Sirius e Regulus - Pós Vida

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Sirius não se lembra de ter caído no sono.

Seus olhos estão pesados ​​e leva algumas tentativas antes que ele consiga mantê-los abertos. O mundo embaçado lentamente entrando em foco. Um quarto com móveis escuros e papel de parede espalhafatoso. Pisos de madeira que rangem e janelas de vidro que deixam entrar o frio durante o inverno. Ele conhece esse lugar. O que não o faz se sentir melhor. Um pavor afundando na boca do seu estômago.

Esse é o quarto em que ele cresceu.

"Não."

Ele sai da cama, membros pesados ​​e cansados ​​enquanto corre para a porta.

"Não, não, não."

Suas mãos agarram a maçaneta, dormentes e tremendo enquanto ele tenta girá-la.

"Não, por favor, não. Porra. Aqui não. De novo não."

Ele puxa e puxa, o metal da maçaneta cavando em sua pele. Mas não faz diferença. A coisa não se mexe. Nem uma polegada.

"Por favor, me deixe sair! Por favor!" Ele bate a palma da mão aberta contra a porta, ignorando a dor, a queimadura que ameaça machucar. "Por favor, me desculpe, me desculpe, mamãe, eu vou ser bom. Eu prometo que eu vou ser bom. Por favor, não me deixe aqui. Por favor, por favor, por favor."

Ele arranha a madeira, lascando as unhas.

"Me desculpe, me desculpe. Mamãe! Papai! Porra, não me deixe. Por favor, não me deixe."

Suas mãos se transformam em punhos.

Batendo.

Batendo.

Batendo.

O barulho ecoa no quarto gigante atrás dele. Um quarto que rapidamente parece que está ficando sem ar. Ele sabe que isso não pode ser verdade, é claro, mas parece real.

Batendo.

Batendo.

Batendo.

"Não me deixe."

Ele não consegue respirar.

"Não me deixe."

E então,

a maçaneta gira.

Sirius instantaneamente recua, porque Walburga sem dúvida ficará furiosa. Sobre os gritos histéricos. O barulho. Ela sempre fica. Mas pelo menos ela estará aqui. Pelo menos ele não estará sozinho.

Exceto que a figura do outro lado da porta não é sua mãe.

"Regulus?"

"Eu encontrei você," O garoto mais novo tropeça para frente. "Eu não posso acreditar que eu encontrei você. Eu ouvi a sua voz e então..."

"Regulus?"

Não parece que nenhum deles dá um passo voluntário, mais como se seus seres fossem simplesmente puxados juntos, por algum fio invisível prendendo os dois, até que eles caiam um no outro, com os braços apertados.

"Eu não posso acreditar que eu encontrei você," Regulus diz novamente, a voz abafada enquanto ele fala principalmente no pescoço de Sirius.

"Você abriu a porta," A voz de Sirius treme—seu corpo inteiro treme honestamente.

"Eu ouvi você. Eu ouvi você, então eu vim."

"Você veio."

"Sinto muito, Sirius," Sua voz é grossa, Sirius tem certeza que Regulus está chorando, então ele o segura mais forte. "Eu deveria ter feito isso mais cedo. Eu deveria ter vindo mais cedo."

"Está tudo bem," Porra, talvez ele esteja chorando também, beijando o topo da cabeça de Regulus. "Está tudo bem. Você está aqui agora."

Os detalhes da sala começam a sangrar, pingando sobre seus limites. Borrando um no outro. Até que Sirius não consegue distinguir o chão do teto do garoto em seus braços.

Eu não acredito que encontrei você. Eu estou procurando há tanto tempo. Eu não posso acreditar que você está aqui.

Eu senti a sua falta.

Eu senti a sua falta.

Eu senti tanto a sua falta.

Um par de estrelas no céu.

Choices - Extras da AutoraOnde histórias criam vida. Descubra agora