A Vida Que James Queria - Um Dia Ruim

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Regulus está passando por um momento difícil.

James sabe disso. Ele vê isso na forma como os ombros de Regulus estão se aproximando cada vez mais de seus ouvidos ultimamente. Na forma como sua voz ficou mais baixa e suas palavras poupadas.

Mesmo quando eles estão em casa ao mesmo tempo, o que é raro durante a temporada de Quadribol, Regulus passa a maior parte do tempo trancado em seu quarto.

Eles já passaram por isso antes. James entende. Ele entende. Mas ele ainda sente falta dele. Dói por ele. Está desesperado para ouvir Regulus rir. Sentir ele vir por atrás dele na cozinha e envolver seus braços ao redor de sua cintura, enterrando seu rosto entre os ombros de James. Ele até sente falta de Regulus gritando com ele sobre deixar seus sapatos no hall da frente.

Regulus passou por muita coisa em sua vida. E na maioria das vezes ele consegue lidar com isso. Mas de vez em quando ele fica sobrecarregado. E ele precisa desligar e se esconder. Ele ainda consegue ir para o treino. Ainda consegue jogar excelentemente Quadribol quando precisa. Mas isso leva quase tudo o que ele tem nele. E quando ele chega em casa ele está pequeno e em carne viva e cansado até os ossos.

Então James tenta não pedir muito. Tenta não pairar. Tenta ter certeza de que Regulus sabe que está tudo bem. Que ele vai esperar por ele. Ele sempre vai esperar por ele.

"Reg?" James chama enquanto fecha a porta da frente de seu apartamento. É fim de tarde, o sol se esgueirando pelas janelas, desenhando padrões no piso de madeira. Os gatos estão em cima dele imediatamente, correndo por suas pernas e miando sem parar.

"Sim, sim, tudo bem, eu vou alimentá-los, monstrinhos," Ele murmura baixinho, coçando ambos atrás das orelhas antes de ir para a cozinha.

Nenhuma das luzes está acesa, mas a porta do quarto está fechada e James pode sentir. O puxão em seu peito que o deixa saber que Reg está por perto. James sempre pensou neles como planetas, presos um no outro, inevitavelmente presos em órbita ao redor do outro.

Uma vez que os gatos são alimentados, ele se move cautelosamente em direção ao quarto, a mão pairando na frente da porta por alguns minutos antes de finalmente bater.

"Reg?"

Há uma pausa.

E então, fraco e distante, ele ouve, "Sim?"

É preciso tudo nele para não simplesmente irromper pela porta.

"Você quer ficar sozinho?" Ele se faz perguntar.

Outra pausa.

"Não."

James sente-se realmente cedendo de alívio quando ele alcança a maçaneta. O quarto está escuro, as luzes apagadas e as cortinas fechadas. Os cobertores na cama foram deixados em uma pilha, mas ele não vê Regulus em lugar nenhum.

"Reg?" James pergunta novamente.

"Eu estou aqui," Ele parece exausto, os olhos de James seguindo sua voz através do quarto."

"Você está..." James diz lentamente. "Você está no guarda-roupa?"

Ele acha que ouve Regulus suspirar. "Sim."

"Tudo bem..."

Regulus ri secamente. "Está?"

"Claro," James passa a mão pelo cabelo, sem saber exatamente o que isso significa. "Posso... posso entrar?"

Há uma pequena zombaria e então. "Eu não sei se você consegue se encaixar, atleta de Quadribol."

Isso faz James sorrir um pouco, "Tenho certeza que vou conseguir."

Ele abre a porta lentamente, encontrando Regulus no chão, joelhos dobrados em seu peito e um dos suéteres de James o engolindo. Ele até puxou o capuz sobre a cabeça, pequenos tufos de cabelo preto encaracolado espreitando dos lados.

James apenas o encara por um momento, um pouco impressionado com o quão... doce ele parece. Um adjetivo que Regulus absolutamente não apreciaria.

"Eu pensei que você odiasse meus moletons?" Ele diz finalmente. "Eu pensei que eles eram—o que você disse? Incultos? Plebeus? Foi um insulto elegante."

Regulus revira os olhos. "Oh, por favor, você é no mínimo tão elegante quanto eu."

James sorri. "Ninguém é tão elegante quanto você."

Regulus resmunga algo baixinho, mas não tenta argumentar.

"Então, qual é a mudança de opinião? Esse será o seu novo estilo?"

Isso rende um olhar a James. "Isso," Regulus puxa o tecido longe de seu peito, "Não é um estilo. E é temporário, eu prometo a você. Eu mal quero deixar os gatos me verem nele."

James ri. "Provavelmente uma boa decisão. Eles perderiam todo o respeito por você."

"Oh, eu sei."

James espera então, espera que Regulus diga o que quer que ele precise, ou não diga nada. Ele está disposto a deixar a conversa cair se é isso que Regulus precisa também.

Eventualmente, o menino mais novo suspira. "Eu estava... tendo... problemas."

"Problemas?"

Regulus faz uma careta. "Você realmente vai me fazer dizer isso?"

"Eu não vou fazer você fazer nada, Reg," E ele fala sério.

Regulus esfrega o rosto, o que é um pouco adorável, já que suas mãos estão escondidas nas mangas do moletom de James, mas ele mais uma vez se abstém de comentar.

"Eu estava tendo um ataque de pânico," Ele consegue finalmente. O coração de James dá uma guinada em seu peito, mas ele se obriga a ficar parado, se obriga a ouvir. "E você ainda estava no treino, mas eu só... eu precisava de algo para me segurar. Eu precisava de algo para me impedir de flutuar," ele suspira novamente. "Eu só queria que você me abraçasse," diz ele baixinho.

James levanta a mão, pressionando o seu esterno, a dor no peito tão real que ele se preocupa por um momento que ele pode estar tendo problemas cardíacos reais.

"Oh," Ele consegue.

"Sim, então," diz Regulus, claramente ansioso para seguir em frente. Ele ergue os braços, agitando as mangas compridas demais. "Essa foi a coisa mais próxima que eu consegui pensar."

"Oh."

Regulus franze o nariz. "Você pode parar de dizer isso?"

James bufa. "Eu não sei. Eu posso te abraçar agora?"

Regulus pisca para ele. "Sim," Ele começa a se mover, mas James gesticula para ele ficar onde está, espremendo-se entre a parede e Regulus para que Regulus possa sentar entre suas pernas, descansando contra seu peito. No minuto em que ele coloca os braços em volta dele, ele sente Regulus relaxar.

James não consegue evitar, ele se aninha no pescoço de Regulus antes de beijar o topo de seu capuz. "Você pode pegar meus suéteres emprestados a qualquer hora," diz ele.

"Que generoso da sua parte."

James ri. "O que posso dizer, eu sou um doador," E então, aproximando a boca do ouvido de Regulus. "Além disso, eu gosto de ver você nas minhas roupas."

É a vez de Regulus rir agora, embora seja um som um pouco mais contido. "Você é ridículo."

"Você mencionou."

Um momento se passa em que James simplesmente se deleita com a sensação de ter Regulus de volta em seus braços novamente, antes que Regulus fale, "Desculpe," Ele diz baixinho. "Eu sei que eu tenho sido... difícil ultimamente."

James apenas o aperta com mais força. "Eu só quero que você fique bem," diz ele. "Como você chega lá não importa. Apenas me diga o que eu posso fazer."

Ele acha que captou apenas a sugestão do sorriso de Regulus em seu perfil.

"Você faz isso."

Choices - Extras da AutoraOnde histórias criam vida. Descubra agora