Regulus deixa o silêncio constrangedor durar mais um momento antes de começar a arrumar a bagunça que eles fizeram. Eles estão começando com um único lote e, se isso acontecer como planejado, eles descobrirão como produzir o material em massa. É uma ciência delicada, poções, fazer grandes quantidades de algo requer mais pensamento do que simplesmente dobrar a receita.
Snape bufa atrás dele. "Eu nunca entendi por que os laboratórios de poções são sempre em porões e masmorras. Lugares sem janelas. Fica tão fodidamente quente."
Regulus se vira bem a tempo de pegar Snape tirando seu suéter preto, que, com toda a honestidade, está tão cheio de buracos que não pode estar fornecendo tanto calor. Snape está de costas para Regulus, e quando ele puxa o suéter pela cabeça, sua camisa sobe, revelando uma série de cicatrizes ao longo de sua espinha. Com a espessura de um cinto.
Regulus se sente enrijecer. Ele não tem certeza se é a ressaca ou a abstinência, mas quando Snape se vira novamente ele ainda não conseguiu controlar sua expressão. Os olhos de Snape se estreitam no rosto de Regulus imediatamente, e então, como se percebendo o que deve ter acontecido, ele fica pálido.
Mais pálido do que o normal.
Nenhum dos garotos parece saber o que dizer, os dois travados em algum tipo de estranha competição de olhares. Como se sentindo a tensão, Boo caminha lentamente para o lado de Regulus, se aproximando o suficiente para que Regulus possa sentir tudo de bom que o compõe. Aliviando seus nervos.
Eventualmente Snape desvia o olhar, aparentemente zangado e envergonhado ao mesmo tempo. "Eu prefiro que não falemos sobre isso."
"Entrou em uma briga com alguém?"
"Você é surdo, Black?"
"Não que eu saiba. Essas não parecem feridas mágicas."
"Sim, muito inteligente," Snape caminha em direção às prateleiras do outro lado da sala, movendo as coisas sem sentido como se assim fará Regulus calar a boca. Se fosse assim tão fácil.
"Você entrou em uma briga física com alguém?"
Snape não responde, apenas continua a se mexer, movimentos bruscos e agitados.
"Você realmente não me parece do tipo lutador. Exceto quando se tratava de—" James.
Com esse deslize, Snape se vira, zombando, os lábios curvados sobre os dentes. "Não, não desde ele. Sabe, eu nunca consegui descobrir o que aconteceu entre vocês dois. Embora claramente ele tenha perdido o interesse," Snape lhe dá um olhar fulminante. "Não que você realmente pudesse esperar mais, sendo o que você é."
A mandíbula de Regulus estala enquanto ele cerra os dentes. "O que eu sou?" Ele pergunta sem rodeios.
Há uma vingança triunfante nos olhos de Snape. "Viado."
Não dói. Nunca doeu realmente. Exceto quando estava saindo da boca de Sirius.
"Oh, sim," Regulus diz secamente, "Porque ser heterossexual funcionou muito bem para você."
A expressão de Snape azeda, impressionado, considerando que já estava bastante azeda para começar. Ele não parece ter tido uma melhora.
"Mas essas cicatrizes não são obra de James," Se sua voz aperta quando ele diz o nome de James, ele finge não notar. "Então, quem foi?" Porque foda-se Snape se ele acha que merece respeito. Ou privacidade. Ou consideração. De Regulus de todas as pessoas.
Snape continua encarando, e Regulus tem quase certeza de que ele vai mandar ele se foder, e é por isso que ele fica surpreso quando Snape diz, "Meu pai odeia magia."
Faz tão pouco sentido para Regulus que tudo o que ele pode fazer é olhar para o outro garoto. Levando muito tempo para processar completamente o que acabou de ser dito. "Seu pai odeia magia," ele repete lentamente. "Seu pai."
Snape parece prestes a matar alguém, provavelmente Regulus, embora não esteja fazendo contato visual com ele no momento. Regulus se debate por um minuto, sondando seu cérebro para saber o que dizer em seguida, o que exatamente fazer com essa informação.
"Você não as curou?" Ele diz estupidamente, porque elas não são amaldiçoadas, então ele poderia ter curado. Poderia tê-las feito desaparecer. A expressão de Snape vacila, como se ele tivesse vergonha desse fato.
"Minha mãe," Regulus continua, certo de que ele vai se arrepender. "Ela costumava checar," Isso faz com que os olhos de Snape voltem para os dele. "Se certificar de que elas ainda estavam lá. Algo sobre consequências ou endurecimento, eu não sei. Eu estava sempre chorando demais para prestar atenção."
Snape está olhando para ele—sem olhar fulminante, o que é novo—mas ainda leva um tempo dolorosamente longo antes que ele fale. As palavras saindo dele como arrancar dentes.
"Usar magia só deixaria pior. Então eu... eu as deixei cicatrizar. Mais fácil."
"Seu pai não é um bruxo?"
Snape solta um bufo zombeteiro. "Apenas tecnicamente."
Outro silêncio cai entre eles e honestamente Regulus não sabe o que o possui para continuar falando, mas apesar de seu melhor julgamento as palavras caem de sua boca. "Sirius, quando voltou de Hogwarts, costumava se curar só para irritá-la. Para mostrar a ela que ele não estava com medo."
"Idiota," Snape murmura.
Regulus dá de ombros. "Um pouco, sim. Embora você não seja muito diferente," Ah, o brilho está de volta. "Você poderia ter lutado com ele. Se ele fosse tão ruim em magia como você diz, você poderia tê-lo dominado facilmente."
"Vai se foder."
"Só estou dizendo que minha mãe e meu pai são dois dos bruxos mais poderosos que eu conheço, nós realmente não tínhamos chance, mas você, você poderia ter lutado. Mas você não fez. Por quê? Para provar a ele que você aguentaria? Que você não estava com medo?"
"Não era sobre ele," Snape rosna.
Ah.
Sua mãe então.
"Se eu lutasse com ele, ele simplesmente—" Ele cerrou os dentes. É claro que Snape odeia isso. Odeia cada minuto disso. "Ele simplesmente descontaria nela."
Bem, talvez Severus Snape tenha um coração, afinal. Um pequeno. Mas ainda sim.
"Veja isso," Regulus continua, odiando o ciúme fervendo em seu estômago. "Isso é uma coisa muito Sirius de se fazer."
"Eu não sou nada como seu irmão patético," Snape praticamente cospe no chão.
Regulus não se incomoda em discutir. "Se você diz."
Snape está claramente fervendo de ressentimento e Regulus se sente um pouco mal, mas honestamente ele merecia. Para ser aberto. Tornar-se vulnerável.
Regulus se recosta na mesa atrás dele e solta uma risada sem humor, fazendo Snape arquear a sobrancelha.
"Quem teria pensado," Regulus diz sarcasticamente, "Que você e eu teríamos algo em comum?"
Snape não parece muito satisfeito com isso. "Sim," Diz ele, com algum grau de desgosto. "Quem teria pensado."
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Fiksi PenggemarE se James tivesse a vida que ele queria com Regulus? Como o primeiro beijo de Remus e Sirius aconteceu? Como Regulus reagiria ao animago de James? E o jantar que nunca aconteceu? Regulus e James viveram um amor trágico, épico e avassalador. Todos...