O Jantar

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"Reg?" James chuta a porta da frente e fecha atrás dele, tirando seu casaco de inverno. Está frio hoje, especialmente quando você está a trinta metros no ar, agarrado à sua vassoura. James está cansado e um pouco nervoso, ele nunca vai recuperar a sensação nos dedos dos pés.

Ele olha para os pés com meias assim que tira as botas, balançando-as experimentalmente. Bem, pelo menos eles ainda se movem. Ele suspira, passando a mão pelo cabelo suado e meio congelado e olhando mais para dentro do apartamento. Ele não acha que nenhuma das luzes está acesa.

"Reg?" Ele tenta novamente.

Ultimamente eles estão sentindo falta um do outro. Está chegando perto das eliminatórias e ambas as equipes estão se esforçando para chegar às finais. Se as duas passarem, eles estarão se enfrentando na primeira rodada, o que pessoalmente, James acha sexy pra caralho, mas geralmente Regulus apenas revira os olhos quando ele diz isso.

Ele quase não percebe—a luz oscilante na cozinha. Quase passa por ela a caminho do quarto. Faz seus pés congelados gaguejarem. Todo o resto é escuro, mas a cozinha é dourada.

James está prestes a chamar o nome de Regulus novamente quando é parado na porta da cozinha. Pelo menos duas dúzias de velas acesas estão flutuando ao redor da sala, fazendo parecer que seu apartamento foi decorado com estrelas. Elas brilham e tremeluzem e tornam tudo quente.

A pequena mesa que eles usam está coberta com uma bela toalha de mesa que James não sabia que eles possuíam. Há flores em um vaso—campânulas—eram as favoritas de sua mãe. Desde que ela morreu, elas se tornaram as favoritas de James também.

Regulus está de costas para ele, mexendo em algo no balcão. Ele está usando o suéter que James gosta—azul, macio.

"Eu esqueci alguma coisa?"

Regulus salta, girando, a mão indo automaticamente para o peito. "Jesus Cristo, James, você me assustou pra caralho."

"Não é nosso aniversário," Ele diz, rapidamente fazendo as contas em sua cabeça. "Certo?"

Regulus pisca, ainda recuperando o fôlego. "O que? Não."

"Não é seu aniversário, não é meu aniversário," James continua, folheando as datas. "Não é dia dos namorados."

"Não, não, não é—é apenas quarta-feira."

James olha de volta para Regulus, cachos macios em volta do rosto, olhos cinzentos arregalados. James está totalmente confuso e arrependido por estragar tudo. O que quer que seja.

"O que há de especial na quarta-feira?" Ele pergunta eventualmente, os olhos correndo ao redor da sala novamente, incapazes de absorver tudo.

"Eu—nada, eu só—" Regulus solta um suspiro, franzindo a testa daquele jeito que ele faz quando está frustrado consigo mesmo. Quando as coisas ficam presas na sua garganta, no seu peito. Velhos hábitos—de manter as partes vulneráveis ​​de si mesmo trancadas.

"Meu treino foi cancelado hoje," Regulus diz finalmente. "E nós não conseguimos realmente... sentar um com o outro há um tempo e eu pensei..." Ele gesticula impotente para a sala ao redor deles. "É sempre você quem faz os gestos românticos, e eu queria—eu só queria fazer isso por você dessa vez."

Ele olha para James com expectativa, mas James não acha que pode falar agora. Ele está impressionado com o quanto sente pelo garoto parado na frente dele, mexendo nas mangas de seu suéter. Ele está feliz e, de alguma forma, à beira das lágrimas, tudo ao mesmo tempo.

"Isso foi estúpido, não foi?" Regulus diz quando James fica quieto por muito tempo. "Você sabe que eu sou uma merda nessas coisas eu—eu fiz errado, não fiz? Eu não sei o que eu estava—"

"Reg."

"—pensando. É demais, não é? Eu não sabia—eu não sabia onde parar, então eu meio que tentei fazer tudo de uma vez e bem—"

"Reg."

"—é uma maldita bagunça, não é?" Ele solta uma risada autodepreciativa. "Apenas me deixe limpar isso e vamos pedir pizza ou algo assim, ok? E podemos simplesmente esquecer que eu alguma vez—"

"Regulus," James está de pé com ele, as mãos segurando o rosto de Regulus, gentilmente, mas com firmeza.

Olhos cinzentos incertos encontram os dele, e James não aguenta, não consegue encontrar as palavras para dar sentido a tudo que ele está sentindo agora. Então, em vez disso, ele se abaixa e aperta suas bocas juntas.

O beijo é suave no início, doce, e então James inclina a cabeça de Regulus para trás e aprofunda, quase o dobrando. Suas mãos deslizam para o pescoço de Regulus, sua parte inferior das costas, puxando-o para perto.

Segurando.

Segurando.

Segurando.

Quando eles se separam, ambos estão respirando pesadamente, as testas pressionadas uma contra a outra.

Leva um momento antes que um sorriso tímido puxe a boca rosada de Regulus. "Você gostou do jantar, então?"

James ri, o barulho vindo de seu peito, retumbando através dele. "É incrível. Obrigado," James traz sua mão de volta para o rosto de Regulus enquanto ele tenta se esquivar, para evitar o elogio de James. Bochechas ficando rosadas.

"Ei," James diz suavemente, esperando que os olhos de Regulus encontrem os dele novamente. "Eu te amo muito."

Regulus engole. "Sim," Ele sussurra de volta. "Sim, eu também te amo."

Choices - Extras da AutoraOnde histórias criam vida. Descubra agora