Tem Que Ter Talento Para Ser O Scooby Doo

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Os últimos dias foram estranhos.

Agatha está apática, não fala com ninguém e parece que a todo momento esta procurando por alguém.

Joui quase não liga mais durante a semana, pelo menos não enquanto a aula, já que agora está todo amiguinho do tal "Nathaniel".

Dante está a todo momento nervoso, suando frio e se assustando com qualquer folha que cai no chão.

E César não está mais levando fone de ouvido para a escola, o que é o mais estranho, com certeza. 

Arthur está no meio de tudo isso tentando entender alguma coisa. Não parado, obviamente. 

Ele leu 3 páginas de Sherlock Holmes e elaborou 5 passos para desvendar o mistério.

Primeiramente, criar teorias. Segundamente, passar os próximos dias na surdina, espionando todo mundo para conseguir informações. Terceiramente, investigar a cena do crime. Quartamente (Essa palavra existe?) interrogar os suspeitos. E por último, ou quintamente, colocar todo mundo em uma única sala, dizer a incrível solução que elaborou deixando todo mundo de boca caída, tirar a máscara do vilão, descobrir que todo esse tempo era o Gal e finalmente levá-lo a prisão, consertando toda a situação e se tornando um herói.

Ele tentou seguir os passos.

Mas eles só funcionam em Scooby Doo.

Ficou 4 minutos na sua cama tentando conectar os pontos, mas acabou dormindo. Não foi muito discreto na hora de espiar, não achava Joui, acabou assustando Dante, Agatha quase o agrediu e Cesar apenas descobriu. Não tinha cena do crime. Ninguém aceitou ser entrevistado por ele além de Agatha, que virou o jogo e ficou fazendo um tanto de perguntas sobre o Dante, o que deixou Arthur bem constrangido.

Mesmo sem ter ideia nenhuma do que poderia estar acontecendo, decidiu fazer o último passo e convidou todos os suspeitos para uma cafeteria na esperança de que ele descobrisse o mistério no primeiro passo que desse para fora de casa.

Adivinha.

Não rolou.

Mas mesmo assim ele está ali na cafeteria, tomando café com os outros, só na espera do Dante.

— Por que você chamou a gente aqui? — César pergunta.

— Já já você descobre — Respondo.

O clima da mesa está horrível.

Agatha e Joui nem se olham na cara, se sentaram em lados opostas na mesa e ficaram indignados quando descobriram que o outro estava ali (ele até ameaçou ir embora). César está com cara de cu, perguntando que 1 em 1 minuto que o está acontecendo.

— Eu achei que ia sair só nós 3, se for pra ela ficar aqui eu vou embora — Joui reclama.

— Pode sair, sua presença não é solicitada — Agatha fala enquanto faz uma casa com palitos de dente.

Quando que esses dois passaram a se dar tão mal? Antes eles apenas ignoravam um ao outro e reclamavam comigo depois, mas agora eles ficam se farpando o tempo inteiro.

— Quando que eu posso ir embora? — César pergunta.

— Calminha, — A todo momento tento desvendar, mas todo mundo reclamando não me deixa nem pensar — só deixa o Dante chegar que vai ser rápido.

— Pera, ele vai vir? — Joui pergunta irritado, morrendo de ciúmes, mas nem de perto é a reação mais exagerada.

Agatha dá um pulo na cadeira e grita:

— Aí, caralho! — Ela olha para os lados, procurando algo.

Me assusto quando, do nada, ela se taca no chão e se enfia embaixo da mesa, sem explicação.

Era Para Você Dizer Não!Onde histórias criam vida. Descubra agora