Capítulo 17

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Kananda Becker

Até que para quem se odeia tanto, nós dois estávamos nos dando muito bem. Claro, ainda insultamos um ao outro, porém nada pesado como naqueles dias. Até porque conviver com O'Connell não era fácil, você tinha que ter uma certa paciência.

Estava sentada no sofá em um sábado à noite junto de Bach, que virou meu companheiro para as sessões de filmes. As branquelas rodava na TV enquanto eu devorava uma bacia de pipoca.

O'Connell entrou na sala todo arrumado e seu perfume forte e inebriante entrou nas minhas narinas. Provavelmente ele estava indo encontrar uma de suas mulheres, pensar nisso me deu certo desconforto, mas rapidamente afastei essa ideia.

Ele me olhou enquanto colocava o relógio no pulso, tenho que admitir, ele estava lindo. A bermuda jeans preta combinando com a camisa branca de manga curta e a jaqueta de couro por cima deixando ele ainda mais sexy.

- Por que Hello kity? - ele perguntou, apontando para o meu pijama.

- Eu gosto dela, assistia muito quando criança e estava na promoção no dia que vi, não pude me controlar.

Ele sorriu - Controle nunca foi seu forte, Becker.

- Tem razão, mas não dou a mínima.

- A julgar pelas suas atitudes, creio que não mesmo.

- Como se você fosse bastante diferente de mim..

- Estou bonito? - ele perguntou e fiz cara de nojo.

- Não é para mim que você tem que perguntar, se colocarem uma arma na minha cabeça e a única maneira de eu me livrar de não morrer é admitir isso- ele me cortou.

- Eu sei, você escolheria a morte, você me detesta.

- Ei! estamos evoluindo.

- Claro.. - resmungou - Você está tomando Bach para si, não esquece que esse gato é meu.

- Ele gosta de mim - pisquei para ele.

- Com você paparicando ele o tempo todo..

- Ele já sofre demais por ter o dono que tem - peguei Bach em meu colo - Não é, meninão?

- E ela não perde uma..

Gargalhei - Falei apenas a verdade.

Tyler ponderou por alguns segundos e voltou para o quarto, voltando minutos depois com uma calça moletom e uma regata preta, exibindo seus músculos e a tatuagem.

Se jogou no sofá ao meu lado e o olhei.

- Você não ia sair?

- Me deu preguiça, o que você está assistindo aí? - perguntou sem me dirigir o olhar.

- As branquelas.

- Nunca assisti.

- O quê?! como não? O'Connell isso não pode ser possível.

Tyler sorriu - Estou falando sério.

- Céus - peguei o controle e voltei do início - Esse filme é uma obra prima, sua vida nunca mais é a mesma depois que você assiste ele.

- Ok, ok. Você quer pedir lanche?

- Você vai pagar?

- É óbvio que vou - ele bufou.

- Então tudo bem, banque nosso lanche - brinquei.

- O que você quer comer?

- Hambúrguer.

- Fechado.

(...)

Tyler não parava de rir conforme o filme rodava na tela, e tenho que confessar que ver ele tão descontraído e dando sorrisos sinceros era bom.

- Você tinha razão, esse filme é incrível - disse mordendo seu hambúrguer.

- Eu te avisei.

- Não dá para confiar, sua palavra é muito duvidosa.

- Olha só quem está falando.. - provoquei.

Ele me olhou por uns segundos antes de voltar sua atenção para o filme de novo.

Apesar do clima adorável, meus olhos estavam me obrigando fechá-los. Já estava quase no final e acordei assustada com Tyler me cutucando.

- Você me indica o filme e dorme? - perguntou.

- Desculpe, estou meio cansada.. foi bem corrido no restaurante - bocejei.

- Tudo bem, você perdeu apenas o final. Vai dormir, Becker, acho que vou continuar assistindo mais um pouco.

- Tudo bem, boa noite Tyler.

- Boa noite, Hello kity.

Sorri e ele sorriu também.

- Me deixa em paz.

- Não está mais aqui quem falou - ele levantou as mãos em rendição e joguei a almofada na sua cara.

Fui para o quarto e me joguei na cama caindo no sono completamente.

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Boa leitura! ❤

Um péssimo acordo - Livro 4// SPIN-OFF da saga: Os cavalheirosOnde histórias criam vida. Descubra agora