, mas ela sempre tinha o pub para ir quando ela queria alguma companhia, ou pelo menos alguém para se solidarizar. Isso seria o suficiente, ela pensou, agora. Se houvesse alguém para ouvi-la e compreendê-la. Seu peito doía.

Balançando a cabeça, ela levou a poção de volta ao seu canto uma vez que seu relógio estava devidamente fixado, enrolada o mais confortavelmente possível com o ombro contra uma parede e os joelhos apoiados contra a outra e bebeu enquanto observava os segundos passarem. Foi um alívio ver o tempo passar e não ter que adivinhar mais.

Sua mente vagou em direção a Gina Weasley e quão diferente aquela experiência tinha sido da de Hornstrand. Não tinha sido tão violento, nem tão cruel quanto poderia ter sido. Isso foi um alívio, pelo menos. Apesar de ser alguém que ela conhecia, foi melhor porque ela disse a Gina o que fazer, e ela ouviu.

Cinzas e Poeira - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora