CAPÍTULO 02.

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Yeh Shu Hua não sabia como deveria reagir após a notícia de que Seo Soo Jin estava viva. Por um lado, estava feliz, isso era óbvio. Durantes os últimos cinco anos Soo Jin era a primeira coisa que vinha a mente de Shu Hua, seja ao amanhecer ou ao entardecer. Sempre foi ela.

Por outro lado, não podia negar e nem mentir. Estava triste, porque sabia que isso significava ter que se separar de Su Ji. Definitivamente, não era isso que queria, mas era inevitável, não podia mentir para si mesma já que um término eminente se aproximava.

Um término. Ela piscou. Não conseguia imaginar seguir adiante sem Su Ji.

E ali estava a coreana, terminando tudo com Shu Hua.

Era óbvio que estava sofrendo, há menos de três horas estava deitada na cama com sua namorada, após uma linda noite de amor, esperando que mais um dia iniciasse e ambas tivessem um dia perfeito juntas. E agora, sua vida havia virado de cabeça para baixo; seu relacionamento havia terminado, sua falecida noiva possivelmente estava viva e a taiwanesa queria sair correndo de todos os seus problemas.

As duas mulheres estavam em completo silêncio há cinco minutos, evitando o olhar da mais nova, a Bae olhava para suas próprias mãos, repousadas em seu colo, Shuhua, no entanto, olhava para o rosto da mais velha, tentando gravar cada parte de seu rosto em sua memória.

"Eu realmente não quero fazer isso" Shuhua resolveu ser a primeira a falar sendo sincera."Eu amo você. E não quero jogar esses três anos juntas no lixo... Sei que podemos dar um jeito, nós podem-"

Suji a interrompeu, a voz calma. "E o que você vai fazer se a Soo Jin realmente estiver viva?" Não queria parecer grossa, sabia que a taiwanesa lhe amava, mas não queria ter a confirmação de seus sentimentos naquele momento, porque sabia que, se Soo Jin realmente estava viva, então o término de seu relacionamento era inevitável.

"E-eu... Bom... Eu..." A taiwanesa gaguejou em resposta, sem saber o que dizer. Havia sido pega de surpresa com a maneira direta que Su Ji havia dito aquilo. A policial sempre foi direta, não deveria estar tão surpresa. Ela respirou fundo, colocando seus pensamentos em ordem e ignorando a dor vicerante em seu peito.

"Viu? Você não sabe o que dizer.” Ela suspirou. “Está tudo bem." Apesar da voz suave e tranquila, a expressão chorosa no rosto da Bae mostrava que ela estava sofrendo. "Eu amo você, Shu Hua. E eu acho que uma parte minha sempre vai amar. E por conta disso, eu quero que você seja feliz, independentemente de ser comigo ou não." Ela fez uma pausa. "Você disse que quer ter certeza sobre realmente ser a Soo Jin, então vá, se não for ela, veremos o que fazemos... Mas se for ela, não vou fazer você escolher... Eu jamais faria isso com você."

"Eu não quero te deixar" murmurou Shu Hua, abalada.

"E eu também não quero te deixar ir." Uma lágrima solitária escapou dos olhos de Su Ji, que limpou rapidamente com o dorso da mão. "Mas eu acho que amar também é deixar ir. E sei que se você estiver presa a mim, nesse momento, não vou te fazer feliz como você pensa que vou." A voz da coreana tremeu, ela engoliu o choro e tentou sorrir. "Quero que você seja feliz, Shu Hua. Você merece toda a felicidade que o mundo tem a te oferecer."

Tentar argumentar contra a policial era uma batalha pedida. Su Ji era tão determinada quando colocava algo sua cabeça. Era muito teimosa também, fato esse que irritava a taiwanesa nos momentos de conflitos. Além disso, sabia que a Bae estava certa, antes de qualquer coisa, deveria verificar a veracidade das informações que lhe foram trazidas. E não conseguiria lidar com essa situação se seu coração estivesse com a coreana. Apesar de saber disso, a separação não deixava de ser uma merda.

Se despedir de Su Ji foi ainda mais difícil do que imaginou que seria. Tudo que a mais velha lhe disse foi para seguir seu coração. Sabia que no momento em que abriu o envelope que Lee Ji Eun lhe entregará, seu relacionamento tinha acabado. Mesmo que tentasse convencer Su Ji de que poderiam ficar juntas, a coreana era nobre demais para lhe fazer escolher, por isso, ela preferiu lhe dar a chance de viver o que tinha que ser vivido.

THE DARK SIDE OF RED | SooshuOnde histórias criam vida. Descubra agora