Capítulo 1

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ANTES..

Kananda Becker

Vesti meu vestido preferido de verão, com alcinhas finas e fiz uma maquiagem básica, esperando Cristhian vir me buscar para irmos passear no parque.

Assim que ouço a campainha tocar, corro até a porta e abro, me deparando com ele.

- Oi, amor - digo animada.

- Precisamos conversar.

Franzi o cenho meio confusa, até onde sei eu não tinha feito nada. Mas assenti e dei espaço para que ele entrasse na minha casa.

- Quer alguma coisa para beber? - perguntei.

- Não, não vai ser preciso.

Sentei ao seu lado no sofá e olhei para ele, esperando que dissesse o que tinha para falar.

- Eu quero terminar, Kananda.

Sorri, ele estava me pregando algum tipo de peça?

- Oi?

Cristhian suspirou pesadamente e tocou minha mão, me olhando dentro dos olhos - Eu quero terminar com você.

Minha ficha foi caindo aos poucos, eu não conseguia nem mesmo acreditar nas palavras que saíram da sua boca. Ele me olhava atentamente, como se esperasse uma resposta, mas eu nem sequer estava entendendo o porquê disso tudo quando estávamos bem - pelo menos foi o que eu pensei.

- Nanda, fala alguma coisa..

- Posso saber o motivo?

Sua boca se tornou uma linha reta, ele desviou o olhar e passou a mão pelos fios ruivos do seu cabelo.

- Você sabe os porquês.

Demorou apenas um segundo para que eu entendesse o que ele estava falando, a raiva subindo aos poucos e fazendo meu corpo esquentar.

- Você não pode estar falando sério, Davis.

- Como vamos evoluir nosso relacionamento assim? você parece ter nojo de querer ir para a cama comigo!

- Não é sobre isso, eu já falei para você! - rebati - Você disse que esperaria.

- Eu sou homem, Kananda, e estamos nisso há três anos. Eu tenho necessidades como todos os outros, você não pode me culpar por isso.

Bufei, meus olhos ardendo com as lágrimas que insistiam em querer sair, mas não as permiti, chorar na sua frente é mostrar fraqueza, e isso eu não mostro para ninguém.

- Essa vai ser a porra da desculpa que você vai usar, Cristhian? - gritei, me levantando do sofá.

- Você está sendo egoísta.

- Você me traiu, não foi? - olhei para ele, que ficou mais branco do que já era e cerrei meus punhos - Saia da minha casa.

- Kananda, foi um deslize..

- Eu mandei você sair! - gritei - Você é um idiota.

- Não sei porque está tão brava, isso foi culpa sua.

Deixei a raiva me consumir, pegando o livro de capa dura em cima da minha mesa - que ele me dera de presente de Natal - e arremessei em sua cabeça.

- Você está louca, porra?!

- Eu mandei você sair, inferno!

- Vai se foder, Kananda.

Ele virou de costas e gritei para que ouvisse:

- Não te dei porque você é sem sal e beija mal! seu urubu carnicento! - ele me olhou, os olhos cheios de raiva e corri com uma colher de pau na mão, o assustando até que ele saísse da minha casa.

Tranquei a porta, respirando fundo que enfim estava sozinha e sentei no sofá, abraçando as minhas pernas e me permitindo chorar. Cristhian tinha sido meu primeiro namorado, eu não havia dado espaço para nenhum homem na minha vida por medo, e isso só serviu para que eu entendesse que era melhor ficar sozinha.

Talvez o problema estivesse em mim, no meu corpo, já que eu nunca consegui sentir ele pronto para me entregar para alguém. Sempre pareceu tão.. errado! droga!

Se eu tivesse feito.. quem sabe ele não teria terminado comigo, quem sabe não teria me magoado.

Meu celular tocou e engoli em seco, deixando a chamada cair. Fui até a cozinha me servindo de um copo d'água e tomei, acalmando minha respiração.

Vi a chamada perdida de Peter e coloquei minha máscara novamente.

- Ei, baby, vamos sair para jantar?

- Hum.. não estou com fome. - disse.

Peter demorou apenas três segundos para perguntar - Certo, o que aconteceu? que voz é essa?

- Não foi nada..

- Estou chegando aí, me aguarde.

Desligou.
Era impossível lutar contra Peter, então apenas sentei no sofá e quando ele chegou, chorei contando tudo o que aconteceu. Eu sabia que ele estava animado porque só faltava algumas semanas para que Helena voltasse, me senti uma péssima amiga falando apenas dos meus problemas.

- Ele é um babaca de merda, por favor, nos deixe acabar com ele - pediu.

- Não! não quero que conte para ninguém. Para nenhum dos meninos, estou falando sério.

- Eu não vou dizer, quando foi que eu disse alguma coisa em sua coisinha linda?

Gargalhei com ele me fazendo cócegas e chutei sua cara - Para, você sabe que odeio isso.

Colocamos um filme para rodar e assistimos até de madrugada, quando Peter enfim foi embora, meio relutante em me deixar sozinha, mas foi. Deitei na cama pelo resto da noite e chorei até que o sol bateu na janela do meu quarto e enfim, caí no sono.

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Boa leitura! ❤

Um péssimo acordo - Livro 4// SPIN-OFF da saga: Os cavalheirosOnde histórias criam vida. Descubra agora