Chantagem Atrás De Chantagem

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Quando a Sexta começou, fui acordado com uma mensagem do Artur desejando um "bom encontro". Enquanto me arrumava Triz me liga para relembrar da aposta. Durante o café da manhã o César faz uma publicação no Instagram me zoando. No escolar, Erin manda uma montagem minha e de Nathaniel em um jogo de paquera. Quando chego na escola, Fernando me deseja boa sorte.

Essas mensagens acabaram com meu dia.

Minhas últimas esperanças para esse encontro eram de que aquele idiota desistiria de isso tudo, ou descobriria que quando aceitei eu realmente tinha aceitado. Mas isso não importava agora, porque meus amigos me obrigaram a sair com ele mesmo que amarrado.

Entro na sala de aula esperando olhares, risadas e o olhar de Nathaniel me seguindo até que eu o olhe de volta. Rotina normal, mais normal ainda desde segunda-feira.

Mas nada disso aconteceu.

Muito ao contrário, todos da sala evitavam olhar para mim e agiam como se não estivesse lá. Até o Nathaniel me ignorou, continuando a falar com os seus amigos.

Aquilo se estendeu por todas as aulas, ninguém me olhava diretamente, mas quando me virava sentia todos os olhos em mim.

Passo a manhã ignorando meus amigos, com raiva dos meus colegas e sem conseguir concentrar no que os professores diziam.

A situação do dia só mudou (E piorou) quando chego em casa.


— Joui? — Minha avó fala da cozinha — Chegou mais cedo.

— É porque não almocei fora, só comprei um salgado — Falo.

— Não está com fome? Tem Tempurá na geladeira, pega para você.

Tiro os sapatos e coloco a mochila no armário.

— Depois eu pego.

— Sua amiga está na sala te esperando na sala e eu dei um pote de para ela Harumaki.

— Ok, vó — Vou em direção às escadas mas dou meia volta quando raciocínio a frase — Quem? — Não estou esperando ninguém.

Será que minhas amigas me odeiam tanto ao ponto de não me estressar só pelo Whatsapp, mas na minha própria casa também?

— Uma menina simpática, estuda lá no realitas. Tem um cabelo preto bonito, usa umas roupas joviais ... qual o nome dela mesmo?

Vou para a sala e vejo uma figura peculiar esparramada no meu sofá. Ela comia um Harumaki e uma faixa de queijo quente derramava da sua boca. Era uma garota baixinha, usando roupas dos anos 90 e um coturno maior que ela. Seu braço era cheio de rabiscos manchados, desenhos, cola de prova e frases de séries.

Reviro os olhos e falo:

— O que você está fazendo aqui, Agatha?

Ela vira a cabeça e me dá um sorriso maroto.

— Joui! Finalmente chegou em casa, estou aqui a maior tempão! Não sabia que é feio deixar as visitas esperando?

Ela falava alto, mas não de um jeito Arthur, onde você se sentia acolhido, mas gerando desconforto e raiva.

— Você não é minha amiga e muito menos visita — Cruzo os braços em frente ao corpo.

— Mais eu poderia ser.

— Não. Não poderia.

Não. Não poderia — Ela me imita fazendo uma voz arrastada e entediante.

— Isso nem parece com a minha voz.

Ela me ignora e suspira alto.

— Sabe, você sempre foi o mais broxa dos amigos do Tutu.

Era Para Você Dizer Não!Onde histórias criam vida. Descubra agora