Capítulo 19

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O tamborilar suave da chuva na janela do pub criava uma estranha trilha sonora para a conversa abafada que preenchia a sala. Draco puxou o capuz ainda mais sobre o rosto e esperou, os olhos fixos no relógio do outro lado da sala. A Travessa do tranco era segura o suficiente para ele estar, no entanto, ele sabia que seria estúpido para seu último convidado pensar o mesmo.

Mais sete minutos se passaram antes que a porta se abrisse com um rangido e um cara de aparência estranha entrasse. Draco conteve seu escárnio de desaprovação e deixou sua atenção cair em sua bebida intocada.

- O lugar está ocupado? - o cara perguntou enquanto deslizava para baixo dele, e Draco inclinou a cabeça. O disfarce de Potter era risível, e quando ele olhou por cima da pesada capa de lã e do cabelo castanho-claro penteado para trás, ele soltou sua zombaria anteriormente reprimida.

- Devemos ir para um lugar mais privado - uma rápida olhada ao redor do pub deveria ter sido um encorajamento suficiente; era a coisa mais arriscada que Potter já havia feito, Draco tinha certeza. Fazia alguns meses desde que Hogwarts havia fechado e Potter havia desaparecido.

Quando a carta solicitando um encontro foi recebida na Mansão Malfoy, Draco pensou em queimar a maldita coisa. Severus não permitiu, por mais lamentável que fosse, e em vez disso foi forçado a ir. Nem que fosse para ver o que Potter queria.

O homem de cabelos cor de areia na frente dele balançou a cabeça:

- Nah, eu tenho amigos cuidando de mim aqui. Se houver problemas, você está morto.

Draco tomou um longo gole:

- Hmm.

Potter bateu no tampo da mesa com o dedo indicador:

- Melhor não adiar mais. Nós dois temos algo que o outro quer.

Sua sobrancelha se ergueu quando Draco olhou por cima da borda de seu copo para encontrar os olhos desconhecidos e de cores diferentes:

- É mesmo?

- Isso é. Preciso de alguém por dentro e você precisa de um aliado quando tudo isso acabar.

Houve um baque suave quando Draco colocou o copo de volta na mesa:

- O que exatamente você está oferecendo?

O ar estalou entre eles e, por um momento, tudo o que Potter fez foi observá-lo. Algo parecido com diversão dançou em seu rosto, e Draco pensou em enfeitiçá-lo e ir embora. Ele não seria feito de tolo, especialmente quando havia tanto a perder.

- Uma saída. Depois que acabar, posso te oferecer uma saída. Um perdão, em troca de você ajudar Snape com os interrogatórios.

Um sorriso sombrio surgiu na boca de Draco:

- Eu já fui designado para a divisão de interrogatório. Que tipo de ajuda devo oferecer? - Potter sentou-se para a frente, gesticulando para ele se inclinar também. Com um revirar de olhos, Draco fez o mesmo.

- Tire os membros da minha Ordem quando eles vierem. Certifique-se de que eles permaneçam quase inteiros e eu perdoarei você e sua família.

Uma maldição no estômago o teria deixado com mais fôlego em seus pulmões do que as palavras de Potter. Desconfiado e nervoso, Draco perguntou:

- Como posso confiar em você?

Houve um barulho no bar e várias figuras encapuzadas deixaram o bar, e Potter também se levantou:

- Vamos fazer um acordo. Aqui não.

Draco se levantou também, e ele sabia que provavelmente era uma má ideia seguir Potter e quem quer que ele trouxesse com ele na chuva, mas ele descobriu que seus pés se moviam quase inteiramente sem sua permissão.

Cinzas e Poeira - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora