CAPÍTULO 01.

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DIAS ATUAIS, 2020.

Os primeiros raios solares do dia entravam pela enorme porta de vidro da sacada; logo seu rosto estava sendo iluminado e a mulher, que ainda estava entorpecida pelo sono, abriu os olhos. Piscou algumas vezes até sua visão se acostumar com a claridade. O quarto no segundo andar tinha uma ampla visão do mar, que estava há menos de um quilômetro da casa.

Olhar para o mar logo quando acordava lhe deixava mais calma e lhe dava mais energia para começar bem o dia. Era como se fosse uma terapia diária.

Após cinco minutos parada e apreciando a paisagem, decidiu que era hora de sair da cama, a mulher tentou se mexer para levantar, mas logo percebeu um peso sobre seus braços, não conseguiu evitar que um sorriso escapasse de seus lábios. Ela olhou ternamente para sua companheira e admirou-a. A coreana estava deitada sobre si, com o corpo coberto apenas pelos lençóis de seda, lembrando-a dos vestígios na noite maravilhosa que tiveram juntas em comemoração aos três anos em que estavam juntas.

Su Ji era um pouco mais alta que ela, era magra, tinha os cabelos castanhos que caíam até suas costas, seus olhos eram coloridos por um marrom escuro e os lábios em formato de coração, eram naturalmente avermelhados.

Ainda se lembrava de quando se conheceram, a lembrança era vívida em sua mente como se tivesse acontecido no dia anterior. A coreana era policial no Rio de Janeiro e seus caminhos se cruzaram graças á Lee Ji Eun, a agente do governo sul-coreano que estava lhe perseguindo. Era irônico pensar que as duas foragidas tinham algo em comum, e foi justamente isso que as uniu, a compreensão em saber a dor da perda de um grande amor para a morte. Bae Su Ji e Yeh Shu Hua eram boas juntas e sentiam amor uma pela outra. Não era intenso e muito menos avassalador, era um amor calmo e tranquilo.

A taiwanesa se mexeu devagar, tomando cuidado para não acordar Su Ji, mas falhou miseravelmente ao ver a mulher se remexendo e entreabrindo os olhos.

"Que horas são?" perguntou Su Ji, a voz baixa e rouca. Olhar para a coreana logo pela manhã era algo que acalmava Shuhua, em sua opinião, o rosto inchado e as bochechas vermelhas pela quantidade de horas deitada em uma mesma posição a deixavam ainda mais linda.

Shu Hua olhou para o relógio em cima da cabeceira ao lado a cama.

"São 7:38" respondeu a taiwanesa.

"Por que você acorda tão cedo?" Su Ji resmungou, fechou os olhos e cobriu a cabeça com o lençol.

Shu Hua riu. “Você já foi mais animada pela manhã, senhorita Bae."

A coreana colocou a cabeça para fora do lençol e a encarou, com os olhos semicerrados. "Culpo você por isso." Su ji se colocou sobre seus joelhos, cobrindo seu corpo com o lençol, subiu em cima do colo de Shu Hua, que prontamente a abraçou pela cintura.

"Eu? Mas o que eu fiz?" Shu Hua fingiu falsa inocência, com um sorriso malicioso nos lábios.

Su Ji revirou os olhos, mas logo sorriu. O casal se beijou, apenas um encostar suave de lábios. Shu Hua voltou a olhar para a coreana, apenas apreciou a beleza da mulher e deu um delicado beijo em sua testa. "Volte a dormir, ainda está cedo."

"Por que você não fica na cama?"

"Porque..." Shu Hua começou a explicar, pacientemente, como se estivesse falando com uma criança. "Eu prometi que ia arrumar seu motor hoje, lembra?"

A coreana revirou os olhos.

"Você pode fazer isso outro dia." Su Ji tentou persuadir a namorada, com um bico presente seus lábios.

Shu Hua acariciou as coxas de Su Ji, que estavam expostas, aproximou seu rosto perto do da coreana, os lábios quase roçando os dela e mordeu seu lábio inferior, arrancando um gemido de satisfação da mais velha.

THE DARK SIDE OF RED | SooshuOnde histórias criam vida. Descubra agora